terça-feira, 22 de abril de 2025

A comoção mundial em torno da morte de Francisco. .

 O Papa que conseguiu reunir os melhores sonhadores e construtores de um mundo novo, para além das fronteiras do catolicismo.

Francisco que foi amor da cabeça aos pés nos deixa este grande legado. Fora do amor não há salvação. Mas um amor real, concreto, que se estende daqui ao infinito. Gratidão! Gratidão! Gratidão! Se há um momento para tudo nessa vida,como nos ensina o Eclesiastes, este é o momento de agradecer em forma de oração e de outras maneiras, a forma como Francisco dedicou sua vida a manifestação do amor de Jesus Cristo. DEUS SEJA LOUVADO!

Zezito de Oliveira

Pronunciamento do Presidente do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo falecimento do Papa Francisco.

A humanidade perde hoje uma voz de respeito e acolhimento ao próximo. O Papa Francisco viveu e propagou em seu dia a dia o amor, a tolerância e a solidariedade que são a base dos ensinamentos cristãos.

Assim como ensinado na oração de São Francisco de Assis, o argentino Jorge Bergoglio buscou de forma incansável levar o amor onde existia o ódio. A união, onde havia a discórdia. E a compreensão de que somos todos iguais, vivendo em uma mesma casa, o nosso planeta, que precisa urgentemente dos nossos cuidados.

Com sua simplicidade, coragem e empatia, Francisco trouxe ao Vaticano o tema das mudanças climáticas. Criticou vigorosamente os modelos econômicos que levaram a humanidade a produzir tantas injustiças. Mostrou que esse mesmo modelo é que gera desigualdade entre países e pessoas. E sempre se colocou ao lado daqueles que mais precisam: os pobres, os refugiados, os jovens, os idosos e as vítimas das guerras. e de todas as formas de preconceito.

Nas vezes em que eu e Janja fomos abençoados com a oportunidade de encontrar o Papa Francisco e sermos recebidos por ele com muito carinho, pudemos compartilhar nossos ideais de paz, igualdade e justiça. Ideais de que o mundo sempre precisou. E sempre precisará.

Luiz Inácio Lula da Silva

Presidente da República 

Brasília. 21 de abril 2025


MEDITAÇÃO DO Pe. MANOEL GODOY
Morreu o Papa. Esta frase está gravada na minha vida desde os quase 5 anos de idade, quando da morte de Pio XII. Depois dele, João XXIII, Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II, Bento XVI e, agora, Francisco. É sempre um momento de comoção para nós cristãos-católicos, mas o falecimento de Francisco me dá a sensação de alguém da família que se vai. Ele soube ser um papa tão próximo, amigo e conselheiro dos momentos que a gente mais precisava. Ele reforçou a Igreja em saída para as periferias geográficas e existenciais, corrigindo a rota de auto referencialidade na qual estávamos mergulhados há três décadas. Do centro para a margem, como nos dizia Dom José Maria Pires. Foi o que aprendemos com Jesus: de Jerusalém para Nazaré. Pobres, pretos e periféricos; migrantes e mulheres; povos originários e portadores de todo o tipo de deficiência, esses eram os interlocutores privilegiados desta Igreja em saída, defendida por Francisco. O que nos consola é saber que quem passa pelo mundo fazendo o bem é recebido na eternidade pelo Supremo Bem. Vá Francisco e nos deixe profundamente inspirados pela alegria do Evangelho, anunciado sobretudo aos pequeninos do Reino! 

Meditação do Monge Marcelo Barros

Queridos irmãos e irmãs, 

O Cristo ressuscitou e a partir daí, toda partida se torna Páscoa e encantamento. 

Neste dia, ao pensar na Páscoa do Papa Francisco, diversos sentimentos me vêm ao coração. 

Nesse momento de despedida, eu e muitos de vocês temos a sensação de ter perdido alguém próximo a quem conhecemos pessoalmente e com o qual convivemos, como no cotidiano da vida. 

Antes de tudo, damos graças a Deus pelo testemunho evangélico de Francisco, por tentar, o mais possível, humanizar o Vaticano e a Igreja. Gratidão, principalmente, por ter tentado revalorizar as Igrejas locais e proposto a sinodalidade como modo normal de toda a Igreja ser. 

