domingo, 23 de julho de 2023

Depois do 15º Intereclesial o balanço e formação e/ou fortalecimento de redes de base comunitária..

 E não nos esqueçamos, rede boa nesta perspectiva  é aquela em que mais gente comprometida pode se balançar...

No que se refere ao balanço que já estamos fazendo desde o primeiro dia, também acompanhado  de registro, divulgação e formação, manteremos esta postagem aberta durante alguns dias, por isso ela será atualizada como novos conteúdos...

Quanto a cobertura do 15º Encontro Nacional das Comunidades Eclesiais de Base, ou Intereclesial, por parte da mídia em geral, observamos o destaque que o mesmo teve no principal veículo de informação/divulgação do pensamento e das atividades do Vaticano.

Isso contrasta com a cobertura que aparece no site da CNBB e na mídia católica brasileira.

A mídia progressista laica também não deu muita bola, embora estes veículos abram espaço vez em quando para pesquisadores, ativistas ou parlamentares que defendem a necessidade da volta do  trabalho de base. Mas como fazer isso, virando as costas para o mais importante evento que reúne pessoas que fazem isso mais ou menos diuturnamente? Embora com menos intensidade do que foi feito nos anos 1970 e 1980.

Já escrevi e publiquei neste blog texto a esse respeito. Falar em necessidade de trabalho de base é fácil, mas fazer.....)

E para a comunicação de CEBs, como igreja em saída:  Grande encontro nacional de educadores e/ou comunicadores  populares e agentes culturais, ligados ou que tiveram ligações com CEBs, CEBI, PJs, CPT, CIMI e outras pastorais e movimentos, incluindo alguns laicos.

E a pergunta continua.... O 15º intereclesial se encerrou neste 22 de julho de 2023 (sábado). Como prosseguir alimentando a mística do evangelho encarnado na realidade e tão presente, a despeito das  inúmeras barreiras e obstáculos,   durante os cinco dias do encontro na cidade de Rondonopólis (MT) de forma intensa e concentrada? 

A proposta acima é um das possibilidade dentre várias... Quem escrever a respeito e quiser enviar para publicação pode utilizar além do email da ong ação cultural disponível aqui no blog, o meu email pessoal.

zezitodeoliveira@gmail.com.br

Abaixo transcrição de reportagem publicada no site Vatican News

https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2023-07/carta-bispos-cebs-cnbb-rondonopolis-mato-grosso-2023.html

Bispos presentes em encontro das CEBs enviam carta à CNBB

A carta é assinada pelos 48 bispos presentes no 15º Intereclesial das CEBs que termina neste sábado (22), em Rondonópolis (MT). Confira a íntegra da mensagem:

Aos irmãos Bispos do Brasil.

“Sim! Vou criar um novo céu e uma nova terra!” (Is 65,17).

Nós, 48 bispos participantes do 15º Intereclesial das CEBs, em Rondonópolis (MT), no período de 18 a 22 de julho de 2023, com o coração cheio de contentamento, partilhamos com todos vocês, amados irmãos, que não puderam estar aqui e nos acompanharam com suas orações, o que vimos e vivenciamos juntamente com cristãos leigos e leigas, religiosos e religiosas, diáconos e presbíteros, representantes de milhares de comunidades eclesiais de base que há no Brasil, pessoas de, praticamente, todas as Igrejas particulares.

Seguindo a metodologia ver, julgar e agir, o encontro aprofundou o tema: CEBs – Igreja em saída na busca da vida plena para todos e todas, e o lema: “Sim! Vou criar um novo céu e uma nova terra!” (Is 65,17).

Desde 1975, cristãos leigos e leigas membros de comunidades eclesiais de base, acompanhados de religiosos(as), diáconos, padres e bispos, encontram-se para aprofundar a fé, em meio às realidades em que vivem, à luz da Palavra de Deus, que lhes concede a força para serem testemunhas do Evangelho de Jesus Cristo na família, na Igreja e na sociedade.

