segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Grito dos Excluídos 2023 - Como e porque colocar arte e cultura na cesta básica?


 O Grito dos Excluídos de 2023 utiliza como mote frase do verso da canção COMIDA, uma canção que reafirma um verso do poeta cubano Onélio Cardozo “Temos fome de pão e de beleza”.

Entretanto, o belo cartaz do Grito dos Excluídos apresenta um protesto popular com inúmeras bandeiras de luta, mas não apresenta arte e cultura como tal.. Como isso pode ser explicado e superado?

Esta pergunta foi realizada por mim aos convidados da live Grito d@s Excluid@s - Vida em primeiro lugar: Você tem fome e sede de quê?  Irenir de Jesus e Romero Venâncio, respondida, e  teve mais, um debate bem interessante realizado no chat com Gigi Poetisa o qual transcrevo abaixo.

Na live também foi recomendado para quem quiser aprofundar a questão de fundo que permeia o tema da Campanha da Fraternidade e Grito dos Excluídos de 2023, FOME,  o livro “O Neoliberalismo. Ideologia Dominante Na Virada Do Século, de Jose Comblin, ou para quem não quer apenas ajudar o pobre, mas descobrir as causas, as razões da existência de tanta gente passando fome ou vivendo em condições de miséria em um país que produz tanta riqueza.  O livro do Pe. José Coblin é muito útil para comprendermos o neoliberalismo sob o aspecto econômico, filosófico, politico, sociológico e cultural, junto e misturado.

Agora vamos a conversa com Gigi poetisa

Gigi Dantas

Zezito, além da pauta cultura e arte ...nossa bandeira do movimento de população negra não aparece também. Mas, estamos na construção coletiva e levaremos nossas pautas para a avenida.

Zezito de Oliveira

Mas a discussão precisa ser feita e inclusive fundamentada. Merece estudos acadêmicos essa dificuldade das esquerdas em fazer a ligação arte e luta social. E esquerda aqui, me refiro além da politica, a esquerda social, a esquerda cristã e etc....

Gigi Dantas

Nós da rede de mulheres negras de Sergipe e do Fórum de entidades Negras de Sergipe estaremos presentes no grito, inclusive nossa construção está bem avançada.

Zezito de Oliveira

Beleza! Mas trago a questão da arte e cultura como uma questão fundante, como uma questão politica. Politizar a cultura. Culturalizar a politica. Por mais pesquisas e estudos acadêmicos sobre isso.

Gigi Dantas

Excelente MOTE. Bem representativo.

Zezito de Oliveira

Isso Gigi! Porque não é chamar artistas para animar a festa, tipo a banda do Zé Pretinho da canção do genial Ben Jor... Mas é incluir a arte e cultura como questão politica, também central...

Zezito de Oliveira

Quem entende e cresce bem com esse parangolé da arte e da cultura são os evangélicos e carismáticos, e a gente somente com a fala, com a linguagem verbal. 

Gigi Dantas

Então Zezito,  o movimento Hip Hop cultura periférica está na construção. A cultura de rua não representa?

Zezito de Oliveira

Klaro. Mas não apenas para animar o protesto...

Gigi Dantas

Zezito depende do que você entende sobre "animar".

Zezito de Oliveira

Lembre de onde começou a minha intervenção aqui no chat.. A partir do mote escolhido e do belo cartaz...

Zezito de Oliveira

Depende se os artistas estiverem satisfeitos....

Zezito de Oliveira

Esse debate está no primeiro volume do livro que escrevi, e estará no segundo.. Me coloco a disposição para conversar a partir do que escrevi, inclusive o que entendo por animar a festa ou o protesto.

“A raiva dá pra parar, pra interromper. A fome não dá pra interromper. A raiva e a fome é coisas dos home" João Bosco

Leia mais:

“Você tem fome de quê?”  “O poeta cubano Onélio Cardozo diz que temos fome de pão, que é uma fome saciável; e fome de beleza, que é insaciável. Junto com isso, cito uma frase do escritor russo, Fiódor Dostoiévski, em que ele diz que é a beleza que irá salvar o mundo. Temos fome de beleza”, disse.

Boff explicou o que significa essa beleza: “Temos muitas fomes. Algumas são saciáveis. E, as mais profundas, são insaciáveis. A existência humana só ganha sentido quando ela procura espicular as duas fomes: a fome de pão, de convivência, de cuidado com a natureza; mas também fome de infinito, solidariedade, transcendência. O ser humano tem as duas coisas. Para ele a plena humanidade se dá da articulação das muitas fomes que ele tem, alguma saciáveis como a do pão; outras insaciáveis como a de beleza e a de transcendência”.

Fonte: SINPRO-DF

https://www.youtube.com/watch?v=6kKPx86i_yU






https://www.youtube.com/watch?v=nrzYbc3rWzc


https://www.youtube.com/watch?v=6CFpJpAT30o


https://www.youtube.com/watch?v=08ysE4mIfKg


https://www.youtube.com/watch?v=t3dzlAr4euo&t=5s




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