O bom da Lei Paulo Gustavo e da PNAB (Politica Nacional de Cultura Aldir Blanc) é que mesmo a forceps ou de forma dolorosa em muitas situações, obriga a "classe artistica" ou os fazedores de cultura a entrar no debate de politica e gestão cultural. E entrando no debate de politica cultural, repetindo, mesmo a forceps ou de forma dolorosa, somos obrigados a nos politizar, a discutir politica na acepção mais ampla da palavra. Até porque são leis de fomento construidas com base em um ideário mais democrático e mais republicano do que estamos acostumados a ver nos velhos governos oligárquicos e fisiológicos, o que infelizmente é representado pelo maioria dos parlamentares, governadores e prefeitos de plantão, mesmo que muitos destes não tenham mais do que trinta ou quarenta anos de idade..
E essa politização útil, oportuna e necessária precisa vir acompanhada de um conjunto de leituras e pesquisas, sem o qual ficaremos na fulanização ou personalização das criticas aos gestores culturais de plantão, por mais que as mereçam, mas é preciso fazê-las sem desconhecer o todo ou a macro politica. Um exemplo é a critica realizada acima a atual gestão da Funcap, bem como a anterior, criticas pertinentes e necessárias, mas que deixam transparecer que basta apenas a mudança do nome a frente do orgão gestor. Embora, há quem de boa fé até acredite que possa fazer diferente, já que possui grandes atributos para ocupar a função de gestor cultural, até porque sofre da mesma despolitização ou limitada, a que me refiro aqui... E assim, quando ocupa o cargo principal ou alguma diretoria no orgão gestor, descobre que o buraco é mais embaixo, ou mais em cima, como neste caso, porque se o prefeito e o governador pensa a cultura apenas como realização de grandes eventos para a massa ou algumas obras de equipamento cultural em lugares de grande visibilidade, não há como avançarmos substantivamente na direção desejada de uma politica cultural mais democrática e mais republicana...
E mais....
ATRASOS E “ATRAPALHAMENTOS” POR CAUSA DO SÃO JOÃO E AGORA DO REVEILLON E DO FESTIVAL DE VERÃO.
Para que essa situação de atrasos e “atrapalhamentos” não volte a se repetir com a gestão da Lei Aldir Blanc, vale lembrar que esta segunda já era para estar vigorando de forma plena ainda este ano, o mais correto seria o governador de Sergipe e o prefeito de Aracaju abrirem concurso público para ampliar e qualificar as equipes internas da FUNCAP e da FUNCAJU, com distinção para a formação de duas sub-equipes dentro dos dois orgãos, uma para cuidar de eventos e outra para cuidar da ação cultural. Sem as leis de fomento essa necessidade não apareceria tanto, até porque a politica cultural do estado e do municipio ficaram limitadas aos grandes eventos e com o tempo fomos nos acostumando a isso.
Fica assim como sugestão para um debate público por meio de audiência na câmara e na assembleia... Como teremos eleições para vereador e prefeito no próximo ano, estes aspectos das necessidades estruturais da gestão cultural vem em boa hora.. E aqui vale para quem quiser realizar estudos acadêmico neste campo da politica, da gestão e da produção/ação cultural. Fora a implementação do necessário sistema de cultura, com o conselho, o plano e o fundo.... Vale também como pauta para programas de entrevistas...Se possível com quem tem estudo acadêmico e/ou grande experiência de gestão , para não ficar em um debate muito genérico e resumido aos queixumes de rotina...
Outra coisa é o salário para técnicos da área cultural, muito pouco atrativo. Mesmo no plano federal, basta olhar o edital para o concurso público do MINC, publicado recentemente...
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