domingo, 14 de maio de 2023

QUANDO NARCIZO É MAIS NARCIZO.

Lendo o editorial da coluna "Domingueira" do jornalista Narcizo Machado, publicada neste domingo, 14/05/2023,  percebo aqui a análise de uma pessoa inteligente, arguta e responsável. Neste caso Narcizo sendo Narcizo, até porque  quando mais jovem, guardo a  lembrança de Narcizo  sempre em mãos com a edição mensal da importante e necessária revista Caros Amigos, baluarte da imprensa alternativa e independente nos desafiadores anos de 1990 e na primeira década do século XXI.

Lembro de Narcizo recém formado, batalhando para conseguir uma vaga no mercado de trabalho, atuando competentemente na campanha vitoriosa de Magal da Pastoral a vereador no ano de 2002 , vindo a fazer parte, junto comigo e outras pessoas queridas na equipe do mandato, depois Narcizo segue como bem sucedido assessor  de um outro vereador, sem antes não deixar de tentar buscar trabalho na comunicação sindical e no campo das ongs, até porque neste último caso estagiou no Centro Dom José Brandão de Castro o que, salvo engano,  foi tema da sua monografia do primeiro curso superior que fez, o de relações públicas pela UNIT. Em tempo, Narcizo Machada também já fez parte do quadro de associados da Ong Ação Cultural..

A lembrar o inesquecivel programa Juventude Livre da Pastoral da Juventude e que ia ao ar pela Rádio Cultura nos anos de 1990 até meados da primeira década do século XXI, foi lá onde nos conhecemos..

Mas pra não que só estou jogando flores e confetes para Narcizo, não posso esquecer da falsa simetria realizada por Narcizo quando, nos meses do  acampamento em frente ao quartel do 28 BC,  colocou falsos patriotas,  lado a lado,  com os verdadeiros democratas, e aqui nem estou me referindo tão somente  a esquerda democrática, mas também ao que resta da direita liberal, em que pese a defesa que esta faz do estado mínimo, consequentemente do neoliberalismo, ao contrário da direita desenvolvimentista e nacionalista que tivemos um dia, representada por gente da estatura de um Sobral Pinto,  Aureliano Chaves, Itamar Franco, Cláudio Lembo,entre outros..

Outro texto em que senti falta do Narcizo inteligente e arguto, foi o publicado no editorial da coluna "Domingueira" na semana que antecedeu a primeira paralisação do SINTESE em tempos de governo Fábio Mitidieri, o que começou há cerca de duas semanas..

Quem ler ou reler esse texto e comparar com o que veio escrito na coluna "Domingueira" de  hoje percebe quando Narcizo é mais Narcizo.

O texto citado no parágrafo acima, pode ser lido AQUI

Zezito de Oliveira


Narcizo Machado nos Estudos da Rádio FAN FM - Aracaju, de onde apresenta todas as manhãs o Jornal da FAN. - Foto - Divulgação

Domingueira

A briga da bancada tem que ser para que 2006 e 2018 não se repitam e Sergipe não volte a ter recursos bloqueados

Por Narcizo Machado

 14/05/2023

Reler a história de fatos políticos é fundamental para podermos cobrar dos nossos representantes que os erros do passado não se repitam. O fim da semana passada foi marcado pela publicização de recursos de emendas empenhadas pelo Governo Federal para parlamentares, entre eles alguns sergipanos. Em sua página no Instagram, o militante de direita Coronel Rocha publicou uma lista com cinco parlamentares e seus respectivos valores. O radialista e ex-deputado federal, Fábio Henrique, deu mais luz ainda em cima dos dados quando os citou em seu programa na Rio FM. Rapidamente, a assessoria de Rogério Carvalho compartilhou nas redes sociais a narrativa de que ele foi, até o momento, o parlamentar sergipano que mais recursos trouxe para Sergipe.

Se esta for a briga até o fim do atual mandato do presidente Lula, lucraremos, digo, a sociedade sergipana ganha. Uma disputa salutar que só beneficiará o povo, afinal, quanto mais recursos, mais obras e mais custeio de políticas públicas. Temos grandes obras anunciadas pelo governador Fábio Mitidieri e pelo prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, que somadas precisam de financiamento na casa dos bilhões. É torcer para que não se repita o passado, quando dois sergipanos são apontados como bloqueadores de recursos para influenciar no resultado das eleições. Em um dos casos, se os fatos narrados foram verdadeiros, a estratégia deu certo, no outro nem tanto.

Em 2006, Marcelo Déda se preparava para disputar a sucessão de João Alves Filho. Influente no então governo Lula, Déda foi apontado como travador de um financiamento. O Chapéu de Couro encasquetou com a construção da ponte Aracaju-Barra, obra orçada inicialmente em R$ 100 milhões e que, segundo notícias da época, ficou em R$ 130 milhões. Para viabilizá-la, João buscou empréstimo junto ao BNDES. A Secretaria do Tesouro travava a liberação argumentando que Sergipe não cumpria a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Articulado, o Negão conseguiu, junto a aliados no Congresso, travar a votação do Orçamento, até que um acordo fosse feito e conquistasse a garantia de liberação dos recursos. A peleja atrasou a obra e atrasou a aprovação do orçamento em quatro meses. Na prática, Sergipe comprometeu a Previdência para que a obra fosse realizada. João concentrou força na ponte, esqueceu de obras pelo interior e perdeu a eleição para Déda.

Em 2018, Jackson Barreto se preparava para fazer seu sucessor e para alavancar sua gestão, que pagava funcionários em atraso e estava bastante desgastada, JB tentou recursos para a recuperação das estradas em todo estado. Eram possíveis R$ 560 milhões tendo como fonte o Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa). André Moura era líder do governo Temer e, segundo JB, bloqueou a liberação do empréstimo. Moura, que conquistou prestígio em Brasília, por ser quase que um substituto de Eduardo Cunha, propagava, como até hoje propaga, ser o maior transferidor de recursos de todos os tempos, mas a imagem de bloqueador do Finisa, imposta por Jackson, pegou. Belivaldo, que substituiu Jackson, disse certa feita em entrevista no Agreste. “O projeto foi aprovado pela Assembleia Legislativa, pela Caixa e pela Secretaria Nacional do Tesouro, mas aí colocaram o dedo, lá em Brasília, e não deixaram o governo contrair esse importante financiamento”. André perde a eleição para o Senado e Belivaldo é eleito governador.

Repetir é preciso, esperamos que haja a salutar briga pela chegada de recursos. Quanto mais, melhor. A expectativa gerada pelos atuais petistas com mandato por Sergipe, é que não haja como dizem ter agido os petistas de 2006 e o André Moura de 2018. Se depender dos gestos do ministro Márcio Macedo, não haverá travas para que Sergipe viva um tempo de glórias, que toda bancada petista também pense e haja na mesma linha: sem rancores e mágoas pelas derrotas eleitorais, pensando a política com P, priorizando o povo e nosso desenvolvimento.

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