Será necessário um tempo maior para avaliar o quanto o Papa Francisco conseguiu renovar as estruturas e tocar nas mentes e corações das pessoas. Talvez se possa dizer dele o que, conforme os evangelhos, os guardas do templo disseram de Jesus, ao explicarem aos chefes, porque não o tinham prendido: “Nunca, ninguém falou como esse homem” (Jo 7, 46). 

Do mesmo modo que ocorreu com Jesus, o Papa Francisco foi um profeta que falou ao coração de muita gente do mundo. No entanto, nos ambientes eclesiásticos, ainda há muita gente importante que sente, como aquele padre que, já há alguns anos, confidenciou à imprensa: “matar o papa é pecado, mas rezar para que ele morra, não é”.  

A extrema polaridade que divide hoje o mundo não entre direita e esquerda, mas entre civilização humana e barbárie, fere profundamente a Igreja Católica e outras Igrejas. Mesmo entre nós, há irmãos que não se dão conta de que a contradição é estrutural e não se trata de perguntar o que se espera do próximo papa e sim, a partir da experiência do Papa Francisco e do seu quase nenhum êxito nos ambientes do clero, se é possível Papa sem o modelo de Igreja-Cristandade como religião civil e como seria a função do Bispo de Roma como primaz da comunhão das Igrejas locais em uma futura Igreja realmente sinodal. 

Que do céu, o Papa Francisco, a partir da Cruz que ele viveu em seu ministério, interceda por nós para sabermos ser fieis ao Evangelho de Jesus e ao seu projeto no mundo.

#Partiu céu

É perceptível nos últimos dias, um claro sentimento de orfandade! E não somente por parte dos católicos. Durante mais de uma década, nos habituamos a ver em Roma alguém que nos representava, que nos entendia, que nos aconselhava e nos justificava. Era um papa que atendia pelo nome de Francisco para os “íntimos”, ou seja, para todos! O dia 21 de Abril amanheceu cinzento, com a timidez de alguns raios solares penetrando as nuvens. Lá longe, no Vaticano, às 7.35 h um homem vestido de branco adentrava os portões da eternidade. O Papa que veio “do fim do mundo”, despedia-se deste mundo surdo e insano a quem tantas vezes quis falar. De fato, Francisco deixou para trás uma humanidade ferida e uma “Casa Comum” mais insegura e perigosa para se viver, do que encontrou em 2014. É uma lástima, mas é a pura verdade. 

Se se dizia que em João XXIII um cristão virou papa, é com propriedade que afirmamos que em Francisco, um homem se fez papa! A humanidade se revia em Francisco, porque nele, o papado desceu ao chão da fábrica, às periferias existenciais e as compreendeu. Ele, mais do que nenhum outro, soube traduzir o Evangelho em linguagem “nossa”, na língua universal entendível pelos que acreditam e sonham com um mundo diferente. Pelos humildes que se identificam com os ideais de Jesus Cristo, mesmo que formalmente não pertençam à Igreja. Eis o humanismo de Francisco! 

Beira as raias do impossível traduzir a riqueza do legado de Francisco. Coube muita vida em dez anos de pontificado! A escolha do seu nome (diz ele que foi sugestão do nosso cardeal dom Claudio Hummes) traçou logo de início o seu plano de vida no Vaticano. Francisco de Assis, morto há 800 anos, é sem dúvida a sua grande inspiração. O papa argentino, apesar de jesuíta, é franciscano por excelência! Logo de caras, manifestou uma grande preocupação com o Meio Ambiente; não se tratava de simples ecologia e sim de teologia! O Papa refletia que o ser humano não tem o direito divino de destruir, mas de cuidar! As obras da criação são também obras de Deus e “Ele viu que tudo era muito bom”! Nisso ele foi inédito e oportuno. Sua encíclica Laudato Si será inesquecível. No entanto, o mundo das mudanças climáticas e dos fenômenos extremos parece surdo!

