sábado, 16 de dezembro de 2023

Menino Deus por Dom Hélder, Alberto Maggi, Francisco, Bansky, Caetano, Cor do Som, Luiz Caldas e..

 



Menino Deus
Caetano Veloso
Menino Deus, um corpo azul-dourado
Um porto alegre é bem mais que um seguro
Na rota das nossas viagens no escuro
Menino Deus, quando tua luz se acenda
A minha voz comporá tua lenda
E por um momento haverá mais futuro do que jamais houve
Mas ouve a nossa harmonia
A eletricidade ligada no dia
Em que brilharias por sobre a cidade

Menino Deus, quando a flor do teu sexo
Abrir as pétalas para o universo
E então, por um lapso, se encontrará nexo
Ligando os breus, dando sentido aos mundos
E aos corações sentimentos profundos de terna alegria no dia
Do menino Deus
Do menino Deus
Do menino Deus
No dia do menino Deus



Menino Deus pela Cor do Som. AQUI

“Mas quem fez o Senhor fazer isso para deixar o privilégio da condição divina para assumir a fraqueza da condição humana?”. Por ocasião do Natal, em ilLibraio.it a reflexão de um estudioso bíblico da contracorrente, Irmão Alberto Maggi: “O Senhor fez isso por amor à sua criação, à humanidade”
Só um Deus louco poderia pensar em se tornar um homem. Mas quem fez o Senhor fazer isso para deixar o privilégio da condição divina para assumir a fraqueza da condição humana?
Em todos os tempos o sonho dos poderosos foi tornar-se deuses, elevar-se acima de tudo ("subirei ao céu, nas estrelas de Deus levantarei o trono... farei-me igual ao Altíssimo", É 14,12,14). Chegar ao Senhor era também a maior aspiração de todo religioso: ascender, espiritualizar-se, fundir-se misticamente com o Deus invisível. Os poderosos pensavam que poderiam chegar a Deus e estar em pé de igualdade acumulando poder para melhor dominar o povo; os religiosos aspiravam unir-se a Deus através do acúmulo de orações para se apresentarem como modelos de santidade. Mas quanto mais o homem se separava dos outros para encontrar Deus, mais ele parecia se distanciar, para tornar-se inatingível.
Com Jesus entendemos o porquê. Com o Natal, Deus torna-se homem, rebaixando-se ao nível de todas as outras criaturas. Só a «loucura de Deus» (1Cor 1,25) poderia levar o Altíssimo não só a tornar-se homem, mas a permanecer homem: «Esvaziou-se a si mesmo, assumindo a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens». (Fl 2, 7). Nunca tínhamos ouvido falar de um Criador que se rebaixasse ao nível das suas criaturas.
O Senhor o fez, por amor à sua criação, a humanidade. Com o nascimento de Jesus, Deus não é mais o mesmo e o homem também não. A relação entre Deus e os homens, e entre eles e o seu Senhor, mudou completamente. Com Jesus, Deus já não deve ser procurado, mas acolhido. O homem não deve subir ao encontro do Senhor, mas descer ao encontro dos outros homens, porque em Jesus Deus tornou-se homem, profundamente humano e não pede para ser servido, mas colocou-se ao serviço de cada homem. Esta é a maravilhosa surpresa do Natal do Senhor: quanto mais humano é o homem, mais descobre e liberta o divino que está nele, um Deus que não absorve as energias dos homens, mas lhes comunica as suas, um Deus que não nos pede para viver para ele, mas para ele, e, com ele e como ele, irradiar amor, ternura e compaixão por cada criatura, um Deus que não pede para obedecer a um Livro considerado sagrado, mas para considerar sagrada cada criatura.
Por esta razão, se uma pessoa está em comunhão com Deus não é visto pelo que ela acredita, mas pela forma como ela ama, não pelo quanto ela reza, mas pelo quanto ela escuta as necessidades dos outros, não por sacrifícios a Deus, mas sabendo sacrificar-se pelo bem dos outros.

O AUTOR – Alberto Maggi, frade da Ordem dos Servos de Maria, estudou nas Pontifícias Faculdades Teológicas Marianum e Gregoriana em Roma e na École Biblique et Archéologique française em Jerusalém. Fundador do Centro de Estudos Bíblicos «G. Vannucci» (www.studibiblici.it) em Montefano (Macerata), cuida da divulgação dos escritos sagrados, interpretando-os sempre a serviço da justiça, nunca do poder. Publicou, entre outros: Coisas para sacerdotes; Nossa Senhora dos Hereges; Como ler o Evangelho (e não perder a fé); Parábolas como pedras; A loucura de Deus e os versículos perigosos. Está nas livrarias de Garzanti com Quem não morre se vê novamente – Minha jornada de fé e alegria entre a dor e a vida.


Publicação original AQUI 



Bansky - Natal de 2019









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