terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Por que regular as plataformas? O caso Choquei e a noticia falsa que provocou a morte de uma menina de 22 anos.

 

https://www.youtube.com/watch?v=xIn_xnZ9byE

TRAGÉDIA COM JOVEM POR FAKE NEWS FAZ GOVERNO SE MEXER

https://www.youtube.com/watch?v=oumYb98D8nw 




Jean Wyllys  @jeanwyllys_real
Sobre a morte de Jéssica, a mais recente das vítimas dos usos da mentira, da calúnia, ameaça de morte e assédio nas mídias sociais  de forma organizada e com o objetivo de lucros financeiros sem se importar com  a vida dos outros inocentes.

A força destruidora da mentira na economia da desinformação ainda é subestimada por todos, do sistema de justiça aos meios de comunicação tradicionais (estes porque também recorrem à mentira dependendo de seus interesses), passando pelos usuários que a consomem na forma de fofoca e que anseiam pela vida medíocre dos "fofocáveis" (sem falar dos responsáveis diretos: os mentirosos, os que inventam a a mentira e a põem em circulação). 

Esse ecossistema do emburrecimento e do rebaixamento da cultura é grande e forte, mas não impossível de ser quebrado, pelo menos por uma parte de nós que o desprezamos. 

Chegou a hora de dar um limite a essa engrenagem movida a estupidez, ressentimento, falta de talento, ganância, fraudes (tipo comprar seguidores ou planejar cancelamentos artificiais), esteriótipos da pobreza (com pobres imitando a si mesmos para tentar manter a audiência efêmera e elitista que riu  de sua desgraça, mas lhe deu seguidores, bajulados e bajuladores); chegou a hora de dizermos quais são os "influenciadores" burros, sem talento, sem graça, presos no dia da marmota de sua viralização, repetindo as merdas sem graça que os humilharam  antes de transformá-los num vírus explorado por parasitas de audiência e consumidores; é preciso desafiar e desafinar  o coro de papagaios da “cultura pop” americana (indigente em si mesma , salvas as raras exceções de sempre); e devemos, sem medo, apontar a instrumentalização por parte do marcado das agendas políticas dos movimentos por direitos civis, transformando-as em "balckwashing", "pinkwashing" e "greewashing" - a depender de cada caso - para empresas, países e artistas espertalhões. Ao menos nós precisamos dizer sem medo que o consumo de luxo é cafona, porque é. Que "representativade"  alguma consegue passar pano para para a insensibilidade do "representante" em relação  à crescente desigualdade social no mundo. 

Para mim, declarar-se gay e fazer casamentos milionários patrocinados por empresas que destroem o meio ambiente e não emprega mulheres de nada serve como "reprensatividade". Achar que estampar bolsa de 30000 é "militancia" é um equivoco sem precedentes nos dias de hoje. Fazer desse life stylle de "celebridades" pauta paras as redes de fofoca é um perigo. Divi-los em fandoms  é DEPRIMENTE!

Quando em 1988 eu comecei a dar meus primeiros passos como ativista gay, jamais poderia imaginar que bichas, trans, travestis e queers fossem virar os macacos de auditório para um espetáculo tão bizarro de futilidade, consumismo, inveja e mentira. Um jogo mortal do qual muitos serão vitimas.

Postagem com a colaboração de Tânia Maria, cantriz e professora de teatro 

Marcia Tiburi

Precisamos falar sobre o suicídio de Jéssica Canedo, que aos 22 anos tirou a própria vida depois de dias sendo vítima de uma “Fake News” que, segundo consta, foi produzida por um site chamado Choquei.A página e seus agentes precisam ser responsabilizadas,contudo diante da inexistência de regulamentação das plataformas digitais não será fácil.Além disso,a misoginia monetizada rende muito dinheiro para sites desde a época do golpe contra Dilma Rousseff quando o CEO do Google avisou que os discursos mais rentáveis implicavam ataques à Dilma.Ou seja,quem quisesse lucrar, devia atacar.O problema tem raizes profundas. A internet se tornou terra de ninguém onde a desinformação é mercadoria consumida diariamente pelas massas assediadas por conteúdos sofríveis, mas que constituem o grande apelo da lógica publicitária que rege o mundo atual. A misoginia é uma mercadoria que, junto à internet constitui uma bomba. Uma mulher que tenha sido vítima de misoginia não tem como se defender legalmente, pois a misoginia não é criminalizada. Winderson Nunes foi envolvido em algo hediondo. Ele também paga um preço alto - embora deva ganhar muito dinheiro - por ter virado fenômeno comercial nas redes sociais. Mas ele mesmo reconheceu que sempre é pior para as mulheres. E foi pior, foi muito pior, foi insuportável para Jéssica. Sofrendo de depressão, acabou não suportando o que fizeram contra ela. Ninguém tem o direito de brincar com a vida dos outros, nem de lucrar com mentiras, do mesmo modo que ninguém tem a obrigação de aguentar. E, sendo isso verdade, esse tipo de processo de difamação (na indústria da desinformação) e fake News que rende tanto dinheiro para quem não tem escrúpulos, destrói a vida de pessoas inocentes. Jéssica foi levada ao suicídio como muitos podem ainda ser levados a isso.Essa tragédia não teria ocorrido se empresas de mídia -e pessoas que se alimentam de fofoca -não ganhassem algo com isso. Uns ganham dinheiro e poder enquanto os manipulados do sistema sentem preencher o vazio pessoal com fofoca, conteúdo sempre questionável. Jéssica foi vítima da indústria da fofoca na era da internet, de quem criou a mentira e de cada um que deu like. #jessica

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