domingo, 4 de junho de 2023

Para onde vai o "País do Forró"? Textos de Narcizo Machado, Gildo Bezerra e matéria no portal Isto é Aracaju


 Arraial do Povo - Foto Governo de Sergipe

Afinal, os milhões gastos nos festejos juninos são ou não uma política de pão e circo?

Narcizo Machado

É tudo culpa do Juvenal! O poeta romano criticou os poderosos por manter os romanos adeptos ao ‘sistema’ oferecendo comida e divertimento. Há séculos que a frase passou a ser usada para criticar gestores que priorizam o assistencialismo e o entretenimento, em detrimento de políticas públicas emancipadoras.

Nas redes sociais, algumas pessoas questionam se os milhões gastos nos festejos juninos não deveriam ser direcionados para a Saúde e a Educação. A política de pão e circo precisa ser diferenciada de uma política que tem o objetivo de nos impulsionar como destino turístico.

Sim, Saúde e Educação são e devem ser prioridades, sempre. Onde existem realidades mais calamitosas, podemos sim falar em política de pão e circo, a fiscalização veemente dos órgãos responsáveis para punir gestores que não cumprem o básico e realizam grandes festas é premente.

Vivemos recentemente uma pandemia que assolou as políticas públicas, baqueou a economia, deixou os pobres mais pobres e ainda amarguramos a mais cruel de todas as consequências: milhares de vidas ceifadas no planeta.

Com a volta da normalidade, todo o conjunto de políticas públicas passa a ser prioridade na cobrança da sociedade por uma melhor qualidade de vida. Há urgência em tudo! Sergipe não é uma ilha, o menor Estado da Federação vive suas necessidades.

Turismo é igual a geração automática de empregos.

A crítica política é válida, faz parte do jogo. Convenhamos, ela ocorreria se nada estivesse sendo feito e a pauta seria a falta de incentivo à Cultura e ao Turismo.

Ver Sergipe tomado pelo colorido das bandeiras, enaltecendo o espírito de nordestinidade, colher sorrisos em rostos que recentemente choraram, é algo que lava a alma endurecida por um período de convivência com o negacionismo irresponsável.

Precisamos engrenar a cadeia de políticas públicas. Faz tempo que ouvimos dizer que Sergipe tem potencial para ser um grande destino turístico, e olhando para frente, isso só se consolida se dermos passos.

Se o que ocorre nestes festejos juninos de 2023, se tornar uma ação perene, poderemos nos tornar efetivamente o “País do Forró”.

Consequentemente, empregos serão gerados. Com o turismo alavancado, mais investimentos virão e com estes, nossas cobranças de melhorias em todas as demais áreas, e enxergaremos então um desenvolvimento mais justo para todos.

Anavan!

Publicado originalmente em https://fanf1.com.br/2023/06/04/afinal-os-milhoes-gastos-nos-festejos-juninos-sao-ou-nao-uma-politica-de-pao-e-circo/

https://www.youtube.com/watch?v=-HfJbDMFm1s


Temos o circo, falta o pão e educação!!! 

Gildo Alves Bezerra* 

"Sergipe é o país do forró"

Entendemos a liberdade poética de  Rogério em dizer que "Sergipe é país". E levando em conta as devidas  proporções acreditamos que da mesma  forma que "Asa Branca", de Luís Gonzaga, Humberto Teixeira... , representa o hino do nordestino. 

Também "Chamego Só", -"Sergipe é país do forró" como popularmente  é conhecida deve ser o Hino dos Sergipanos durante os festejos juninos. E nos representa perante os demais brasileiras(os) e pode ser fonte de atração turística para geração de emprego e renda: hotéis, bares, restaurantes, taxistas, músicos sergipanos e nordestinos etc. Ganham com o investimento em políticas culturais. 

Mas, devemos ressaltar que se faz necessário pensar e agir para investir em outras políticas públicas: segurança alimentar,  agricultura familiar, alimentação escolar: saudável e variada, valorização dos profissionais da educação pública, bibliotecas escolares, melhoria da condições de trabalho, geração de emprego e renda, saúde etc. 

O funcionalismo público de Sergipe vive o desgoverno. Os nossos direitos são negados e cada vez somos taxados- a exploração e expropriação.

Com construir um Brasil Nação onde dentre outras políticas públicas a saúde e educação não são prioridade!!!! 

Aí! Que saudades 

Onde alguém parava LER "a leitura do mundo e da palavra " .  E então, pautamos os governantes autoritários,  utra-conservadores.

Ainda tínhamos avanços nos direitos políticos e sociais da classe trabalhadora.

Ultimamente vivemos um cenário de horrores. 

Como pensar e agir enquanto governantes 

Sejam municipais, estadual ou federal 

Sem devida valorização do funcionalismo público? Chega de massacres não reajustar,  não pagar os pisos salariais de diversas categorias profissionais!!!!!

E mais, ainda reajustar taxas de determinados serviços públicos: energia elétrica, água, IPES- SAÚDE, IPVA, IPTU...

A piada é de muito mal gosto!!!! 

Para quem eles governam?

Na parceria público-privado 

Quem são seus sócios?

