sexta-feira, 23 de junho de 2023

O país do forró que está matando a galinha dos ovos de ouro da sergipanidade. Entrevista na Rádio FAN com Joaquim Casaca de Couro

 

Vocalista da Casaca de Couro dispara: 

“Não há sergipanidade no forró do nosso estado” 

Na manhã desta sexta-feira, 23, o Jornal da Fan, da rádio Fan FM, recebeu Joaquim Antônio, vocalista da banda Casaca de Couro. Na oportunidade, o vocalista destacou o processo de desvalorização cultural do forró no estado de Sergipe.

“Eu considero a programação de muitos municípios daqui do estado, excludentes. Elas excluem os artistas sergipanos e o ritmo do forró nativo. A gente ouve muitos chefes do poder executivo, principalmente os prefeitos, utilizando a ideia de sergipanidade na sua oratória e no seu discurso, mas na prática isso não se concretiza. Quando um município deixa de lado os artistas locais, ele está deixando de lado também a cultura”, declarou Joaquim.

E complementa:  “O que vemos em Sergipe hoje é nada mais nada menos que um copia e cola. Todas as programações são praticamente iguais e elas excluem os artistas que fazem a cultura sergipana. Quem canta Sergipe é o artista sergipano e quando escutamos que “Sergipe é o país do forró”, poderia ser se os municípios se inserissem na sergipanidade”.

O vocalista destacou ainda que, por muitas vezes, a programação dos municípios se encontram fechadas por conta da contratação de empresários específicos, que acabam tomando à frente no processo de escolha dos artistas que estarão presentes nas festividades.

“A grande maioria das cidades sergipanas loteiam as suas programações para dois ou três empresários e aí fica a critério deles escolher os artistas sergipanos ou não. O problema é que a grande maioria deles não tem compromisso nenhum com a cultura sergipana, e sim com a questão financeira”.

O cantor revelou ainda que, pela baixa procura por parte da maioria dos municípios de Sergipe, a banda começou a fazer mais shows em outros estados e regiões do país.

“Já faz um tempo que nós optamos por fazer uma carreira fora de Sergipe e fazemos muitos shows no Nordeste e no Sudeste do país. Aqui no estado, a agenda é maior nos interiores, em municípios como Estância e Barra dos Coqueiros”, concluiu Joaquim.

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