segunda-feira, 4 de setembro de 2023

"Embora os passos se toquem", uma viagem ao passado. 45 anos do golpe militar no Chile

 





Victor Jara - Victor Jara (Álbum Completo)

https://www.youtube.com/watch?v=Nhak9bEyjwA





Indo recolher os passos no Chile

Si vas para Chile / Te ruego, viajero / Le digas a ella / Que de amor me muero.  (Chito Faró, 1942)

Sim senhora, vamos ao Chile outra vez agora, 8 de setembro, em uma caravana de brasileiros que lá se exilaram em três levas. A primeira após o golpe de 1964. A segunda, da qual fiz parte, levada pelo AI-5, ambas no governo democrata cristão de Eduardo Frei. A terceira, na era Garrastazu, acolhida pelo governo socialista de Salvador Allende. Os chilenos solidários, que nos receberam de braços abertos, comprovam “cómo quieren en Chile al amigo cuando es forastero”.

Partiremos de várias cidades do Brasil. No Rio de Janeiro, o grupo de ex-exilados se reuniu sábado (26) no salão reservado da Taberna da Glória, que lotou. “Nunca vi família tão grande” – disse o garçom. O que ele viu foi apenas pequena amostra. Quantos foram os exilados? Calcula-se entre 3 até 4 mil pessoas, dos quais cerca de 500 formaram o grupo Viva Chile no WhatsApp. Desses, cerca de 100 voltaremos para agradecer em nome de todos a hospitalidade.

O grupo criado em maio pelo sociólogo Ricardo Azevedo e o matemático William Martani propiciou encontros e reencontros, veiculando milhares – eu disse milhares - de postagens sobre o exílio.  A última coisa ao me deitar e a primeira ao acordar era lê-las com sofreguidão. As narrativas, dolorosas umas, divertidas outras, tornaram-me um dependente anímico do Viva Chile.

Os relatos de violência, prisão e tortura me causaram seguidos pesadelos. E não fui o único a tê-los. Um dos administradores do Grupo, Beluce Bellucci conta isso ao descrever "O setembro de 1973 em Valdívia". Apesar disso, o que prevaleceu não foi nem a vitimização nem a glorificação de heróis individuais, mas a resistência coletiva, mostrando que no final, apesar de toda a barbárie, venceu a humanidade. 



Matou-se o desgraçado.

#Repost @nexojornal 
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"O general da reserva chileno Hernán Chacon, de 85 anos, cometeu suicídio na terça-feira (29), pouco antes de ser conduzido para a cadeia. O oficial tinha sido condenado a 25 anos de prisão por participar, junto com outros militares, da tortura e assassinato do cantor e ativista Víctor Jara. O crime ocorreu em 1973, ano em que Augusto Pinochet comandou um golpe de Estado no país sul-americano, depondo o presidente democraticamente eleito Salvador Allende. A ditadura duraria até 1990, deixando um rastro de violações de direitos humanos."

A coragem de Victor Jara e a covardia do seu algoz, que se suicidou para não ser preso
Hernán Soto torturou e matou o cantor, um herói nacional, com 44 tiros e largou seu corpo na rua de uma favela de Santiago



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