*Emanuel Rocha
Aracaju, tem sido palco de uma intigrante (e por vezes polêmica) transformação na forma como seus “líderes” municipais se conectam com a população. De um prefeito que marcou época ao aparecer publicamente tocando zabumba, a uma prefeita blogueira que prioriza as redes sociaisA cidade parece viver uma era em que a imagem e a visibilidade muitas vezes se sobrepõem à gestão pública em si.
O ex-prefeito, conhecido por seu jeito extrovertido e por usar a zabumba como um símbolo de sua aproximação com o povo, deixou um legado de popularidade, mas também questionamentos sobre o equilíbrio entre espetáculo e administração. Sua figura folclórica conquistou corações, mas muitos se perguntavam se o som da zabumba ecoava em obras e ações concretas para a cidade, principalmente no que se refere a proteção do meio ambiente.
Agora, sob a gestão da prefeita blogueira, Aracaju parece ter migrado do palco da zabumba para o feed do Instagram. Com posts nem sempre bem elaborados, stories diários e uma presença digital constante, a nova gestora prioriza a comunicação direta com os cidadãos por meio das redes sociais. No entanto, essa estratégia também levanta debates: até que ponto a prioridade dada às redes reflete em melhorias reais para a cidade?
É inegável que as redes sociais são uma ferramenta poderosa para a transparência e o diálogo com a população. Porém, o risco de transformar a gestão pública em um grande BBB político é real. Enquanto selfies e postagens ganham likes, os cidadãos esperam respostas para problemas cotidianos, como mobilidade urbana, saúde, meio ambiente, educação e segurança.
Aracaju merece mais do que espetáculo, seja ele musical ou digital. A cidade precisa de gestores que equilibrem a comunicação moderna com ações eficientes e transformadoras. Que a zabumba e os posts não sejam apenas um show, mas um meio para amplificar as vozes da população e os resultados concretos de uma administração comprometida com o progresso (e não com a Progresso).
Afinal, política não é sobre aparecer, mas sobre fazer. E Aracaju, com sua rica cultura e potencial, merece líderes que priorizem a cidade real, não apenas a virtual.
*Emanuel Rocha, é reporter fotografico, historiador, e poeta popular
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