Comunicadores, sindicatos e entidades criticam entrega do Ministério das Comunicações à União Brasil ou PSD
Requião ao DCM: “Os governos do PT acharam que pagar a Globo conquistaria seu apoio”
Publicado por Pedro Zambarda de Araujo - Atualizado em 2 de setembro de 2015 às 13:29
O advogado e jornalista Roberto Requião de Mello e Silva tem 74 anos e é um dos poucos políticos que criticam abertamente os grandes grupos de mídia. Três vezes governador do Paraná, uma vez prefeito e ex-deputado estadual, Requião investiu em TV estatal e fez um acordo com Hugo Chávez para distribuir o sinal pela Telesur.
O DCM conversou com Requião sobre os 12 anos de governo petista, seus embates com a imprensa, sua amizade com o juiz Sérgio Moro e a lista de Furnas.
O senhor teria dito que o José Dirceu afirmou que a Globo era a TV do governo. Essa história é verdadeira?
A história é real. Eles achavam que não era necessário estimular as televisões públicas. No governo, estimulei a TV Educativa do Paraná e rompi com a mídia privada. Trabalhava praticamente somente com emissoras públicas. Quando disse ao Zé Dirceu sobre meu trabalho, ele me respondeu que “nós não precisamos disso, porque temos a Globo”. Isso foi um erro. Infelizmente eu não me lembro em que ano exatamente ele me disse tal coisa, mas é tudo verdade.
O que o senhor acha dos governos do PT terem gasto de R$ 6 bilhões em publicidade com a Globo?
Os governos acreditaram de verdade na história da mídia técnica, de que alguns canais mereciam maiores investimentos. Eles acharam que, se a Globo estivesse recebendo deles, estariam apoiando o governo. Eles acharam que conquistariam seu apoio. Se enganaram completamente.
Como foi sua experiência no governo do Paraná?
Eu fui pressionado pela grande mídia a soltar os cofres como o governo do PT fez e não percebeu as consequências. Disse aos grupos que não faria isso e eles responderam que “você vai ver o que acontece”. No final fui eu que mostrei o que aconteceu, porque eu removi essa verba publicitária do orçamento. Eles não tinham mais nem como me pressionar para liberar nada.
E qual foi a consequência disso?
Passei a falar mais na televisão do estado do Paraná e me elegi três vezes governador. Tenho esses grupos de mídia até hoje como meus adversários políticos.
Como o senhor avalia a cobertura da operação Lava Jato?
O trabalho do juiz Sérgio Moro ganhou peso com a atuação da imprensa. Qualquer coisa que acontece com determinadas pessoas, aparece imediatamente. É o que aconteceu com a recente denúncia do doleiro Youssef, que repetiu pela quarta vez que Furnas dava dinheiro ao [José] Janene que afirmava que isso seria ao Aécio Neves.
Este caso desaparece e só surge o que interessa à mídia, que é seletiva. A mídia não quer a limpeza da política brasileira, mas sim derrubar prováveis adversários.
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