Roda de Conversa: O teatro como educação popular na Aracaju dos anos de 1980

Será nessa sexta-feira (05/05/2023) a partir das 16 horas, na sede da Escola de Arte Valdice Teles, localizada em frente ao Teatro Atheneu. Endereço: R. Vila Cristina, 354 - São José, Aracaju - SE. Importante chegar antes do horário para garantir a vaga, por conta das limitações do espaço.

O mediador/provocador será o professor Zezito de Oliveira, acompanhado da professora Gilvanete de Melo, respectivamente  a época,  jovem agitador/educador cultural e ator aprendiz no esquete teatral "A Fabricola de Cimento do Fabricador Maluco" e adolescente e atriz aprendiz  no mesmo esquete e na peça "O Macaquinho D"Angola" do Grupo Pipiri, sucedâneo do Projeto Pipiri... 

Resumo

Nos anos de 1980 o Brasil , Sergipe incluído,  estava buscando retomar o caminho democrático  bloqueado pela ditadura empresarial-militar instalada a partir de abril de 1964.

Essa retomada da democracia, a custa de muita luta, sofrimento e até mortes, foi coroada com uma série de acontecimentos nesta década , como a anistia, a vitória da oposição no colégio eleitoral, a instalação da assembléia constituinte, o fim da censura, a criação do mInistério da cultura e no final da década, a primeira eleição direta para presidente da república depois de 25 anos de ditadura.

E como base impulsionadora para a conquista destes avanços no plano geral, iremos encontrar em muitos lugares do nosso imenso país, ações culturais e educativas,   como a desenvolvida pela Associação dos Moradores do Bairro América, através do teatro apresentado nas escolas, nas praças e na sede da associação como uma maneira  de traduzir em linguagem de melhor compreensão os temas da conjuntura da época, inclusive do bairro América, às voltas com o problema da poluição da fábrica de cimento.

Roteiro

1- A importância do investimento em teatro e outras linguagens artisticas no processo educativo-cultural desde a primeira infância, e com overdose na adolescência, junto com esportes e atividades de interação com o meio ambiente. Frase inspiradora " Quem não dormiu no sleeping bag nem sequer sonhou" Gilberto Gil . Da canção "O sonho acabou"

2 - O impulsionamento cultural a partir do final da década de 1970 em diante, provocado pela necessidade de lutar contra a ditadura com as armas da cultura e da comunicação. Como isso influenciou na formação da geração que retomou a caminhada daquela abatida em pleno vôo de crescimento em um  Brasil "irreconhecivelmente inteligente"  do periodo que antecedeu o  golpe de 01 de abril de 1964.

Frase inspiradora: Antes do golpe de 1964 "O Brasil estava irreconhecivelmente inteligente" Roberto Schwarz. Do texto "O Pai de Família e outros estudos"

3- O reflexo do baile das ações culturais de democratização cultural e de educação popular em um bairro na periferia, América, de uma capital periférica, Aracaju. A criação da AMABA em 1983 e a eleição de Jackson Barreto para prefeito de Aracaju em 1985. A convergência da periferia de Aracaju e seu centro de poder por meio da arte engajada. A Nova República fazendo respirar novos ares, mesmo em aliança com uma parte das velhas oligarquias. 

Canção inspiradora - É, de Gonzaguinha

"É!  A gente quer viver pleno direito
A gente quer viver todo respeito
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação."

4- A realidade de organização comunitária no Bairro América dos anos de 1980 com inspiração na pedagogia de Paulo Freire, na Teologia da Libertação e no Teatro do Oprimido de Augusto Boal. Embora tudo isso por fora da academia ou de centros intelectuais. Embora em 1988 tivemos a criação do Centro Sergipano de Educação Popular, o qual contou com substancial contribuição da AMABA.

5 - O teatro na AMABA (1983 a 1985) e o Projeto Pipiri, parceria da Associação de Moradores e Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (1986 a 1988).