Grupo Imbuaça apresenta:
Tá Caindo Fulô: Auto do Deus Menino.
📝07/12 - Domingo
🕢 20h
📍Praça dos Capuchinhos, Frei Miguel, Bairro América
SINOPSE
A peça teatral alia interpretação, dança e música para desvelar os acontecimentos que prenunciaram a vinda do Messias: a esperança do povo judeu por dias prósperos. Seguindo a tradição dos autos, gênero dramático que mescla elementos religiosos e populares, o espetáculo remonta o texto bíblico, quase fielmente reproduzido na dramaturgia, em uma encenação dentro do universo brincante da cultura sergipana.
Conduzida por uma cigana emprestada do Reisado, folguedo típico neste período do ano no Nordeste do país, a estrutura narrativa de “Tá caindo fulô: auto do Deus menino” pontua, de forma lúdica e poética, momentos marcantes da história cristã, desde as profecias do Antigo Testamento à natividade descrita pelo Novo Testamento.
Este projeto foi fomentado pelo Programa FUNARTE de Apoio à Ações Continuadas 2024 - Grupos e Coletivos Artísticos.
A Praça é Nossa: Entre o Sagrado e o Lazer Popular
8 de outubro de 2025
Emanuel Rocha*
No coração urbano de Aracaju, a antiga Praça Tancredo Neves não é apenas um espaço de lazer; é memória viva, resistência silenciosa e testemunho de transformação. Sua história, marcada por camadas de barro, fé e convivência, reflete a própria cidade, unindo o sagrado, o cívico e o popular em um mesmo espaço.
Antes de se tornar praça, era uma colina de barro vermelho, vestida de matagais, na antiga elevação conhecida como “Alto da Boneca”. A comunidade, com seu esforço diário, retirava o barro para erguer casas de taipa, moldando o terreno e transformando-o em penhasco abrupto e de difícil acesso. Nesse ponto, elevado não apenas na geografia, mas na simbologia, consolidou-se o caráter religioso do espaço. No início da década de 1960, após negociações entre os frades capuchinhos e a Prefeitura, ergueram-se a Igreja e o Convento de São Judas, imprimindo à colina uma aura de fé que atravessa o tempo, silenciosa testemunha da devoção e da história.
Anos se passaram, e o espaço permaneceu adormecido, quase esquecido. Somente em 1985, durante a gestão do prefeito José Carlos Teixeira, o terreno acidentado recebeu urbanização e se transformou finalmente em praça. O nome escolhido, Tancredo Neves, ressoava esperança: homenagem ao primeiro presidente civil eleito após a ditadura militar, símbolo vivo da redemocratização brasileira.
Como tantas obras públicas da época, a praça logo mergulhou no esquecimento. A falta de cuidados apagou aos poucos o brilho conquistado. Somente em 1994, na administração do prefeito José Almeida Lima, uma ampla reforma trouxe fôlego ao espaço: o anfiteatro ganhou grades de ferro reaproveitadas da Praça Olímpio Campos. Ainda assim, o descuido retornou, e a praça, antes viva, permaneceu silenciosa, sob o peso do abandono que ameaçava sua história e a lembrança da comunidade.
Na gestão do ex-prefeito Edvaldo Nogueira, deu-se início, em 25 de abril de 2024, a uma grande reforma, prevista para ser concluída em 19 de fevereiro de 2025, com custo de R$ 1.944.054,29 (um milhão, novecentos e quarenta e quatro mil, cinquenta e quatro reais e vinte e nove centavos). A obra, fruto de indicação do então vereador Fabiano Oliveira, prometia devolver à comunidade um espaço digno, moderno e seguro. Anos antes, o ex-vereador Dr. Emerson havia apresentado a indicação para a mudança do nome da praça, que deixava de ser Tancredo Neves para se tornar Praça Frei Miguelangelo Serafine (Frei Miguel), em homenagem ao franciscano que dedicou sua vida à fé, à solidariedade e à comunidade.
Depois de cinco meses de atraso, a praça foi finalmente inaugurada, reunindo gestores, vereadores e comunidade para celebrar a conclusão da obra. O espaço ganhou nova vida, tornando-se ponto de encontro vibrante, memória viva e símbolo da história e identidade de Aracaju. Cada detalhe refletia cuidado, tornando a Praça Frei Miguel um local de lazer, convívio e cultura, pronto para abraçar gerações.
Mas o que muitos moradores testemunharam na inauguração foi um desfile de autoridades, algumas mais blogueirinhas que legisladores, disputando câmeras e sorrisos efêmeros. Raros conhecem o chão que pisam; tropeçam até no nome da praça e do santuário, revelando total falta de intimidade com a história e com o povo do bairro. Muitos desses legisladores e gestores, sem GPS, talvez jamais chegassem ao bairro América, na zona oeste de Aracaju, onde a vida pulsa longe dos holofotes, e onde a verdadeira história da comunidade se escreve a cada dia.
