quinta-feira, 4 de agosto de 2022

MEMÓRIA DE FLORES DO JARDIM - DA PERIFERIA DE SOCORRO PARA FESTIVAIS DE CINEMA NO RIO DE JANEIRO, SERGIPE E SÃO PAULO.

No ano de 2014, entre o intervalo da segunda e terceira fase das oficinas de audiovisual da Ação Cultural/Pontos de Cultura Juventude e Cidadania, aconteceu na Escola Estadual Júlia Teles, o Projeto Inventar com a Diferença, educação no campo do cinema e direitos humanos, de iniciativa da Universidade Federal Fluminense. Nessa primeira fase o projeto em Sergipe esteve sob a coordenação da professora de arte visuais e realizadora de audiovisual, Gabriela Caldas.

Os professores da escola que estiveram como mediadores foram os professores Zezito de Oliveira (História)  e Vladimir Guimarães (Lingua Portuguesa) .

Esta oficina gerou como filme carta "Flores do Jardim", A despeito das dificuldades para realizar o trabalho dentro da escola, o resultado final foi bastante comemorado  pela qualidade e exibição em vários festivais de cinema, o que não era esperado.

As dificuldades iam desde os espaços da escola, com limites de problemas de barulho, conservação, limpeza até a dispersão de alguns alunos inscritos,  que ficavam divididos com os ensaios e apresentações da banda da escola e a participação na oficina do Inventar com a Diferença...Mesmo assim os alunos que tinham tendência em gostar mais de desenho, escrita e fotografia permaneceram.

Houveram também alguns professores pouco receptivos ou indiferentes a proposta, até porque já eram assim antes com as atividades do Ponto de Cultura. A razão para isso pode ser o fato da proposta de pedagógica das oficinas serem mais criticas, cidadãs. O contrário da banda que era uma proposta cultural mais lúdica, de entretenimento,,, 

A colaboração dos professores se fazia necessário principalmente para liberar os alunos no quarto e quinto horário, mas isso não foi empecilho para o progresso da oficina, até porque a reação não colaborativa foram de uns dois professores, os  quais nem sempre estavam com os alunos da oficina no quarto e quinto horário, 

Vale ressaltar o apoio do diretor de então,  Rodrigo Damião, entusiasta da banda, mas que sempre buscou colaborar, dentro das suas possibilidades, com as oficinas do Ponto de Cultura e do Projeto Inventar com a diferença.

Os professores da escola que estiveram como mediadores foram os professores Zezito de Oliveira e Vladimir Guimarães.

https://www.youtube.com/watch?v=TXbPV2vu-Tg

Agenda: Inventar a Diferença - Clarissa Nanchery | Curta!


https://www.youtube.com/watch?v=6WRIqL2t_h0

Conheça o Inventar com a Diferença!



Curta sergipano é selecionado para o Festival do Rio 2014

15/09/2014 às 09h46 - Cultura

JORNAL DA CIDADE

Suyene Correa

Se durante muito tempo os alunos da Escola Estadual Júlia Teles, localizada no Conjunto Jardim, Município de Nossa Senhora do Socorro, só tinham o que lamentar, por conta da violência que insistia em bater à porta da instituição de ensino, eis que agora, eles têm muito o quê comemorar devido à seleção do curta “Flores do Jardim” para a Mostra Geração- o segmento infanto-juvenil- do Festival do Rio 2014.

Este é o primeiro filme sergipano a ser selecionado nesse tradicional festival de cinema brasileiro- que acontece de 24 de setembro a 8 de outubro- e sua exibição será no dia 30 de setembro. “Flores do Jardim” competirá com produções nacionais e estrangeiras feitas por jovens realizadores, não universitários, de até 18 anos.
Feito coletivamente por alunos do ensino fundamental da Escola Júlia Teles durante a oficina de vídeo ministrada pela diretora Gabriela Caldas, dentro do projeto “Inventar com a Diferença” promovido pela Secretaria Nacional dos Direitos Humanos da Presidência da República e Universidade Federal Fluminense (UFF), o curta funciona como uma espécie de  desabafo de uma garotada que sofre com os constantes atos de violência na comunidade e com o descaso da mídia, que explora de forma sensacionalista, as mazelas da localidade socorrense.

 “Flores do Jardim” inicia com os alunos recitando um trecho do belo poema “No Caminho, com Maiakóvski” de Eduardo Alves da Costa. Em seguida, Sheila, Levi, Camila, Vaneide, Maria Jamile, Luan, Cícero, Hernades, Yasmin e outros estudantes falam de forma espontânea sobre seu cotidiano no Conjunto Jardim, relatando os afazeres escolares, as brincadeiras e a importância da “Júlia Teles” nas suas vidas.

