quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Navegando nas ruas de Aracaju com o Grito dos Excluídos de 2023

 “Não sou que me navega, quem me navega é o mar.”

Me lembrei ao chegar em casa desse verso acima que faz parte  da canção Timoneiro do Paulinho da Viola,  isso depois de participar da programação do Grito dos Excluídos em Aracaju neste calmo 07 de setembro, bem diferente dos anos de tentativa de retorno ao ancien “antigo”  regime da ditadura empresarial-militar como tentado por Bolsonaro e seus cupinchas, o que deixava empesteado o ar ou o  clima cívico-psicológico. Ditadura militar que em tese,  durou de 1964 até 1985 , mas com reflexos até os dias atuais como mostra a atuação de  Bolsonaro e alguns setores das forças armadas (não minorítários, como gostariámos), de empresários, da chamada grande imprensa, da maioria do legislativo, de parcelas do judiciário, algumas arrependidas, assim como parcelas significativa de líderes das  igrejas e etc.

.. Setembro, 2023. Uma das mais representativas imagens do que foi o Grito do excluídos em Aracaju...

E por que a lembrança dos versos dessa canção?  A minha ida em marcha até a avenida levada por jovens, em sua maioria, do rock, reggae e hip-hop, com predominância deste último, sem contar os poetas da poesia marginal,  o que neste caso junto e misturado ao movimento hip-hop 

Fui em marcha, mas a pretensão inicial era voltar para a casa depois do ato ecumênico que abre o Grito dos Excluídos comumente.. Mas a boa e necessária conversa com Felipe Freire que é roqueiro de origem e integrante da Ação Cultural e depois um casal amigo dele junto com um colega e a galera do hip hop e da poesia marginal embaixo e em cima de um mini trio, foi me levando, assim como o mar leva Paulinho da Viola na canção referida..

Outra lembrança interessante, quando ia pela avenida com meus filhos pequenos nos ombros, um tempo a filha mais velha, depois o filho mais novo,  e no colo quando necessário.

E hoje no dia do grito de 2023, quando fui perguntado onde estaria um dos filhos, o que tem nome de cacique, Raoni, respondi: Voando, porque sinceramente não sabia se estaria trabalhando ou na casa da namorada ou até dormindo em casa, posto que saí cedo de casa

E assim me lembrei do mais importante, “Cuidar do broto para que a vida nos dê flor e frutos” versos de Coração de Estudante gravada por Milton Nascimento. E a melhor época para cuidar é na primeira e na segunda infância, como também canta Zeca Pagodinho em lançamento na semana passada, e como escrevi antes:  "Quem planta amor colhe o sorriso de criança" Canção lançada por Zeca Pagodinho nessa sexta-feira, 01 de Setembro. Não há um futuro para um país que não cuida bem das suas crianças. E além da família é preciso  para fazer isso, também uma aldeia inteira, ou um bairro,  ou uma cidade, ou um estado ou um país E sendo na verdade, tudo junto."

E não custa lembrar, acerca de participação social, protagonismo e  consciência politica cidadã e de classe, onde andarão muito de nossos filhos e alunos? Falo isso porque mesmo sem a presença física dos meus dois filhos no ato no dia de hoje, sei que eles estão em sintonia com os propósitos do Grito dos Excluídos.

Se muitos estão ausentes,  tanto de nossos olhos,  como do coração da proposta do Grito e outros tipos de mobilização é motivo para autocritica e revisão da nossa educação familiar, escolar, civica-cidadã e etc... Paulo Freire, Anisio Teixeira, Rubem Alves e Darcy Ribeiro,  que ajudem a nos iluminar. Não por acaso estava vestido em uma camisa com foto e frase do patrono da educação brasileira.   



Zezito de Oliveira

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Grito dos Excluídos 2023 - Como e porque colocar arte e cultura na cesta básica?

https://acaoculturalse.blogspot.com/2023/09/grito-dos-excluidos-2023-como-colocar.html

Celebrar o 7 de Setembro é também crescer em consciência sobre as razões históricas e estruturais do nosso continuado problema principal: a desigualdade social. E lutar por políticas públicas que contribuam para superá-la. Viva o Brasil!

Chico Alencar

4 comentários:

Anônimo disse...

Valeu Zezito!
Acredito que estas são as mais frutusas caminhada: quando nos deixamos lever pelas suavidades das ondas, sem nos importar para onde elas nos leva...

Anônimo disse...

Texto maravilhoso para ler e refletir.

Anônimo disse...

Belo texto! E sempre, como é de praxe nos escritos do blog da Ação Cultural, pontuado de reflexões em meio ao saudosismo do qual sou tocada. Parabéns, Zezito! Alguém atento no front. "Independência ou morte"? Bem, os nossos tão pesados dias são testemunhas dessa resposta tão óbvia.

AÇÃO CULTURAL disse...

Grato! Valeu a todas e todos pela participação aqui no blog