Excrescência educacional da extrema direita se expande no estado mais populoso do país e policiais aposentados sem formação darão orientação política aos jovens.
Pelas regras do “currículo paulista das escolas cívico-militares”, PMs aposentados farão papel de professores dos jovens alunos e darão aulas a eles de política e ética. Sim, você não leu errado. Servidores militares de uma corporação considerada uma das mais violentas e letais do Brasil, alinhada de primeira hora do bolsonarismo, e sem qualquer formação acadêmica ou pedagógica, ficarão responsáveis por ensinar à juventude preceitos políticos e noções de ética na sociedade.
No modelo, essas aulas serão consideradas atividades extracurriculares e os mesmos PMs, que trabalharão desarmados, serão os responsáveis pela segurança da unidade e pela entrada e saída dos alunos. O formato descabido de “escola” já se mostrou um fracasso em números e foi descontinuado pelo governo federal após uma decisão do presidente Lula (PT). No documento que pôs fim a essas escolas, o MEC constatou que elas induzem ao desvio de finalidade das Forças Armadas e das forças de segurança.
A longa luta árdua e renhida pela educação humanista e democrática em nosso país
Estamos claramente diante de dois projetos de educação e de país para serem discutidos a partir de agora e cuja decisão acontecerá em 2026 . Ou de três, um mais autoritário, representado pela corrente de extrema -direita. O outro menos autoritário, representado pelo pensamento neoliberal visando a formação de uma grande multidão de trabalhadores, "empreendedores" e consumidores, alienados e passivos e o terceiro, democrático e humanista, o que vem sendo perseguido desde as escolas Parque idealizadas por Anísio Teixeira, anos 1930 e 1950 no Rio de Janeiro e na Bahia, até os CEUs da Marta Suplicy (primeira década deste século), passando pelo Sistema de Ensino Vocacional , existente em plenitude, antes do golpe militar de 1964, e que conseguiu resistir até o final da década de 1960 em São Paulo sob a liderança de Maria Nildes Mascellani, e pelos CIEPS no Rio de Janeiro , liderados pela dupla Darcy Ribeiro e Leonel Brizola nos anos de 1980.
Logo, mais uma vez, em 2026, estaremos diante da disputa de um projeto de educação e de país que passa pela escolha entre civilização e barbárie. A lembrar , se trata de uma escolha que envolve não apenas a disputa pela presidência, como pelo parlamento. Do contrário, poderemos continuar tendo que conviver com ministros da educação que representem o pensamento menos autoritário , mas também, das fundações empresariais que tratam a educação pública como um grande negócio a serviço da formação de uma força de trabalho e consumidora passiva e alienada ou pior, com o pesadelo que pode representar a expansão para todo o país do que está sendo implantado no Estado de São Paulo por Tarcisio de Freitas, a lembrar, antecedido pelo que foi implantado pelos governos do PSDB durante vários anos, inclusive culminando com ocupação de escolas pelos estudantes entre novembro de 2015 e o início de 2016.
Zezito de Oliveira
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