Segundo Gabriela Caldas, que também foi a mediadora do projeto no Estado, os jovens realizadores receberam com muita alegria a notícia sobre a seleção do curta no Festival do Rio. Esse filme foi o resultado de um trabalho desenvolvido durante três meses (entre março e junho) por alunos do 6º ao 9º anos, da referida escola, dentro da oficina de produção de vídeo, tendo o aval dos professores Vladimir da Silva Guimarães (Português) e José de Oliveira (História).

“Em comunidades onde a questão da identidade era melhor definida e trabalhada, os alunos eram mais espontâneos e lidavam melhor com a câmera. Mas em outras localidades, como o caso do Conjunto Jardim, onde a violência é uma constante, a autoestima dos garotos tinha que ser estimulada. Mudar essa visão das crianças para com elas mesmas e o outro, é um dos desafios do projeto. Acho que um exemplo do quanto avançamos em relação a isso, é esse resultado conquistado pelos estudantes da Escola Júlia Teles”, conta Caldas.

Para se ter uma ideia do drama desses jovens, a escola foi incendiada em agosto de 2013, depois de ter sofrido diversas invasões noturnas. Segundo o professor Vladimir Guimarães, por conta do incêndio criminoso, a escola sofreu vários prejuízos. “O forro da escola recém-colocado sofreu avaria, assim como mesas e cadeiras dos estudantes. Três salas tiveram que ser reformadas, 50% do arquivo da escola foi perdido, enfim, um transtorno para todos. O que nos deixou mais triste, foi saber que tinha ex-alunos envolvidos com esse ato covarde”, diz.

Como se não bastasse isso, dois alunos da Escola Júlia Teles foram assassinados no primeiro semestre, aumentando as estatísticas da violência na comunidade e ajudando no reforço dos estereótipos tão propagados pela mídia, de que no Conjunto Jardim só tem ladrão e assassino. Para Vladimir Guimarães, o projeto “Inventar com a Diferença” surgiu como um “mapa da mina” no que tange à possibilidade de mostrar o outro lado da moeda.

“No primeiro momento, havia grande timidez por parte dos alunos em relação às atividades, ao manuseio dos equipamentos. Eles estavam acostumados aos selfies, às saídas das aulas para postar fotos no banheiro, a gravação de brigas entre eles. O projeto ajudou na mudança de foco. Eles começaram a sentir a necessidade de mostrar o outro lado da moeda: de se mostrarem como adolescentes comuns e não de maneira equivocada, que só fazia reforçar os estereótipos”.
Segundo o professor de Português, a oficina foi uma excelente oportunidade para reforçar a autoestima dos estudantes. “O interesse pelas demais atividades da escola aumentou com isso. A oficina tinha sofrido evasões e, quando ela estava em 1/3, alunos novos ‘imploraram’ para participar e isso foi uma excelente propaganda do projeto e deles mesmos. Eles começaram a sentir orgulho por fazer algo que deixaria marcas positivas”, conclui.

Para o professor José de Oliveira, a conquista da seleção na Mostra Geração/Festival Rio 2014, representa a afirmação de que vale a pena desafiar o senso comum, alimentado por muitos programas de televisão e de rádio, que diz “não é possível sair nada que preste do Conjunto Jardim e de outras periferias que existem por esse Brasil afora”.

“Há muitas pessoas que não tem dimensão de como iniciativas como o ‘Inventar com a Diferença’ são necessárias e como os aspectos da construção ou reconstrução da autoestima são importantes. Afinal, os homens e mulheres não vivem somente do pão....Temos fome de beleza também. Por muitos adultos não compreenderem isso, é que, sem querer, acabam contribuindo para que esta fome de beleza seja saciada em fontes poluídas ou estragadas, mesmo que aparentemente não demonstrem ser”.
Gabriela Caldas já garantiu a ida ao Festival do Rio, mas uma campanha foi iniciada pelos professores envolvidos no projeto, para que dois alunos marquem presença no dia da exibição de “Flores de Jardim” na Mostra Geração. Tomara que consigam!!



Flores do Jardim










 


segunda-feira, 11 de abril de 2016

Flores do Jardim na Mostra Egbé de Cinema Negro de Sergipe


sábado, 21 de novembro de 2015

Curta-SE 15 inicia com Mostra Competitiva de Curtas Sergipanos. Flores do Jardim foi um dos exibidos.



terça-feira, 25 de agosto de 2015


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