Esta caminhada de tantos anos expressa adesão ao que nos pedem os documentos do Concílio Vaticano II, das Conferências de Medellin, Puebla, Santo Domingo, Aparecida e as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. A Conferência de Aparecida reconheceu um florescimento das comunidades eclesiais de base (CEBs) no Brasil e em outros países da América Latina e do Caribe, tendo como fonte de sua espiritualidade a Palavra de Deus e, como guia que assegura a comunhão eclesial, a orientação de seus pastores.

As comunidades procuram vivenciar o seguimento a Jesus, o enviado do Pai, demonstrando “seu compromisso evangelizador e missionário entre os mais simples e afastados, tornando-se expressão visível da opção preferencial pelos pobres. O Documento de Aparecida ainda destaca que “as CEBs são fonte e semente de vários serviços e ministérios a favor da vida na sociedade e na Igreja. Mantendo-se em comunhão com seu Bispo e inserindo-se no projeto pastoral diocesano, as CEBs se convertem em um sinal de vitalidade na Igreja particular. Atuando, dessa forma, juntamente com os grupos paroquiais, associações e movimentos eclesiais, podem contribuir para revitalizar as paróquias fazendo comunidade de comunidades” (DAp, 179).

Nesses dias, em espírito de escuta, caminho sinodal e abertura ecumênica, acompanhamos, de perto, importantes partilhas e reflexões feitas por irmãos e irmãs de todas as regiões do Brasil. Valorizamos o testemunho de lideranças que, com fé e alegria, dedicam-se ao trabalho de evangelização, que tem como bases fundamentais a centralidade da pessoa de Jesus Cristo -   o Verbo Encarnado e missionário do Pai,  que se identifica com os pobres, com quem sofre e com todos os que vivem nas periferias -, a centralidade da Palavra e do Corpo do Senhor. As comunidades, alicerçadas nesses pilares da fé, tendo a missão como eixo fundamental que as dinamiza, celebram a vida, a ministerialidade, fazem a ligação entre fé e vida e reforçam a opção preferencial pelos pobres, revelando, por meio de ações concretas e em espírito sinodal, o amor de Deus aos irmãos e irmãs nas realidades sociais, eclesiais e culturais.

Ao lado de tantas experiências que nos encantam, percebemos também que há um certo cansaço em algumas lideranças das comunidades, talvez em razão de enfrentarem muitas dificuldades referentes ao processo evangelizador. Essas dificuldades trazem reflexos das várias eclesiologias e dos vários ambientes de nossa sociedade, quase sempre marcada pela urbanização desmedida, polarização política, pelo aumento da desigualdade, do individualismo, do preconceito e do consumismo, ocasionando assim a destruição da vida no planeta e desconsiderando a ecologia integral, como alerta o Papa Francisco.

Neste intereclesial, outros gritos se fizeram ouvir, indicando os grandes desafios presentes nas realidades urbanas, especialmente, nas periferias geográficas e sociais. Entre eles, o clamor pelo fim de todas as formas de violência contra as mulheres. Outro forte grito brota dos jovens que buscam sentido humano e cristão para sua vida e pedem maior abertura para uma presença mais significativa na vida das comunidades, visando aprimorar e assumir o sentido de pertença eclesial.

Os participantes desejam uma maior atenção à formação dos cristãos leigos e leigas, com o intuito de contribuir para que as comunidades sejam, de fato, missionárias, vivenciadoras da dinâmica sinodal e portadoras da Boa Nova, semente de um novo céu e uma nova terra (Cf. Ap 21,1). Desse modo,  estão colaborando para que a sociedade seja justa, solidária, fraterna e ecologicamente sustentável. Ainda, várias vozes se levantaram para dizer da necessidade de as comunidades serem confirmadas na caminhada evangelizadora por parte de todos nós bispos e não experimentem um sentimento de “orfandade”.

O Espírito Santo nos ilumine a fim de que, em nossas Igrejas particulares, ajudemos as CEBs em seu florescimento a vivenciarem, com muito ardor, a comunhão que é missionária e a missão que é para a comunhão (Cf. CFL, 32). Maria, a Mãe Aparecida, missionária incansável, interceda por todos os que fazem parte dessa caminhada.

