A tradicional Missa do Vaqueiro, em Serrita, no Sertão Central, contou com a participação da governadora Raquel Lyra e sua vice Priscila Krause. A celebração ocorreu neste domingo (23), encerrando a 53ª edição do evento, que começou no último dia 19 de julho. Centenas de vaqueiros de municípios vizinhos e outros estados do Nordeste se reuniram no Parque Municipal João Câncio, cumprindo a tradição sertaneja. O evento conta com o aporte de mais de R$ 1 milhão do Governo de Pernambuco por meio da Empetur. Mas nem tudo é festa.
É com profunda tristeza que a FUNDAÇÃO PADRE JOÃO CÂNCIO, que leva o nome do fundador de umas das principais celebrações religiosas do Brasil – A MISSA DO VAQUEIRO –, vem a público externar sua indignação com a manipulação que acabou por alijar a sua participação neste evento tão grandioso, especialmente para o povo nordestino e, em particular, para os pernambucanos.
Hoje, a MISSA DO VAQUEIRO virou um grande negócio que movimenta milhões de reais, principalmente no que podemos chamar da parte “profana”, que por um lado tem um papel positivo ao movimentar a economia do município e região, mas que também contribuiu para uma certa descaracterização do evento e interferindo até na parte religiosa da festa.
E fomos atingidos em cheio. A partir de um convênio firmado, a Prefeitura Municipal de Serrita e a Diocese de Salgueiro praticamente se tornaram donas da festa. Um dos primeiros reflexos desse acordo foi limar a participação da Fundação, que há mais de 10 anos – junto com a própria igreja – vinha cuidando da celebração, incluindo a participação de artistas locais e dos próprios vaqueiros, razão da existência da missa.
Como consequência direta, apresentações desses artistas foram cortadas e o próprio formato da missa foi comprometido. Da nossa parte, vamos continuar lutando – inclusive por meios legais – para resgatar não apenas o nosso papel de protagonista do evento, mas também para honrar a memória do Padre João Câncio, do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, e do poeta Pedro Bandeira, mentores desta justa homenagem a Raimundo Jacó e a todos os vaqueiros do sertão nordestino.
Como foi a festa: A festa atrai visitantes e turistas para o município localizado a mais de 530 quilômetros do Recife. Este ano, o evento durou cinco dias, culminando na Missa, celebrada pelo bispo Dom José Vicente, da Diocese de Salgueiro. Indumentárias de couro, como chapéu, gibão, alforge, botas e celas foram apresentadas como oferta no altar pelos vaqueiros, como forma de homenagem.
A Missa do Vaqueiro é realizada desde 1971 e ocorre em memória de Raimundo Jacó, vaqueiro que era primo de Luiz Gonzaga. Ele foi morto em 1954 e teve seu corpo encontrado em uma estrada, no meio da caatinga. Ao saber da morte, o padre João Câncio, conhecido por usar chapéu, gibão e frequentar vaquejadas, fincou uma cruz no local onde o corpo de Jacó foi encontrado e passou a celebrar uma missa em homenagem ao vaqueiro.
O ocorrido também inspirou a música “A Morte do Vaqueiro”, cantada pelo ilustre primo de Jacó. Estiveram presentes os secretários Hercílio Mamede (Casa Militar), Lucinha Mota (Justiça e Direitos Humanos), os prefeitos Aleudo Benedito (Serrita), Raimundo Pimentel (Araripina); o vice-prefeito de Salgueiro, Adilton Carvalho; os deputados estaduais Socorro Pimentel e Aglailson Victor; o federal Pedro Campos; além do assessor especial Guilherme Coelho e de lideranças de toda região.
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Dom José Vicente, bispo de Salgueiro- PE desrespeitou os vaqueiros e o povo.
Um ABSURDO
Nota de Repúdio.
Um domingo triste na Missa do Vaqueiro em Serrita, Pernambuco. O bispo de Salgueiro, Dom José Vicente, que tomou posse recentemente, desrespeitou os vaqueiros e todos as pessoas que foram pra Missa. Um absurdo total.
Ontem não houve missa do Vaqueiro e, sim, uma celebração apressada sem as belas e tradicionais músicas da missa. Cantos que expressam a fé , a vida e o sofrimento do sertanejo, composição magistral de Janduhy Finizola gravada pelo Quinteto Violado.
Uma celebração fria, sem a emoção dos anos anteriores. O bispo, sem nenhuma sensibilidade pastoral muito menos dignidade e respeito ao povo, alegou que tinha outros compromissos agendados. Como assim? Como ignorar o maior evento religioso e turístico da região? Os músicos e os presentes ficaram perplexos , o coral de aboiadores sequer cantou. Luiz Gonzaga e o padre João Cancio devem ter se revirado no túmulo.
A missa perdeu seu brilho. Porque não houve nenhum protesto dos presentes nem dos músicos pelo profundo desrespeito e descaracterização da missa? Um silêncio e omissão cúmplice! Esse Dom José Vicente quer acabar com a Missa do Vaqueiro. Ele com certeza não entende o Jesus sertanejo, "tão sertanejo que entende até de precisão ", como diz a letra do canto inicial da missa.
Publicado no grupo Fé e Religião por Emerson Sbardelotti
https://www.youtube.com/watch?v=gbCuyQ1YnYo
🌵 Missa do Vaqueiro - Live 50 anos
https://www.youtube.com/watch?v=2kvWHKsBRWs
Missa do Vaqueiro - 1976 - Quinteto Violado
https://www.youtube.com/watch?v=GGFwKsSbhyU
Quinteto Violado e a Missa do Vaqueiro - DOC
https://www.youtube.com/watch?v=o5-Fw6Uidgw
Missa do Vaqueiro, Pt. 1
Missa do Vaqueiro, Pt. 2
https://www.youtube.com/watch?v=za4olZcRB-M
LITERATURA
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