"Aunque los pasos toquen", un viaje a la memoria
Te Recuerdo Amanda - VictorJara por Ivan Lins
Concierto Víctor Jara en Perú - 17 de Julio de 1973 (Recital Completo)
Indo recolher os passos no Chile
Si vas para Chile / Te ruego, viajero / Le digas a ella / Que de amor me muero. (Chito Faró, 1942)
Sim senhora, vamos ao Chile outra vez agora, 8 de setembro, em uma caravana de brasileiros que lá se exilaram em três levas. A primeira após o golpe de 1964. A segunda, da qual fiz parte, levada pelo AI-5, ambas no governo democrata cristão de Eduardo Frei. A terceira, na era Garrastazu, acolhida pelo governo socialista de Salvador Allende. Os chilenos solidários, que nos receberam de braços abertos, comprovam “cómo quieren en Chile al amigo cuando es forastero”.
Partiremos de várias cidades do Brasil. No Rio de Janeiro, o grupo de ex-exilados se reuniu sábado (26) no salão reservado da Taberna da Glória, que lotou. “Nunca vi família tão grande” – disse o garçom. O que ele viu foi apenas pequena amostra. Quantos foram os exilados? Calcula-se entre 3 até 4 mil pessoas, dos quais cerca de 500 formaram o grupo Viva Chile no WhatsApp. Desses, cerca de 100 voltaremos para agradecer em nome de todos a hospitalidade.
O grupo criado em maio pelo sociólogo Ricardo Azevedo e o matemático William Martani propiciou encontros e reencontros, veiculando milhares – eu disse milhares - de postagens sobre o exílio. A última coisa ao me deitar e a primeira ao acordar era lê-las com sofreguidão. As narrativas, dolorosas umas, divertidas outras, tornaram-me um dependente anímico do Viva Chile.
Os relatos de violência, prisão e tortura me causaram seguidos pesadelos. E não fui o único a tê-los. Um dos administradores do Grupo, Beluce Bellucci conta isso ao descrever "O setembro de 1973 em Valdívia". Apesar disso, o que prevaleceu não foi nem a vitimização nem a glorificação de heróis individuais, mas a resistência coletiva, mostrando que no final, apesar de toda a barbárie, venceu a humanidade.
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