Razões:
Porque
atravessa questões de interesses de classe, sob o ponto de vista econômico e
politico.
Porque
para os interesses econômicos das classes dominantes não interessa em larga
escala a formação de público para artes que favoreça o pensamento racional, humanista, crítico emancipador
Historicamente
no Brasil, desde o golpe militar de 1964
os interesse de classe por dentro do estado, são atravessados por duas correntes distintas:
A
predominante é a corrente modernizadora conservadora (a partir de 1964) seguida
pela neoliberal (a partir do final do governo
Sarney, 1987/88 em diante) e recentemente a corrente neofascista (2018). As
quais se combinam no caso das duas primeiras e com a terceira há por parte destas
duas um
movimento de atração e repulsa
A
corrente minoritária é a corrente progressista
derrotada em 1964, mas que resiste desde então, até mesmo conseguindo espaços
dentro da fase terminal da ditadura empresarial-militar, caso da Embrafilme e da
Funarte. Mas isso, a despeito do incentivo a produção cinematográfica, as
politicas de formação de público no caso do cinema, via cineclubes ficaram em
segundo plano, por razões óbvias como dissemos acima.
Com
o fim da ditadura em termos formais, institucionais, a corrente progressista no
campo da cultura consegue marcar um importante gol de placa que foi a criação
do Ministério da Cultura em 1985, entretanto não se evoluiu tanto como o esperado, considerando a
presença minoritária do campo progressista mais a esquerda dentro das
estruturas de poder da chamada “Nova República”.
Com
a posse de Lula em 2003, passamos a
viver o melhor momento em termos de politicas públicas na questão de formação
de público desde 1964, mesmo assim,
ainda aquém das nossas necessidades e anseios, por conta do longo tempo
de jejum e abstinência de politicas públicas realmente efetivas para o campo da
cultura em razão do golpe de 01 de abril de 1964.
Da
área da literatura não temos muita memória de politicas públicas no campo da
formação de público, mas temos a memória de um movimento que parte de
escritores, produtores culturais, a maioria ligados a produção literária
independente, como é o caso da chamada poesia marginal na década de 1970, festivais literários (FLIP
2003) e principalmente os saraus
literários, slam, ressurgidos em anos mais
recentes...
Isso
veio a se refletir na formulação das propostas reunidas em um documento
entregue a Funcap no dia da oitiva de literatura..
Em
especial, em se tratando de formação de público, os itens 1.1 e 1.4
1.1 Ampliar o percentual de recursos
destinados para a área da Literatura pela LPG, considerando a necessidade de
atender ao ciclo completo de:
1 – Publicação. 2 - Formação de
Público. 3 - Divulgação. 4 - Circulação.
2 - Divulgação, se refere ao fomento em
formato jornalístico da divulgação em diversos meios, internet inclusive,
acerca de livros impressos , ebooks, áudio livros e eventos diversos ligados a
literatura.
3 - Formação de Público, significa atividades
relacionadas a oficinas , rodas de conversa e saraus literários.
4 – Circulação, significa o
fomento a feiras, festivais literários e similares.
1.4 - Ampliar o conceito de livro que
vem sendo aplicada nos últimos editais, garantindo o protagonismo cultural do
setor e/ou paridade com outros setores, visando o norte de projetos editoriais
contemporâneos, afinados com as demandas culturais tecnológicas irrefreáveis,
garantindo assim um melhor aproveitamento da verba de fomento e um produto competitivo
no mercado literário. Assim sendo, este fórum entende o livro, já assimiladas e
além das definições tradicionais, como uma plataforma midiática de acesso,
conexão de conhecimentos e transversalidade com outras linguagens artísticas e
didáticas. Por exemplo: edição de livro sobre música popular sergipana e
demonstração de célula rítmica em vídeo disponível em plataforma, acessado pelo
disponível em qrcode. Livro didático com conteúdo extensivo de video aulas
acessadas por qrcodes. Livro com link em qrcode para acesso ao audiolivro.
Propõe também ampliar o conceito de publicação de livros para além do tipo
escrito-físico, considerar o fomento a publicação de ebook, audiolivros,
incluindo nestes dois casos, livros já publicados, livros em braile e livros
para pessoas com baixa visão, atendendo o quesito ‘acessibilidade’ presente
essencialmente no uso das verbas públicas destinadas à editais. Considerando o
público de necessidade especial e atentos às formas de consumir literatura das
juventudes, ao qual as tecnologias e meios digitais são os caminhos
predominantes para acesso de conhecimento, lazer e serviços.
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