Francisco captou com uma sensibilidade epidérmica extraordinária, a questão dos migrantes e refugiados. Não se conformava que países e continentes exportadores de armas, com baixíssimos índices de natalidade, se negassem a receber essa gente que fugia precisamente de guerras, pobreza e clima inóspito. Trata-se de uma imoralidade, segundo Francisco! Nessa linha, não hesitou em escrever uma carta contundente aos bispos americanos, logo após Trump assinar os seus primeiros decretos de expulsão de emigrantes. Foi tão perentório, que o mesmo Trump o convidou a “cuidar das questões do Vaticano”! A situação se amenizou, exatamente na visita do vice presidente J D Vance, que teria sido a última audiência de Francisco! 

Francisco ultrapassou inúmeras barreiras. É um papa “católico” no sentido pleno termo! Cristãos, judeus, muçulmanos, “todos todos”, como repetiu em Lisboa, na Jornada Mundial da Juventude. Ninguém fica de fora, com Francisco. A Eucaristia, não é prêmio para os “bons”, mas remédio para quem está a caminho. A Igreja não é uma “alfandega da fé”, mas tem que reproduzir a misericórdia do Senhor, sendo “boa samaritana”. Ninguém pode julgar ninguém. Se é homossexual ou não, é uma questão tremendamente secundária e ínfima para Francisco. Os líderes católicos devem andar “na frente do rebanho, no meio e atrás, porque o rebanho também sabe onde quer chegar”. Há novidade no ar! Há ventos de mudança que não podem ser dominados facilmente! Há uma Igreja que irrompe dentro das estruturas da própria Igreja e que ninguém pode segurar. 

Partiu Francisco. Sabíamos que esse dia chegaria. Partiu na Páscoa. Não é um detalhe para os crentes! Despediu-se solenemente, na mesma janela onde se anunciou pela primeira vez há anos atrás. E foi assim que o vimos. Dizendo um até logo, enquanto sorridente caminhava de mãos dadas com Aquele a quem serviu com esmero, dedicação e alegria. Esse é o “nosso Francisco”. Mostrou-nos um Deus tão próximo, que até o podíamos tocar! 

Padre Manuel Joaquim R. dos Santos

Arquidiocese de Londrina


"Queridos jovens, queria olhar nos olhos de vocês e dizer: Não tenham medo!"

Hoje, 21 de abril, o nosso querido Papa Francisco fez sua Páscoa. Apaixonado pelas juventudes, o primeiro Papa latinoamericano da história, promoveu ações e mudanças importantes, sempre com doçura e carinho, tal qual um pastor que protege suas ovelhas. 

Inspirado em São Francisco de Assis, defendeu a casa comum, criticou modelos econômicos dilacerantes e sempre sonhou com uma Igreja pobre para os pobres, onde todos tivessem lugar. Em sua carta enviada ao Encontro Nacional da Pastoral da Juventude em 2015, em Manaus, nos chamou a sermos "profetas da esperança" e é esse chamado que hoje ressoa ainda mais forte em nossos corações.

Ainda celebrando a Ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo, elevamos nossas mãos aos céus e pedimos a ele que zele pelo nosso Francisco.

GRATIDÃO, QUERIDO FRANCISCO!

#PapaFrancisco #PJeuAcredito #SomosIgrejaJovem #ResistênciaEMissão #CirandaDoBemViver #GuarnicêDaEsperança #GritarAUtopiaDoReino