Se patrão manda e desmanda 

Os(as) trabalhadores(as) têm vez e voz?

O porquê dos silêncios e dos esquecimentos? 

O que nos cabe neste latifúndio...

O cenário dramático de privatização 

Não nos permite ficar calados...

Enquanto, classe trabalhadora 

Temos que ter lado. 

Senão, "É de bom tamanho, nem largo nem fundo

É a parte que te cabe deste latifúndio

É a parte que te cabe deste latifúndio". 

* Trabalhador, professor de História e ativista político-social, pai de educandos da "escola pública" sergipana etc

Comentário

Zezito de Oliveira

Gildo foi muito feliz com o título, mas  faltou desenvolver a crítica ao "país do forró" como um flash, como um tempo passageiro, fugás... Apenas durante o mês de junho. Faltou a percepção de destacar a importância de uma política cultural de base comunitária e permanente, comunitária incluindo o espaço escolar... Muito necessário nesse tempo em que vem a tona com muita força, Luiz Gonzaga, quadrilhas juninas, comidas típicas do ciclo junino e outros ícones importante, sem prejuízo da segunda parte do texto





Arraiá do Povo em Aracaju recebe críticas e passa por mudanças na estrutura após primeira noite de festa

A primeira noite de festa no Arraiá do Povo, na Orla de Aracaju, ocorreu na quinta-feira, dia 1º, e recebeu diversas críticas em uma publicação nas redes sociais do Governo de Sergipe. Após os comentários negativos, o órgão anunciou mudanças na estrutura do evento.

Um dos comentários reclamou da desorganização da festa, mencionando que muitas pessoas que vieram de fora não conseguiram entrar, causando constrangimento. Outra internauta que também não conseguiu entrar criticou a falta de espaço, o fechamento dos portões às 22h e a falta de consideração do governo pelos usuários do evento. Ela ressaltou que o evento, que deveria ser aberto para turistas, não ofereceu condições adequadas para receber o público, especialmente aqueles que chegam mais tarde devido ao trabalho.

Além da falta de espaço, foram apontados problemas como buracos na pista de dança, falta de bebidas, filas extensas durante as revistas antes da entrada e falta de iluminação. Outro comentário destacou a falta de organização e a ocupação desnecessária de espaço por parte dos bares, sugerindo que o teatro seria um local mais adequado para assistir aos shows.

O Arraiá do Povo tem duração de 30 dias e contará com mais de 250 atrações, incluindo artistas sergipanos e nacionais, trios de forró e apresentações de quadrilhas juninas. Na primeira noite, as apresentações ficaram por conta de Erivaldo de Carira, Mastruz com Leite e Dorgival Dantas.

Em nota, o Governo de Sergipe informou que, após uma reavaliação feita após o primeiro dia do evento, foram ampliadas em mais de 50% as entradas de acesso à Arena de Shows, oferecendo agora 26 opções de entrada. Também foi criado um acesso secundário pela lateral da Delegacia de Turismo. A sinalização dos acessos à festa foi reforçada para facilitar a entrada e saída do público.

Em parceria com a Energisa, patrocinadora do evento, foram realizadas melhorias na iluminação, o que contribuirá para a segurança e a mobilidade do público. O sistema de som também será utilizado para fornecer informações sobre as entradas e saídas da Arena de Shows.

O complexo do Arraiá do Povo tem capacidade para cerca de 35 mil pessoas, sendo 20 mil na Arena de Shows. A organização enfatizou a alta rotatividade do público durante os festejos. Também haverá uma comunicação mais efetiva com o público sobre a localização das entradas e informações sobre a lotação completa, visando garantir a segurança dos presentes.

Foi ampliada em 50% a oferta de banheiros femininos e foram feitas melhorias para garantir a privacidade das mulheres. O Camarote da Acessibilidade, que segue as normas técnicas, passou por ajustes para proporcionar mais conforto aos espectadores com deficiência.

Quanto às bebidas, a Ambev é a patrocinadora oficial e os produtos vinculados à marca podem ser comercializados no evento. O patrocinador disponibilizou um ponto de venda para os comerciantes cadastrados comprarem os produtos autorizados e gerarem renda extra.

A proibição de entrar na Arena de Shows com cooler ou isopor foi uma solicitação da Secretaria da Segurança Pública (SSP) por motivos de segurança do público.

Comentário

Maira Magno
Horrível, estragaram a festa.
Nossa, mas tá tudo ruim, não tem banheiro, não tem opção qd a banda para pq os shows não são alternados, a programação alternativa não está divulgada em lugar nenhum

Isabel Rodrigues Silva
Fui ontem e, infelizmente, essas "áreas VIP/ camarote" são realmente ridículas! O espaço está apertado e, antes de se chegar à grande área do palco, a gente passa por essas instalações sanitárias mal organizadas... Havia barracas fechadas, palco 2 não funcionava, coreto "Marluce" interditado (serve para quê?). Mas a galera já estava entrando com seu cooler, isopor, saco de gelo.... Um absurdo os preços cobrados e só havia um telão fora do palco principal... Felizmente, não estava chovendo, mas havia poças d'água por toda parte... O povão que se lasque, ao que parece... 😕




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