domingo, 5 de julho de 2020

O que fazer com o exército do Bolsonarismo que as escolas, os meios de comunicação e pastores mercenários ajudaram a formar?



Maíra Magno (*)

A esquerda adotou o academicismo, a arte e a intelectualidade para si. Qual o lugar dos imbecis? Os verdadeiramente despidos de capacidade cognitiva e simbólica, qual o lugar deles? Eu quando entrei no estado aferi logo na minha primeira semana como professora a falácia do "ninguém é burro, as pessoas só precisam de oportunidade e estímulo". 

Mentira! Mentira! Há uma quantidade considerável de pessoas com sérias limitações cognitivas, criativas e simbólicas. Eu na minha experiência de sala de aula em escolas bem ruins ( locais onde esses alunos se sentem mais confortáveis para se expressar e são mais facilmente diagnosticados), via que cerca de 30% dos alunos que não podiam ser diagnosticados com deficti de aprendizagem, nao tinham de fato capacidade cognitiva de formular ou entender conceitos extremamente simples, não se tratava de preguiça ou desatenção, era limitação mesmo, a cognição deles não era capaz de separar simbólico de real, ou de perceber contradições ou de conseguir apreender algo de caráter abstrato. 30% coincidentemente é o número de apoiadores fies e inabaláveis de nosso presidente. 

Qual o lugar dos verdadeiramente incapazes cognitivamente quando a esquerda fala difícil e é majoritariamente pautada na academia? Os realmente limitados intelectualmente, os que não conseguem entender metáforas, figuras de linguagem, contradições, relações dialéticas...Para onde eles vão? A base inabalável de apoio de Bolsonaro só assusta e confunde quem nunca atuou diretamente com as classes populares, não que a estupidez seja um privilégio dos mais pobres, mas nesse caso, a limitação mental vem sem verniz, sem o polimento da etiqueta. Bolsonaro é sim o mito, é sim um símbolo, é um deles, são eles no cargo mais alto de uma nação. 

A identificação é imediata, apaixonante. Pessoas burras são sempre humilhadas, pessoas burras crescem sabendo que sao inferiores, mas agora elas podem ser presidentes da republica, agora elas estão no poder, Bolsonaro redimiu os imbecis vencendo com o único recurso que eles sabem mobilizar: o ressentimento, a frustração, a agressividade reativa. 

E só uma pessoa que nunca conviveu de perto com esse tipo de gente consegue se surpreender com o fato de não importa o que nosso presidente faça, ele nao perde apoio. Se essas pessoas tivessem alguma capacidade intelectual de compreender minimamente a complexidade da vida social, não votariam nele em primeiro lugar. O problema, não é tirar Bolsonaro, é o que fazer com 50 milhões de outros Bolsonaros que são eleitores.


(*) Graduada em Artes Visuais pela Universidade Federal de Sergipe em 2011 e Especialista em Arte Educação pela Faculdade São Luiz de França em Aracaju (2013). Professora de artes efetiva da  Rede Estadual de ensino de Sergipe, sendo atualmente professora de Artes da Escola Estadual Senador Lourival Fontes em Aracaju. Possui experiência e atuação nas áreas de teatro, música, dança e artes visuais com ênfase em arte educação. Atuou profissionalmente como bailarina, coreógrafa e professora de Dança do Ventre e Danças Folclóricas Arabes durante 15 anos, tendo experiência profissional e acadêmica internacional nestas áreas de conhecimento. 

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