Chamei mais alto e de forma efusiva os três nomes acima, quando avistei o icônico frade capuchinho que vinha da outra ponta do pequeno corredor que liga a sacristia da Igreja São Judas Tadeu a casa onde mora os frades da comunidade.
Surpresa! E como era fim de tarde e sem muita luz do sol, ainda no meio do trajeto, a
pergunta, quem é? Respondi, Zezito, da Amaba,
Frei... Ah!! Chegando mais perto, está diferente, cabelos brancos, diferente do
jovem que conheci.
É verdade! Lembrei dentro de mim, de um tempo onde era magro, com menos barriga e sem cabelos brancos, com muitos sonhos e muitos planos.
Também lembrei a ele de como está diferente e jovial, sem a
barba de sempre.
Houve até, quem pensasse nos anos 1980 na comunidade ser eu, talvez um já ou possível futuro frei, padre ou irmão
consagrado. Nem sei se brincando ou pouco informado, um jornal ligado ao meio
da cultura naquele tempo, me identificou na matéria como Frei Zezito.
Mas a despeito do tempo, a alegria e a esperança, como
esperançar, não diminuiu, nem a minha e nem a do Frei Florêncio. Foi assim que
escrevi na dedicatória, ao Frei Florêncio com alegria, carinho e agradecimento,
por tudo.
E tanto no primeiro, como no segundo dia, foi uma conversa
muito agradável, tranquila e alegre.
Bem diferente dos dias corridos dos anos de 1980 e de 1990,
mais na primeira década e menos na
segunda, isso porque a poluição da fábrica de cimento já não existia mais e a
AMABA com a ajuda da cooperação internacional e do prefeito de então, Jackson
Barreto, pode caminhar com as próprias pernas.
No caso das agências de cooperação internacional, CESE e
Visão Mundial, tivemos acesso aos recursos mínimos necessários para tocar o Projeto
de Reeducação, Cultura e Arte (Reculturarte) o qual também incluía o esporte e
um pequeno percentual para assistência social para as famílias dos meninos e
meninas cadastradas no Reculturarte, em especial compras de remédios e cestas
básicas em caso de emergência e mais extremos.
Já no caso do ex-prefeito tivemos o antigo prédio em ruínas
da Escola Santa Isabel reformado e liberado para sede da AMABA. Importante frisar
que após isso veio a intervenção na Prefeitura Municipal de Aracaju, e pouco contato
tiveram os dirigentes da associação com o homem público Jackson Barreto, embora esse tenha sido sempre considerado por todos que faziam a AMABA nos anos finais da
década de 1980 em diante.
Quanto as duas conversas com o frei, falamos bastante sobre
o passado e sobre o futuro...
O passado está presente no volume 1 do livro AMABA:Círculo
de Cultura e volume 2, este em fase de
elaboração.
Para saber mais sobre o livro, clique AQUI
Sobre o futuro com base no tempo presente, perguntei a ele como é viver na Itália, ele me colocou que vive bem, toma os remédios necessários e recomendados pelos médicos para cuidar da saúde, me disse que é comum encontrar pessoas com a idade que ele tem, 85 anos, uma população envelhecida, com taxa de mortalidade maior do que a taxa de natalidade. A longevidade da população ele pontuou ter grande contribuição do avanço das tecnologias ligadas a medicina..
Disse que é grande a população de muçulmanos por parte da
migração forçada em razão dos problemas de ordem econômica gerados ou agravados principalmente pelas guerras. Lembrou que uma grande mesquita foi construída em
Roma com a anuência do governo local e do Papa Francisco.
Disse que as igrejas tem pouco jovens, a maioria que frequentam
são pessoas idosas, diferente do Brasil.
Ai pensei comigo mesmo, até quando em nosso país? Daí as
admoestações lançadas pelo Papa Francisco a favor de uma igreja sinodal,
solidária e em saída.
Perguntei sobre Francisco e ele me disse que faz um trabalho
meritório, porém é mal compreendido por pessoas do próprio clero. E considera
um absurdo chamar Francisco de comunista, quando o que ele defende está em coerência
com o evangelho e com o magistério oficial da igreja...
Por sinal, a lembrança de chamar de Francesco ao avistá-lo um pouco distante, como já afirmei, se deu quando
avistei a foto do Papa Francisco na secretaria da igreja, sendo que Francesco, é
o nome de batismo de Frei Florêncio.
E assim fomos embora, com a sensação de quão bom foi conversar
com Frei Florêncio, percebi o mesmo no semblante dele.
Laudato Si – Louvado Seja!
Fratelli Tutti – Todos Irmãos!
Paz e bem!
P.S.: No segundo dia da conversa estivemos acompanhado do fotojornalista Marco Vieira.
No corredor citado está instalado uma bonita e informativa exposição em homenagem a memória do Frei Miguel e seus companheiros de jornada que chegaram ao Bairro América em Aracaju no ano que eu nasci, 1961. Vale a pena visitar, assim como o túmulo do Frei Miguel que está dentro da igreja...
Uma bela canção católica que inspirou a primeira pergunta que fiz a Frei Florêncio no segunda dia da nosso conversa..
https://www.youtube.com/watch?v=jgg-5k9gnV4
Nova geração em nova versão - Inclusive com uma fala potente do Pe.Zezinho.
https://www.youtube.com/watch?v=92aDF3-37dg
Abaixo, acréscimo em 20 de julho de 2023
"'Até os italianos, um povo de santos, poetas e navegadores, são agora pessoas de pouca fé'. Assim resume a revista cristã italiana Il Timone os resultados de um estudo divulgado na sua edição deste mês, que chegou esta quarta-feira, 19 de julho, às bancas."
Estudo revela Católicos italianos resumem-se a “pequena minoria” de jovens e idosos 7MARGENS | 20 Jul 2023
Interior da Basílica de São Pedro, no Vaticano. Os italianos que se declaram “crentes” católicos e que frequentam a igreja para ir à missa são apenas 13,8%. Foto: Direitos reservados. “Até os italianos, um povo de santos, poetas e navegadores, são agora pessoas de pouca fé”. Assim resume a revista cristã italiana Il Timone os resultados de um estudo divulgado na sua edição deste mês, que chegou esta quarta-feira, 19 de julho, às bancas. O estudo revela que mais de um terço da população italiana (37%) se declara “descrente”, enquanto os que se declaram “crentes” católicos e que frequentam a igreja para ir à missa são apenas 13,8%: uma “pequena minoria, formada por alguns poucos jovens e por fiéis idosos”. Encomendado pela publicação à Euromedia Reseach, o estudo revela ainda que, entre os que se declaram “crentes” e afirmam ir à missa pelo menos uma vez por mês, apenas 33% se confessam pelo menos uma vez por ano, 32% desconhecem o significado de “eucaristia”, e “66% dos praticantes confundem ou ignoram a definição de ‘ressurreição da carne'”. Quanto à prática da oração, um fiel em cada cinco afirma fazê-lo diariamente, e 96% respondem que rezam “ocasionalmente”. Entre os católicos “praticantes”, sete em cada dez afirmam acreditar no diabo. As conclusões da sondagem, assinala Il Timone, vêm na linha do estudo publicado, em 2021, pela própria Conferência Episcopal Italiana, que concluiu que, entre 1995 e 2020 (ainda antes da pandemia) a taxa de participação na missa havia baixado de 31,1% para 22%.https://setemargens.com/catolicos-italianos-resumem-se-a-pequena-minoria-de-jovens-e-idosos/?fbclid=IwAR1zkcJyTWadOAKlofFhrNzXp-CAgtYTHu-CThaHl1LljizXtYOOwkzQqUY
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