segunda-feira, 24 de julho de 2023

Fundadores da missa do Vaqueiro acusam prefeitura de Serrita e diocese de 'roubarem' evento

 

Raquel Lyra e Priscila Krause destacaram a importância da celebração da Missa do Vaqueiro, que é um dos principais eventos que ocorrem no Sertão pernambucano - FOTO: Miva Filho/Secom

A tradicional Missa do Vaqueiro, em Serrita, no Sertão Central, contou com a participação da governadora Raquel Lyra e sua vice Priscila Krause. A celebração ocorreu neste domingo (23), encerrando a 53ª edição do evento, que começou no último dia 19 de julho. Centenas de vaqueiros de municípios vizinhos e outros estados do Nordeste se reuniram no Parque Municipal João Câncio, cumprindo a tradição sertaneja. O evento conta com o aporte de mais de R$ 1 milhão do Governo de Pernambuco por meio da Empetur. Mas nem tudo é festa.

É com profunda tristeza que a FUNDAÇÃO PADRE JOÃO CÂNCIO, que leva o nome do fundador de umas das principais celebrações religiosas do Brasil – A MISSA DO VAQUEIRO –, vem a público externar sua indignação com a manipulação que acabou por alijar a sua participação neste evento tão grandioso, especialmente para o povo nordestino e, em particular, para os pernambucanos. 

Hoje, a MISSA DO VAQUEIRO virou um grande negócio que movimenta milhões de reais, principalmente no que podemos chamar da parte “profana”, que por um lado tem um papel positivo ao movimentar a economia do município e região, mas que também contribuiu para uma certa descaracterização do evento e interferindo até na parte religiosa da festa. 

E fomos atingidos em cheio. A partir de um convênio firmado, a Prefeitura Municipal de Serrita e a Diocese de Salgueiro praticamente se tornaram donas da festa. Um dos primeiros reflexos desse acordo foi limar a participação da Fundação, que há mais de 10 anos – junto com a própria igreja – vinha cuidando da celebração, incluindo a participação de artistas locais e dos próprios vaqueiros, razão da existência da missa. 

Como consequência direta, apresentações desses artistas foram cortadas e o próprio formato da missa foi comprometido. Da nossa parte, vamos continuar lutando – inclusive por meios legais – para resgatar não apenas o nosso papel de protagonista do evento, mas também para honrar a memória do Padre João Câncio, do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, e do poeta Pedro Bandeira, mentores desta justa homenagem a Raimundo Jacó e a todos os vaqueiros do sertão nordestino. 

Como foi a festa: A festa atrai visitantes e turistas para o município localizado a mais de 530 quilômetros do Recife. Este ano, o evento durou cinco dias, culminando na Missa, celebrada pelo bispo Dom José Vicente, da Diocese de Salgueiro. Indumentárias de couro, como chapéu, gibão, alforge, botas e celas foram apresentadas como oferta no altar pelos vaqueiros, como forma de homenagem. 

A Missa do Vaqueiro é realizada desde 1971 e ocorre em memória de Raimundo Jacó, vaqueiro que era primo de Luiz Gonzaga. Ele foi morto em 1954 e teve seu corpo encontrado em uma estrada, no meio da caatinga. Ao saber da morte, o padre João Câncio, conhecido por usar chapéu, gibão e frequentar vaquejadas, fincou uma cruz no local onde o corpo de Jacó foi encontrado e passou a celebrar uma missa em homenagem ao vaqueiro. 

O ocorrido também inspirou a música “A Morte do Vaqueiro”, cantada pelo ilustre primo de Jacó.  Estiveram presentes os secretários Hercílio Mamede (Casa Militar), Lucinha Mota (Justiça e Direitos Humanos), os prefeitos Aleudo Benedito (Serrita), Raimundo Pimentel (Araripina); o vice-prefeito de Salgueiro, Adilton Carvalho; os deputados estaduais Socorro Pimentel e Aglailson Victor; o federal Pedro Campos; além do assessor especial Guilherme Coelho e de lideranças de toda região.

https://jc.ne10.uol.com.br/colunas/jamildo/2023/07/15552777-fundadores-da-missa-do-vaqueiro-acusam-prefeitura-de-serrita-e-diocese-de-roubarem-evento.html

--------------------------------------------

Dom José Vicente,  bispo de Salgueiro- PE desrespeitou os vaqueiros e o povo.

Um ABSURDO

Nota de Repúdio. 

Um domingo triste na Missa do Vaqueiro em Serrita, Pernambuco.  O bispo de Salgueiro, Dom José Vicente,  que tomou posse recentemente,   desrespeitou os vaqueiros e todos as pessoas que foram pra Missa. Um absurdo total.

 Ontem não houve missa do Vaqueiro e, sim, uma celebração apressada sem as belas e tradicionais músicas da missa. Cantos que expressam a fé , a vida e o sofrimento do sertanejo, composição magistral de Janduhy Finizola gravada pelo Quinteto Violado. 

Uma celebração fria, sem a emoção dos anos anteriores. O bispo, sem nenhuma sensibilidade pastoral muito menos dignidade e respeito ao povo, alegou que tinha outros compromissos agendados.  Como assim? Como  ignorar o maior evento religioso e turístico da  região? Os músicos e os presentes ficaram perplexos , o coral de aboiadores sequer cantou. Luiz Gonzaga e o padre João Cancio devem ter se revirado no túmulo.  

A missa perdeu seu brilho.  Porque não houve nenhum protesto dos presentes nem dos músicos pelo profundo desrespeito e descaracterização da missa? Um silêncio e omissão cúmplice!  Esse Dom José Vicente quer acabar com a Missa do Vaqueiro. Ele com certeza não entende o Jesus sertanejo,  "tão sertanejo que entende até de precisão ", como diz a letra do canto inicial da missa.

Publicado no grupo Fé e Religião por Emerson Sbardelotti

https://www.youtube.com/watch?v=gbCuyQ1YnYo



https://www.youtube.com/watch?v=2kvWHKsBRWs


https://www.youtube.com/watch?v=GGFwKsSbhyU


https://www.youtube.com/watch?v=o5-Fw6Uidgw


https://www.youtube.com/watch?v=za4olZcRB-M


LITERATURA

Vandeck Santiago: “A missa do Vaqueiro se insere no contexto de luta do nordestino"

Jornalista lança seu quinto livro, que conta a história do criador da Missa do Vaqueiro de Serrita

CUNHA, MICHELLE BORGES CAVALCANTE. TURISMO RELIGIOSO NO SERTÃO DE PERNAMBUCO: O SAGRADO E O PROFANO NA MISSA DO VAQUEIRO DE SERRITA/PE. 2019. 119 f. Dissertação (Mestrado Acadêmico ou Profissional em 2019) - Universidade Estadual do Ceará, , 2019. Disponível em:  Acesso em: 24 de julho de 2023

Nenhum comentário: