Na audiência pública realizada no dia de ontem na câmara de vereadores de Aracaju foi perguntado ao público presente se já tinham lido a Lei Paulo Gustavo e se estavam cadastrados no Mapa Cultural de Sergipe.
A resposta da maioria foi positiva. Surpreendeu? Não deveria. Um começo de resposta para isso, pode ser encontrada no link https://www.youtube.com/watch?v=0bflJNkrVos
A pergunta foi feita pelo jornalista e documentarista Pascoal Maynard, integrante do
alto escalão da equipe da Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (FUNCAP), boa escolha, por sinal.
Essa mesma pergunta foi feita pelo mesmo Pascoal Maynard a
um grupo de artistas, agentes culturais, professores e etc.. reunidos na cidade
de Boquim ( 83,5 km distante de Aracaju) por conta do governo itinerante, programa instalado
ou reinstalado pelo governador recém eleito de Sergipe, Fábio Mitidieri.
A resposta negativa da maioria surpreende a você que nos lê?
Certamente que não, principalmente se tem um pouco mais de experiência no campo da
criação e da produção cultural. O vídeo
que trago acima, reforça ou abre horizontes para a compreensão disso. Também fique atento a criação ou fortalecimento do “mercado cultural local” termo que trago
nos textos cujos links estão ao final deste.
Para não esquecer, dois gestores de cultura sergipanos do primeiro escalão, um mais antigo e outro mais recente, falaram para terceiros e chegou até o meu conhecimento sobre o despreparo no campo da elaboração
e gestão de projetos culturais, incluindo prestação de contas, por parte de muitos
artistas e/ou produtores culturais que apresentam propostas diretamente ou que são selecionados
em editais..
E quando respondo, digo que esta opinião por parte dos secretários
é procedente, mas pergunto, o que fez as gestões anteriores e os próprios para
mudar ou atenuar o problema?
Assim, respondo com a minha experiência quando estive a frente do Complexo Cultural Gonzagão, afinal também já fui gestor, mesmo antes na
AMABA/Projeto Reculturarte e depois que saí do Gonzação na Associação Cultural
(Ação Cultural).
E os pareceristas o que dizem? Inclusive este próprio que já
foi parecerista em editais da Lei Aldir Blanc de um outro estado nordestino.
Um grande consultor do SEBRAE e muito comprometido do ponto
de vista, ético, intelectual e social me disse há alguns anos. A situação de
Sergipe em termos de gestão pública e dos fazedores de cultura é sofrível. Há razões
crônicas e difíceis para melhorar a qualidade do capital humano em nossa província,
até por isso, não conseguiremos em curto
prazo ultrapassar esse estado, mas não podemos desistir de tudo, ou de quase
tudo, porque já me afastei de programas governamentais
por não ver futuro no sentido do que acredito,
o investimento real na melhoria do capital humano. A prioridade do investimento financeiro é nos grandes eventos, nos grandes espetáculos, como uma preocupação demasiada em torno do rendimento em matéria do marketing para a administração..
Já outro parecerista, disse que fez muito esforço e abaixou a régua de exigência para aprovar muitos projetos, do contrário, nem 30% dos projetos enviados para serem analisados seriam aprovados. Assim preferiu recusar de 10 a 20% ao contrário de 70% em algumas situações, em especial quando se trata de proposta de pessoas e/ou grupos excluídos ou marginalizados do/no métier ou do/no meio cultural..
O que resta fazer? Com a chegada dos recursos federais pelo período
razoavelmente longo de seis anos das Leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc
2, uma grande janela de oportunidades se abrirá para a qualificação dos fazedores
de cultura, incluindo os que assumem papéis na gestão
Vamos lá! A hora é agora!!
O que fazer também vale para as casas legislativas municipais e estaduais, como começa a fazer a câmara de vereadores de Aracaju. O congresso fez o dever de casa aprovando as duas leis, o que não foi fácil, basta lembrar a derrubada do veto do presidente Bolsonaro a Lei Paulo Gustavo. O que mais pode fazer?
Vale para as universidades públicas, sistema S, ala progressista das igrejas e de outras religiões não cristãs, movimentos sociais, inclusive os sindicatos que ainda não conseguiram em sua maioria, perceber a força do investimento em cultura, pensando nas próprias categorias, mas não somente. Vale para os meios de comunicação também. E quem mais deve receber este alerta? Você pode lembrar na seção de comentários, assim como enviar para quem precisa ou merece...
Detalhe: Cito ala progressista das igrejas e de outras religiões não cristãs, porque as alas mais conservadora e fundamentalista nadam de braçada na utilização das janelas de oportunidades para conquistar corações e mentes, em especial com o uso da tecnologia digital e da internet, sem contar o rádio e a televisão a partir dos anos 1970 e 1980.
Lei Aldir Blanc e Lei Paulo Gustavo como vaca profana, catapulta e ponto de apoio para a revolução cultural necessária.
sábado, 18 de fevereiro de 2023
sábado, 19 de novembro de 2022
https://www.youtube.com/watch?v=dWmXA-C6djA
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