Chico Alencar
TODO MUNDO PRECISA DE UMA MÃE!*
(Breve reflexão dominical pelo Dia das Mães)
No Evangelho ouvido hoje em milhares de comunidades de fé, o filho da dona Maria (e do seu Zé) fala do Amor, do Espírito da Verdade, do Advogado das boas causas. E garante: "não deixarei vocês órfãos" (João, 14, 15-21).
Pois ficamos, desde que nosso cordão umbilical é cortado, imersos na orfandade. Nascidos, tornamo-nos seres à procura: do seio de onde jorra leite e mel, do que nutre, de quem cerque e cuide. Do elo perdido. Do Outro, da Outra - que nos constitui plenamente.
Somos nossa solidão, nossas perdas, nossos medos, nossa incompletude - que só o Deus do Amor supre. Deus que é Pai e, sobretudo, Mãe - gerador, criador. Deus que é relação com a semelhante, feita à Sua semelhança.
A celebração das mães vai além da gratidão por quem nos deu a vida (e está perto ou mora na incurável saudade): sussurrar ou berrar "mamãe", em qualquer língua, é ânsia de proteção em meio à sociedade hostil, da ternura frente à indiferença, do doar-se no ambiente cinzento do individualismo. Da tantas vezes abafada vontade de amamentar e zelar no tempo da secura e do descarte.
Hoje é dia de resgatar nosso sentimento de pertença, de humanidade, de continuidade. De reconhecer nossa saudável dependência. De louvar o feminino que nos abrigou, trouxe à luz, protegeu e possibilitou. Durante nossa passagem pela Terra, somos todo/as "bezerros gritando mamãe"!
Se puder, aproveite a reunião de família para cantar e dançar com Rita Lee ("enquanto estou viva, cheia de graça, talvez ainda faça um monte de gente feliz"), jovial mamãe e avó. Para saber mais de nós e daquelas de quem somos devedores, para sempre: "dizer quem eu sou, estar onde estou, agora só falta você!"
* Título inspirado na suave canção de Zeca Lavigne Veloso, "Todo homem precisa de uma mãe"
https://www.youtube.com/watch?v=yjxriFArvMk
https://www.youtube.com/watch?v=kABxhwTKlsc
quinta-feira, 11 de maio de 2023
Dedico esta nota acima a minha mãe Maria Marlene, segundo nome em homenagem a uma das grandes "cantoras do rádio" e eximia artesã do tricô, do crochê e da pintura em tecido.
E a meu pai, José de Deus, eximio músico de baile, de banda e de orquestra...Também professor de música ..
E também aos filhos que seguem pela via da cultura, Raoni e Maíra, assim como a minha esposa, Irene Smith
Aos pais e mães deles e aos que vieram antes, a perder de vista.....
Em nome deles, dedico a todos que vieram antes de nós, aos que contribuíram para nós artistas, escritores e fazedores de cultura, a nos tornar no que somos, independente do lugar de criação e destaque social que ocuparam e que ocupamos .
Zezito de Oliveira
Mãe - Caetano Veloso - A primeira versão na voz de Gal Costa
https://www.youtube.com/watch?v=GLglzKkdgNI
4 comentários:
Meu amigo querido Zezito você sempre nos fazendo viver as emoções das músicas e da nossa cultura! Obrigada!
Disponha querida!!!
Lindas e potentes reflexões, Zezito, como sempre você traz! E faz toda a diferença ao enriquecê-las com a força da poesia impressa nas canções, tão delicadamente guardadas em seu baú. Parabéns!!
Grato Tânia, outra querida,,,
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