Sua contribuição para uma grande missão: ajude-nos a levar a palavra do Papa a todos os lares

𝐌𝐄𝐍𝐒𝐀𝐆𝐄𝐌 À𝐒 𝐂𝐎𝐌𝐔𝐍𝐈𝐃𝐀𝐃𝐄𝐒

𝘊𝘌𝘉𝘴: 𝘐𝘨𝘳𝘦𝘫𝘢 𝘦𝘮 𝘴𝘢í𝘥𝘢, 𝘯𝘢 𝘣𝘶𝘴𝘤𝘢 𝘥𝘢 𝘷𝘪𝘥𝘢 𝘱𝘭𝘦𝘯𝘢 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘵𝘰𝘥𝘰𝘴 𝘦 𝘵𝘰𝘥𝘢𝘴! 

“𝘝𝘦𝘫𝘢𝘮! 𝘌𝘶 𝘷𝘰𝘶 𝘤𝘳𝘪𝘢𝘳 𝘕𝘰𝘷𝘰 𝘊é𝘶 𝘦 𝘶𝘮𝘢 𝘕𝘰𝘷𝘢 𝘛𝘦𝘳𝘳𝘢” (𝘐𝘴 65,17𝘴𝘴)

Queridas irmãs e irmãos da caminhada, reunidos/as em Rondonópolis, Mato Grosso para a celebração do 15º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base, nós, os mil e quinhentos participantes, tivemos a sensação exata de que éramos representantes de um coletivo muito maior, formado pelas milhares CEBs espalhadas por todo o país. Desta forma, você estava presente também, apesar da distância.

A alegria foi a grande marca do encontro, pois, nos olhávamos como verdadeiros e verdadeiras sobreviventes da pandemia e dos seis anos de desgoverno que nos afligiu. Guiamo-nos pelo método ver-julgar-agir, de 18 a 22 de julho, e de modo fiel aos gritos e desafios de todas e todos vocês, fizemos uma maravilhosa ciranda inclusiva.

O rosto das CEBs neste 15º Intereclesial revelou a identidade das comunidades com seus mais variados membros: cristãos leigos e leigas, pessoas LGBTQIAP+, diáconos e padres, religiosos e religiosas, bispos católicos e representantes de outras Igrejas, irmãs de caminhada. A força da juventude e das irmãs e irmãos pretos e indígenas, nos fizeram sentir o calor do testemunho, da resistência e da resiliência. Um rosto latino-americano, com expressões de todas as regiões do Brasil e de outros países.

Vimos que a desigualdade social é fruto de um sistema capitalista neoliberal, político e financeiro, de natureza excludente e concentrador de renda. Em decorrência dele, constatamos uma triste realidade, como: a imensa fila de desempregados e desempregadas, de trabalhadores e trabalhadoras informais, muitos/as em trabalhos análogos à escravidão; a fome, a educação e a saúde sucateadas, a falta de saneamento básico, o desmatamento e incêndios criminosos afetando os diversos biomas, a poluição das águas, do ar e da terra, destruindo a vida do planeta e das pessoas, o uso desregulado de agrotóxicos, o avanço do agronegócio e da mineração, o tráfico de entorpecentes e de pessoas, a questão urbana dominada pela violência, a presença de forças paramilitares, o armamento insano, o racismo estrutural e o alto índice de violência contra as mulheres e de feminicídios, o sistema carcerário injusto clamando pelo desencarceramento, a migração forçada e o sofrimento  dos migrantes e refugiados, a criminalização dos movimentos  sociais;  o acesso seletivo dos meios tecnológicos, os constantes ataques aos direitos já conquistados por meio de leis que passam pelo Congresso Nacional, a exemplo de Projetos de Lei sem discussão ampla com a sociedade,  a Reforma da CLT e da Previdência, e o marco temporal.

Olhando para o interno da Igreja, por um lado, as CEBs se ressentem pela falta de apoio de parte significativa do clero e, por outro, sentem-se fortalecidas pelo carinho e atenção do Papa Francisco, com suas atitudes e documentos, e por um grupo de bispos, padres, religiosas e religiosos que caminham juntos, na trilha da Igreja Povo de Deus. Constatamos ainda, que há nas CEBs, grande esperança no processo sinodal em curso, fomentando um imenso sonho de comunhão e participação em todos os âmbitos eclesiais, por uma Igreja toda ministerial, superando o clericalismo.