Quando a praça desperta plenamente, sua essência se revela em cada gesto e em cada som. Que a FUNCAJU conduza grupos teatrais, músicos e artistas populares, transformando a Praça Frei Miguel em um coração pulsante de lazer, arte e memória. Que a concha acústica ressoe com risos, canções e histórias, e que cada canto do espaço celebre encontros, sonhos e afetos, devolvendo à zona oeste a vitalidade de um tempo em que o bairro inteiro fazia da rua palco de vida e poesia.
Que a FUNCAJU dê vida e movimento à nossa praça, pois um espaço público não é apenas lugar de passagem ou comida: é ponto de convivência comunitária, de encontro, de troca e de expressão. A praça deve pulsar com arte, cultura, diversão e interação, oferecendo ao morador não só sustento, mas alegria, aprendizado e vivência coletiva. Afinal, uma praça sem vida é só concreto e chão, mas com cultura e movimento ela se transforma em território de sonhos, afeto e pertencimento.
E que cada morador compreenda seu papel. Preservar a praça, cuidar dos bancos, da iluminação e da concha acústica é gesto de cidadania e amor pelo bairro. Não basta esperar pelo poder público: é preciso zelar, proteger e manter viva a beleza conquistada com esforço. Afinal, a praça é nossa, e pertence a todos que acreditam que o espaço público é reflexo da comunidade que o habita.
*Emanuel Rocha é historiador, coautor dos livros Bacias Hidrográficas de Sergipe, Unidades de Conservação de Sergipe e Bairro América: A saga de uma comunidade. Também atua como repórter fotográfico e poeta popular.
quarta-feira, 25 de dezembro de 2019
O natal cultural da AMABA - Associação dos Moradores e Amigos do Bairro América.

Apresentação da Band’Auê
A existência da Amaba pode ser dividida em três fases. A primeira que durou de 1983 até 1989, foi marcada principalmente pela luta vitoriosa da transferência da fábrica de cimento (1985), inauguração da sede permanente (1987), e campanha por drenagem e pavimentação das ruas do bairro.
O encerramento dessa fase acontece após uma disputadíssima eleição no ano de 1989, cuja vitória coube a uma chapa formada por uma maioria de jovens. A principal marca dessa fase foi a conquista em 1991 de financiamento internacional para o Projeto Reculturarte (reeducação, cultura e arte), reforçando o papel da Amaba como um autêntico “circulo de cultura”, embora essa expressão não fosse utilizada na época.
A primeira fase foi marcada pela fundação e mobilização da comunidade para participar da AMABA, e pela localização da sede provisória na rua Nova Paraíba, próximo a um ponto extremo do bairro, quase fronteira com o bairro Siqueira Campos e conjunto Costa e Silva, bem próximo a área de localização da fábrica de cimento. Sendo esta a principal luta de caráter mais geral, visto que envolveu vários sujeitos e agentes sociais do bairro, sob a liderança dos frades capuchinhos, assim como pessoas e organizações de outras localidades.
Os argumentos apresentados no ano de 1987 ao recém nomeado presidente da Fundação Estadual de Cultura (Fundesc), jornalista Amaral Cavalcante, baseou-se principalmente no fato do bairro américa ter uma tradição rica e singular em matéria de iniciativas culturais, em comparação com outros bairros de Aracaju, e esse trabalho naquele momento contava com uma grande incentivo da AMABA, o qual por sua vez também passou a contar a partir de 1986, com o apoio da prefeitura de Aracaju no incentivo às iniciativas culturais de base comunitária, isso na primeira gestão de Jackson Barreto como prefeito de Aracaju.
Além disso foi citado os espaços adequados para atividades culturais que o bairro dispunha, embora pouco utilizados, fazendo-se necessário a promoção de ações ou de politicas de ocupação
Leia mais em:
https://acaoculturalse.blogspot.com/2019/12/o-natal-cultural-da-amaba.html
domingo, 17 de dezembro de 2023
Papa: o Natal também é vítima do modelo comercial e consumista. O que isso tem a ver com o Natal Iluminado em Aracaju?
O Papa Francisco recebeu na manhã deste sábado na ante câmara da Sala Paulo VI, cerca de 135 artistas que darão vida ao Concerto de Natal do Vaticano neste ano.
domingo, 27 de novembro de 2022
O natal iluminado de Aracaju pode ser melhor com um auto popular
Em Aracaju o Natal Iluminado 2022: projeto segue até 6 de janeiro; confira a programação. O evento toma como base o Natal Luz de Gramado, o qual pode ser conferido com a programação de 2023. AQUI.
Este formato não contempla o Auto Popular de Natal, o que compromete uma ligação mais potente com a tradição cultural que herdamos dos colonizadores portugueses acrescido das contribuições dos nossos povos originários e africanos. AQUI tem um bom texto que explica o significado e a importância do Auto de Natal.
sábado, 23 de dezembro de 2023
Cynara Menezes: "Antes tínhamos presépios, agora só ficou essa presepada. Na Bahia tem até iglu"
terça-feira, 27 de dezembro de 2022

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