publicado na página face do jornal do commércio (PE) |
https://www.youtube.com/watch?v=LLILvhFnVc8
A apresentadora Gabriela Prioli se envolveu em mais uma polêmica nas redes sociais. Tudo começou com uma reclamação da também apresentadora Astrid Fontenelle sobre axé nas festas de São João e acabou em tal de “marco temporal da festa junina”.
https://www.youtube.com/watch?v=q_BI7t3CEdo
Mamãe, agora eu quero ser prefeito
Garanto que vou me candidatar
Do jeito que já sei mentir bastante
Acho que de hoje em diante minha vida vai mudar
Pra quem me apoiar eu dou abraço
Se fala mal de mim eu dou dinheiro e ele muda
E vai ficar tudo do mesmo jeito
Se eu ganhar para prefeito
É o mesmo Deus nos acuda
(e vai ficar tudo do mesmo jeito)
(se eu ganhar para prefeito)
(é o mesmo Deus nos acuda)
É a cidade esburacada (ai ai ai)
E o povo vivendo mal (ui ui ui)
Mas quando a coisa ficar preta
Eu invento uma micareta
E faço aquele carnaval
Trago um conjunto da bahia (ai ai ai)
Pago mais do que ele merece (ui ui ui)
Se pagar 100 digo é 500
Desviando os 400 meu saldo bancário cresce
Ai o povo esquece tudo (ai ai ai)
E no embalo desse som (ui ui ui)
A cidade fica feliz
E ainda tem gente que diz:
eita, que prefeito bom!
(a cidade fica feliz)
(e ainda tem gente que diz:)
(eita, que prefeito bom!)
A pergunta e o gráfico abaixo chega na esteira do debate que estamos realizando há vários dias neste blog.
O que esse dado nos diz sobre o consumo musical da população negra do país?
https://www.youtube.com/watch?v=D7a613szFFY
A tradição das festas de São João no Nordeste está enfrentando um desafio significativo este ano, com a invasão de ritmos diferentes durante os festejos juninos. A reclamação inicial veio do cantor Flávio José, no dia 02 de junho, e desde então a discussão tem ganhado destaque na imprensa. Essa mudança tem levantado questionamentos sobre a preservação da cultura regional e o impacto negativo que ela pode causar nas festividades.
Segundo informações da imprensa local, os produtores do evento solicitaram a Flávio José que diminuísse o tempo de sua apresentação para privilegiar o show de Gusttavo Lima, um renomado cantor sertanejo do Villa Mix. Durante sua própria apresentação, Flávio José expressou sua insatisfação, afirmando que nunca havia recebido um pedido para reduzir sua performance, especialmente em 30 minutos, como ocorreu nesse caso.
Vídeos que circulam na internet mostram o esvaziamento do show de Gusttavo Lima na cidade de Caruaru, em 22 de junho. Com um cachê de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), o valor pago a esse artista supera o de qualquer outro renomado no cenário do Forró. Esses altos cachês pagos a artistas que não fazem parte da tradição forrozeira têm sido contestados pela população. Em muitas das cidades que recebem esses shows, a infraestrutura é precária, com sistemas educacionais deficientes e dificuldades até mesmo no recolhimento do lixo, contrastam os montantes astronômicos pagos para atrair essas "grandes atrações".
Nos últimos anos, as festas de São João têm sido marcadas pela interferência de ritmos antes desconhecidos para o período, resultando da saída do forró autêntico e a entrada do chamado "forró de plastificado". Atualmente, o cantor Wesley Safadão é um dos principais representantes desse novo estilo. Embora a mudança de estilo e som agrade às massas, ela acaba descaracterizando a cultura regional, prejudicando a identidade das festividades juninas.
Além da substituição de gêneros musicais tradicionais, prefeitos nordestinos estão buscando atrair artistas com grande apelo popular, mesmo que suas músicas não tenham qualquer relação com o período junino. Artistas de Axé Music, Arrocha, Pop Rock e Pagode têm ajustado seus repertórios e invadido a maior festa popular do Brasil, sem que medidas sejam tomadas para preservar a tradição do forró.
É possível que continuemos a testemunhar reclamações por parte de forrozeiros nos próximos anos, diante dessa invasão de outros ritmos. Prefeitos ainda contratarão artistas sem nenhuma relação com o forró, a fim de atrair grandes multidões às praças públicas, com pessoas em busca de uma satisfação momentânea. No entanto, é essencial discutir seriamente se devemos assistir em silêncio a essa invasão e destruição de um patrimônio nacional, como as festas de São João no Nordeste. Certamente, o velho Luiz Gonzaga, grande ícone do forró, não ficaria nada satisfeito ao ver o que estão fazendo com essa tradição regional.
Destacar a preocupação com a preservação da tradição do forró nas festas de São João do Nordeste não é uma defesa de mercado, é mais para enfatizar a descaracterização cultural causada pela invasão de outros gêneros musicais. Além disso, ressaltar o impacto financeiro e social dessa mudança, é para questionar mesmo o uso de altos cachês para atrações que não fazem parte da identidade junina. É fundamental refletirmos sobre as consequências a longo prazo e buscarmos soluções que preservem o patrimônio cultural e musical da região nordestina.
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