À luz do horizonte de um novo céu e nova terra, que a Palavra de Deus nos traz, discernimos às margens do rio da esperança, por meio dos mitos geradores de vida nova e do rito que faz a utopia ganhar sonoridade aos ouvidos dos sonhadores e sonhadoras da caminhada. Novo céu e nova terra são horizontes dos sonhos, mas também se constituem no princípio articulador das mais diversas utopias que apontam para a grande utopia do Reino, realizado em Jesus e antecipado na vida das CEBs. 

As CEBs, qual mulher grávida, continuam gerando o novo, recriando os caminhos de libertação, sob o impulso do verbo sair, que funciona como um fio condutor de toda a nossa existência. De Gênesis a Apocalipses, a caminhada do povo de Deus se deu sob a inspiração da Divina Ruah, fomentando um permanente sair. Do ventre da mulher ao ventre da pachamama, saímos sempre em busca da vida plena.

O AGIR nos enviou para cuidar. Cuidar para não perdermos o entusiasmo, para não banalizarmos a missão, para que as CEBs sempre tenham o coração ardendo pela Palavra e os pés firmes na caminhada do povo periférico. Cuidar dos grupos bíblicos de reflexão como sementes de novas comunidades. Cuidar da memória martirial e profética, das estruturas de comunhão e participação, do protagonismo das mulheres e das juventudes, da vida plena dos povos originários, da aliança e parceria com os movimentos populares, da força da sinodalidade que está na comunidade e dos processos de formação permanente. E em tudo, valorizar a força dos pobres nas iniciativas comunitárias e não deixar que nos roubem as comunidades!

E assim, com a esperança do verbo esperançar, dispostos e dispostas a seguir nossa caminhada como CEBs - Igreja em saída para as periferias, partimos de Rondonópolis, certos de que, Jesus de Nazaré, a multidão de testemunhas, e os Mártires da Caminhada,  seguirão  animando e conduzindo  as  CEBs para as Galileias periféricas das terras mato-grossenses ao Estado do Espírito Santo, onde seremos acolhidos por nossa Senhora da Penha.

Rondonópolis, 22 de julho de 2023.

15º Intereclesial das CEBs


De 18 a 22 de julho, a Pastoral da Juventude esteve presente no 15° Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) em Rondonópolis /MT, rezando em unidade o pedido do Papa Francisco para sermos cada vez mais Igreja em Saída.Com o tema “CEBs, Igreja em saída na busca da vida plena para todos e todas” e o lema “Vejam! Vou criar novo céu e uma nova terra” (Is 65, 17), representantes de todos os regionais do Brasil participaram de celebrações, plenárias, discussões e momentos de espiritualidade. O encontro reforçou a relevância das CEBs como referência para uma igreja sinodal e em saída, enfrentando os desafios sociais, políticos e ambientais que afetam as comunidades.Na manhã de sábado (22), após dias de escuta e reflexão sobre a participação juvenil nas comunidades, a Pastoral da Juventude deixou sua marca ao enviar uma carta repleta considerações sobre o protagonismo jovem na sociedade e na Igreja, especialmente nas Comunidades Eclesiais de Base. A carta ressaltou a importância de ouvir e acolher as vozes jovens, reconhecendo a riqueza de suas experiências e a força de sua atuação pastoral, e ainda trouxe um apelo para que as CEBs assumam com a PJ o compromisso de de criar e fortalecer grupos de jovens que sejam cada vez mais espaços de felicidade, amizade e de educação para a vida comunitária, a espiritualidade libertadora e o amor.

CONFIRA A CARTA DA PJ PARA O INTERECLESIAL CLICANDO AQUI

E SEGUE O MOVIMENTO......

https://www.youtube.com/watch?v=mRbV6aodjiQ



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quarta-feira, 19 de julho de 2023

2º dia do Encontro Nacional das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) - Papa Francisco envia mensagem e motiva o 15º Intereclesial das CEBs.

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Reportagem abaixo acrescida em 24 de julho de 2023

IGREJA EM SAÍDA
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Reportagem abaixo acrescida em 24 de julho de 2023 (tarde) 


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