domingo, 16 de março de 2025

Aracaju e a cultura que fica. A gente não quer só eventos, a gente quer eventos, participação social e protagonismo cultural.


Foto: Marcelle Cristinn

No ano de 2005, quando Aracaju completou 150 anos e era governada por um prefeito do PT secundada por um vice do PC do B, escrevi um artigo publicado no jornal Cinform e republicado dois anos depois no portal Overmundo intitulado,  Aracaju nos 150 anos e a cultura que fica.

O artigo apresenta dois projetos de lei pró cultura, submetidos a câmara de vereadores  no ano de 2003-2004 e utiliza como gancho argumentativo,  a propaganda dos 150 anos de Aracaju, a qual apresentava a cidade  como uma bela menina, o título que escolhi associa o  nome do projeto FICA a  um ditado popular que afirma ser o amor que fica, o amor potentemente viril. O outro projeto e que conseguiu efetivamente se tornar lei foi o VAI, embora nunca aplicado ou executado.

Pois então, Aracaju,  culturalmente,   nunca foi tão "recatada" assim, embora não tanto “devassa” como outras capitais nordestinas e brasileiras, daí porque me referi no artigo escrito para o portal overmundo,  ao desfrute cultural como  feito pela classe mais abastada em outras praças ou destinos.  


Video institucional do Sesquicentenário da Cidade produzido pela Prefeitura Municipal de Aracaju em 2005.

É desse jeito,  o que fizeram e fazem alguns representantes de nossa elite politica e econômica, embora por conta da diminuição das distâncias geográficas e  avanço da tecnologia digital e das facilidades de  acesso, temos hoje  a saída de  maior número de sergipanos para desfrutar as belezas e prazeres culturais de outras regiões, não apenas os mais ricos  como outrora. 

Já os mais endinheirados, nos negócios e na politica, por meio das facilidades da diminuição das distâncias e da melhoria das condições de acesso,   passaram também importar em maior quantidade artistas da cultura de massa de outras praças ou paragens, a fim de uma  visitinha em nossa cidade em forma de apresentação em grandes eventos, o que faz  circular um dinheiro importante para nossa economia local, mas que é  levado  boa parte para os lugares de origem dessas atrações ou para onde estes tem conta bancária e investimentos, decorrendo daí o não fortalecimento do mercado cultural local em termos de qualificação e profissionalização dos agentes da cadeia produtiva da cultura, considerando tratar-se de momentos pontuais, fugazes,  e-ventos, riqueza levada pelos ventos, e mesmo o que fica, permanece apenas como experiência sensorial, estética e afetiva. 

Pois bem,  há produção importada de boa qualidade,  também gostamos de apreciar a boa arte de fora e as  boas companhias que compartilham do mesmo gosto. E há àquelas nem tanto, algumas bem comerciais mesmo,  mas com viabilidade econômica suficiente para garantir retorno ao que é investido.  

Mas sabemos que isso não basta para os tão falados e decantados em prosa e verso, - senso de pertencimento, auto-estima e  coesão social - fora o  necessário fortalecimento da economia da cultura  local em perspectiva desconcentrada e inclusiva, o que no caso de muitos que vivem ou que pretendem viver  direta ou indiretamente  da  atividade  cultural , significa a expectativa de se poder viver de arte e cultura, sem para isso  precisar mudar de cidade ou ter que se virar em outras profissões para pagar suas contas, enfraquecendo com isso a necessária qualificação e profissionalização.. 

O que fazer? Como sair desse estado de letargia e atraso  no plano cultural? No decorrer do mês faremos acréscimos a este artigo, com sugestões ou orientações a atual administração municipal,  vereadores,  formadores de opinião, pesquisadores, fazedores de cultura, incluindo artistas, além dos  cidadãos e cidadãs em geral que amam Aracaju de verdade.

Faremos uma espécie de glossário a partir de artigos escritos no portal overmundo e  nesse blog desde a sua criação, 2006, ano da criação do mesmo  e da escrita e publicação do artigo citado ,  que tratou da politica e da gestão cultural nos 150 anos de Aracaju.  Acompanhe o aviso das atualizações pelas redes digitais.

Por último, uma medida ou indicador arbitrário de idade da cidade em comparação com a idade dos humanos.

Podemos considerar, a cada 100 anos de cidade corresponder 10 anos da idade de um ser humano. Cada 10 anos de idade de cidade, corresponder a o1 ano de idade de um ser humano. Logo,  Aracaju ainda é uma adolescente, 17 anos... 

Zezito de Oliveira - educador, agente cultural, escritor e  editor do blog da cultura.


quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Prefeitura de Aracaju apresenta programação do aniversário da cidade em 17 de Março. A programação de shows contará com 38 atrações, sendo 15 artistas nacionais, como Negra Li, Joelma, Aline Rosa, Titãs, Mestrinho e Mariana Aydar, Fernanda Brum, Raça Negra, entre outros


Para quem não conseguir abrir o artigo "Aracaju nos seus 150 e a cultura que fica" no link original,  pode abrir no link abaixo, é só descer o cursor, ele encontra-se abaixo das canções.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016
Play list.. Quando a gente gosta das nossas CIDADES a gente cuida, e escolhe gente igual ou melhor, para cuidar também.
E se tratássemos as nossas cidades, como a (as) mulher (es) ou o (os) homem (ens)  que gostamos?

Adicionado em 17 de março 

A transmissão dos shows alusivos ao aniversário da cidade. Em alguns momentos as falas dos apresentadores excede um pouco, mas neste caso é puxar o cursor para adiantar. O show de Mestrinho e Mariana Aydar é um primor, como sempre.

MESTRINHO, MARIANA AYDAR, ORQUESTRA SANFÔNICA E ZEQ ÓLIVER - 170 anos de Aracaju - 17/03/25 SEGUNDA




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