Ser ou estar feliz não é apenas uma conquista individual, é também e principalmente resultado de uma sequência de lutas e conquistas coletivas, lutas e conquistas em comunhão.
Daí o tema da nossa fala inspiradora/instigadora na edição
381 do Ensaio Secreto ter sido “literatura e a construção da felizcidade” dentro do espirito de
comemoração dos 168 anos de Aracaju , realizado na última sexta-feira, 17 de Março de 2023.
E para começar no tom ou na sintonia certa, cantamos
coletivamente “Menina amanhã de manhã” do genial e querido Tom Zé, diga-se de
passagem com a alegria e afinação de um grupo de mulheres artistas presentes a roda de conversa.
Importante lembrar a recepção calorosa de João Victor,
produtor do Ensaio Secreto, assim como da equipe de apoio, dos
proprietários do espaço cultural 1AGallery. Sobre este, o impacto visual, o bom gosto e o aconchego
do local, nos deixou muito a vontade. Só Alegria!
Um outro bom lugar em Aracaju para quem gosta de arte de
prima em um ambiente confortável e alternativo.
Durante a fala, quando
comecei a falar das Leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo, expliquei o porquê da
escolha da canção de Tom Zé para abrilhantar o começo da nossa conversa,
considerando a explosão de criatividade em matéria da produção cultural gerado
pela existência da primeira Lei Aldir Blanc 1, sendo que a Lei Aldir Blanc 2 se estenderá por
mais quatro anos, além deste ano que corre.
Na ocasião,
disse o quanto custou e
continuará custando em matéria de organização, formação e articulação politica,
além da mobilização, para que as leis citadas possam alcançar os ideias
propostas de democratização do acesso a produção e fruição cultural, assim como
a descentralização territorial e a desconcentração dos recursos em termos de
linguagens e segmentos culturais.
De forma sincrônica, conceito de Jung, recebo após o final da reunião no whatsapp um texto do Célio Turino tratando entre outras questões da luta no parlamento e na sociedade para se obter a aprovação da Lei Aldir Blanc 1 e Paulo Gustavo, principalmente da primeira. Antes, durante a roda de conversa afirmei que essa história da luta e da conquista das leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo precisa ser melhor contada e difundida, incluindo no formato documentário audiovisual.
Leia o texto AQUI
Logo, a construção e consolidação da felizcidade traz
consigo suor e lágrimas. Mas os resultados são recompensados com as flores e
frutos. Haja visto o que aconteceu com a
quantidade e qualidade da produção cultural gerada pela aplicação dos recursos
da Lei Aldir Blanc 1 no período da pandemia do coronavirus.
No final falei de Mário Jorge grande referência brasileira
da poesia contemporânea, nascido em Aracaju
no ano de 1946 e morto prematuramente em um acidente de carro no ano de
1973 em nossa cidade.
Na oportunidade,
lembrei de como o conceito antigo e ultrapassado de comemorar o
aniversário da cidade continua presente.
Fosse uma gestão municipal realmente antenada com o passado, com o
presente e com o futuro de forma junta e misturada, experenciaríamos um grande sarau literário
alusivo a data, acompanhado de exposição histórico-literária, isso tudo realizado
em vários locais da cidade, incluindo as áreas da periferia da cidade.
Para fechar fiz a leitura da poesia de Mário Jorge
intitulada:
Viver
para que?
Se os desonestos têm a vitória.
Enquanto os sérios, só as vezes
Vem de longe, um pouco de glória.
Viver
como?
O mau sempre pisando
Sem dó, o bom, o são.
Felizes as plantas, que vivem
vegetando
Felizes elas que não tem coração.
Viver?
Aonde?
Se em todo lugar nesta terra
Tudo fede, é podridão,
nos cerca a maldade, a merda
Se todos são servos da ambição.
Para saber mais sobre Mário Jorge acesse o blog Literatura Sergipana.
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