Papa Francisco não é um nome, mas um projeto de Igreja. Por Leonardo Boff



QUANDO UM PAPA MORRE NA PÁSCOA !  
Pe Zezinho scj ||||||||||||||||||||||||||….||
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Não sei o que isto significa para vocês, mas para mim , padre catequista por 60 anos,  é simbólico .  
Ele sabia ! Foi lá dar a última palavra e a última benção  no dia da Páscoa.  
Para outras religiões PÁSCOA é passagem. Para nossos irmãos hebreus e israelitas era o dia da sua esperançosa e sofrida  libertação .  
Por 40 anos tinham  atravessado o deserto enfrentado todos os perigos da travessia . Mas nunca mais voltariam à escravidão do Egito. 
Com Moisés , sabiam que haveria outras escravidões. Não estava tudo concluído .  Haveria outros desafios .  Então a Páscoa para eles , era e é fundamental ! 
É dia de Libertação Continuada.  
                   ***
Para nós cristãos , católicos , ortodoxos e evangélicos também é dia do cordeiro imolado ! Foi o dia em que Jesus venceu a morte e ressuscitou de madrugada !  
Temos nossas diferenças , mas nisso somos iguais : é dia de LIBERTAÇÃO . Eu prego esta Teologia Bíblica que nada tem de marxista . Sem Libertação não há futuro ! 
Para o Papa que acaba de morrer,  é dia não de luto mas de despedida e de gratidão,  e não só para os católicos . FRANCISCO BERGOGLIO  mostrou-se um Papa totalmente Católico: veio para todos .  ( kat holos) 
A todos abrangeu . Cristãos , judeus, muçulmanos , incluiu todos . Discordava com gentileza , e sem odiar . Pedia perdão quando falhava . Não excluía ninguém,  mesmo quando não concordava . 
Ao dar seu último passeio pelo Vaticano ele sabia que estava se despedindo . E ao pedir que orassem por ele , ele sabia que estava começando sua PÁSCOA de dois meses de sofrimento .  Ele sabia ! 
Jesus o chamou no dia da Páscoa! Nunca teve medo e não seria agora que teria. 
Deu um “ciao , adio, hasta la vuelta, Good Bye , inté , e um “a gente se vê se Deus quiser !” 
Quem tentou romper com ele perdeu . Quem ficou com ele venceu . Não haveria retorno ao passado saudosista .  
Como com todos os sete Papas dos últimos 60 anos ,  viveu uma catequese continuada , sempre com as devidas correções, mas nunca foi uma volta ao passado !  
O Papa Francisco Bergoglio  descansou solenemente no dia da Ressurreição de Jesus.  Que linda mensagem de um Papa que fez sua Páscoa no dia da Páscoa ! 
Para mim ele foi mais um santo  que Deus me deu a graça de conhecer . Nossa Igreja teve  muitos deles nesses 60 anos de Concílio.    Afinal somos a Igreja peregrina do Concílio, do diálogo e do pão repartido !
E Francisco Jorge Bergoglio foi mais um deles !  
Continuou a mesma atualização  desses últimos 20 séculos porque o Rio da Fé católica não corre para trás ! Nas águas do Reino de Deus inaugurado por Jesus ainda não correm  leite e mel .  O mundo está longe  de ser um paraíso de centro, de direita ou de esquerda .  E os crentes incapazes de fraternidade ainda acham que Deus escolheu apenas ovelhas do seu cercado !..  
O ancião de 88 anos que acaba de morrer deu mais um passo para a frente . Incluiu todos os go-el  do nosso tempo. Go-el eram o que não pertenciam a nenhum grupo! Só tinham Deus por eles !  E Francisco de Buenos Aires tentou incluir todos . 
Francisco de bons ares , abriu  as portas da Igreja EM SAÍDA para que nossa Igreja não acabasse uma igreja SEM SAÍDA ! 
O Mundo será melhor porque ele aceitou ser mais um dos Papas dos pobres, do ecumenismo  , do sínodo  , de quem caminha junto e senta junto para dialogar com todos  os povos ! Todos eles foram frutos do Concílio desses 60 anos de mudanças urgentes e necessárias !


Leonardo Sakamoto 

Os que lamentam a morte do papa Francisco, nesta segunda-feira pós-Páscoa, são muitas vezes mais numerosos do que aqueles que a celebram – apesar de não podermos desprezar a quantidade de babacas no mundo. O ódio à defesa da compaixão por Jorge Mario Bergoglio comprova que muitos cristãos são incapazes de entender as palavras que estão na fundação de sua própria fé. 

Isso lembra uma citação atribuída ao já falecido Hélder Câmara, arcebispo de Olinda e Recife, que lutou contra a ditadura e esteve sempre ao lado dos mais pobres: “Se falo dos famintos, todos me chamam de cristão, mas se falo das causas da fome, me chamam de comunista”.

Em seu último discurso, a mensagem “Urbi et Orbi”, neste domingo, Francisco lembrou que “o mal não desapareceu da nossa história e permanecerá até ao fim”. Mas que o amor venceu o ódio, a verdade venceu a mentira e o perdão venceu a vingança. Só que o caminho passa por reconhecer no outro um igual e caminhar junto a ele. E isso é insuportável para um grupo de pessoas que não quer dividir o pão e a mesa, apenas ceder as migalhas que caem no chão.

