Em memória de Agar, serva usada e depois expulsa de casa com seu filho.
Em memória de Lia, que rejeitada por seu marido, só foi valorizada por causa de sua fertilidade.
Em memória de Dina, filha de Lia e Jaco, estuprada por um príncipe da cidade.
Em memória da filha de Jefte, morta por causa de uma promessa de seu pai inconsequente.
Em memória de Maria, que grávida precisou de um anjo para convencer seu noivo de não fugir.
Em memória da mulher que, se não fosse Jesus, teria sido apedrejada sozinha enquanto seu parceiro se omitia.
Em memória de Maria Madalena, Joana e Maria, tidas como loucas desvairadas pelos discípulos quando afirmaram ter visto o túmulo vazio.
Em memória delas, que míticas ou reais, viveram silenciadas por uma sociedade patriarcal opressora, em que o machismo e' romantizado e muitas vezes disfarçado em forma de cuidado e proteção.
Em memória delas e de tantas outras que até hoje vivem silenciadas pelo machismo institucionalizado e legitimado por uma leitura bíblica literal e descontextualizada.
Em memória delas não queremos flores, queremos voz. "
Texto: Carine Sant'Anna
https://www.youtube.com/watch?v=tvsDod0JXjA
2 comentários:
Texto muito bom.
Em relação à história de Adão e Eva, sendo verdade ou mito, no Islamismo quem leva a culpa não é apenas Eva, mas os dois são considerados cúmplices pelo pecado.
Grande abraço.
Valeu camarada! Informaçãointeressante!!
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