Desde que o papa Francisco passou a lutar pela vida, um rosário de autointitulados cristãos torcendo por sua morte nas redes sociais. A principal razão é de que seria comunista. A acusação não foi novidade. Ele mesmo tratou do assunto em uma entrevista ao canal C5N, da TV argentina, em 2023: “Minha carta de identidade é Mateus 25. Leia Mateus 25 e veja se quem escreveu era comunista”.

Evangelho de Mateus, capítulo 25, versículos 35 a 40: “Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me. Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes me ver. Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? Ou com sede, e te demos de beber? E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? Ou nu, e te vestimos? E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.”

Sim, perdoai. Pois eles sabem exatamente o que fazem (íntegra do texto no UOL)

2025.04.20 Santa Messa di Pasqua seconda parte e Benedizione Urbi et Orbi  (Vatican Media)


Papa Francisco, as últimas horas serenas e o “obrigado” por voltar à Praça
Entre as últimas palavras do Papa estavam seu agradecimento ao seu assistente pessoal de saúde, Massimiliano Strappetti, por tê-lo encorajado a fazer sua última volta no papamóvel no último domingo, após a Urbi et Orbi. Descanso à tarde, um jantar tranquilo, e depois ao amanhecer do dia seguinte o derrame cerebral, o coma e a parada cardiorrespiratória irreversível.
Salvatore Cernuzio – Vatican News

“Obrigado por me trazer de volta à Praça.” Entre as últimas palavras do Papa Francisco está a de agradecimento a quem, durante esse período de doença e muito antes, cuidou dele: Massimiliano Strappetti, o enfermeiro que – como ele disse uma vez – salvou sua vida ao sugerir que ele se submetesse a uma cirurgia de cólon e que o Pontífice então nomeou seu assistente pessoal de saúde em 2022. Ao seu lado durante todos os 38 dias de internação no Hospital Gemelli e vinte e quatro horas por dia durante sua convalescença na Casa Santa Marta, Strappetti esteve com o Papa no Domingo de Páscoa, durante a Urbi et Orbi. No dia anterior, eles foram à Basílica de São Pedro para rever o "percurso" a ser feito no dia seguinte, quando Francisco apareceria do balcão central da Basílica de São Pedro.

O abraço à multidão
Depois daquele momento, na manhã de domingo, na sacada central da Basílica Vaticana, quando os 35 mil fiéis iniciais se tornaram 50 mil, o Papa fez uma última e significativa surpresa indo à Praça São Pedro para um giro de papamóvel. Não sem um certo medo inicial: “Você acha que eu consigo?” perguntou ele a Strappetti que o tranquilizou. Daí o abraço à multidão e em especial às crianças: o primeiro giro após sua alta do Hospital Gemelli e o último de sua vida.

Cansado, mas feliz, o Papa agradeceu ao seu assistente pessoal de saúde: “Obrigado por me trazer de volta à Praça”. Palavras que revelam a necessidade do Pontífice argentino — que fez do contato humano direto a marca registrada de seu pontificado — de retornar ao meio do povo.

As últimas horas
Francisco descansou durante a tarde e jantou tranquilamente. Por volta das 5h30 da manhã, surgiram os primeiros sinais de indisposição, com a ação imediata de quem o acompanhava. Mais de uma hora depois, depois de ter acenado a Strappetti, deitado na cama de seu apartamento no segundo andar da Casa Santa Marta, o Pontífice entrou em coma. Não sofreu. Foi tudo muito rápido, conta quem esteve ao seu lado nos últimos momentos.

Uma morte discreta, quase repentina, sem longas esperas e sem muito alarde para um Papa que sempre manteve suas condições de saúde em segredo. Uma morte que ocorreu no dia depois da Páscoa, no dia depois de ter abençoado a cidade de Roma e o mundo, no dia depois de ter novamente, depois de muito tempo, abraçado o povo. Aquele a quem, desde os primeiros momentos de sua eleição, em 13 de março de 2013, tinha prometido um caminho “juntos”.

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