sexta-feira, 3 de julho de 2020

Os inocentes do Leblon e a doença da classe merdia brasileira.


Leblon  ontem a noite... 02 de julho de 2020
Brasil tem 1.277 mortes por coronavírus em 24 horas e passa de 1,5 milhão de casos, mostra consórcio de veículos de imprensa
País soma 61.990 mortes por Covid-19 e chega a 1.501.353 infectados confirmados, segundo secretarias estaduais de Saúde.
G1 (*)



Os inocentes do Leblon
não viram o navio entrar.
Trouxe bailarinas?
trouxe imigrantes?
trouxe um grama de rádio?
Os inocentes, definitivamente inocentes, tudo ignoram,
mas a areia é quente, e há um óleo suave
que eles passam nas costas, e esquecem.
Este poema integra o livro Sentimento do Mundo, publicado pelo autor em 1940. 
Neste ano a II Guerra Mundial estava a todo vapor.
Carlos Drummond de Andrade




Bares do Leblon ficam lotados em primeiro dia de reabertura no Rio




Marina Lima faz citação dos inocentes do Leblon na canção Virgem. E estes também não  conhecem e ainda  matam o Brasil como disse o grande  Aldir Blanc e como se vê de forma mais transparente  após o golpe contra a presidenta Dilma.
E esta outra parte, com sua melhor banda, precisa de visibilidade, precisa se encontrar, precisa se unir.  E assim será quando a unidade na diversidade for melhor compreendida, quando for melhor praticada.

 Aqui em Aracaju os "Inocentes do Leblon" podem ser encontrados na praia de atalaia, como muito bem descrito pelo jornalista Rian Santos do Jornal do Dia.



Rian Santos

27 de maio de 2020
Os inocentes da Cinelândia*
Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br

Eu mesmo, com meus próprios olhos, não os vi. Soube deles pelos amigos. Todo domingo, quem passa de carro pode surpreendê-los aos pares, em grupos de três ou quatro, ao sabor do vento, livres, leves e soltos, os inocentes da Cinelândia.
Inocentes, sim. Vão à orla, ao fim da tarde, quando o sol começa a cair, sorriso no rosto, em bandos, como nas propagandas de refrigerantes. Segundo me contam, o seu semblante é plácido como uma paisagem campestre. Os inocentes são figuras borradas, num quadro de tom ameno. Permanecem alheios ao entorno, como se a matéria inteira do mundo estivesse diluída em tinta de aquarela.
Os inocentes da Cinelândia já foram denunciados pelos versos de Carlos Drummond de Andrade, sempre atento ao sentimento do mundo, enquanto derramavam óleo de bronzear sobre as costas. Se antes não percebiam os navios que rompiam o horizonte, em pleno Leblon, agora não apenas tapam os ouvidos para os apitos de toda a urgência, satisfeitos consigo mesmos, desfilam orgulhosos da própria ignorância.
Os inocentes da Cinelândia não querem saber dos mortos pelo coronavírus. São jovens, sentem-se firmes e fortes. Não se deixam impressionar pelo alarme dos números, os protestos publicados em letra de imprensa. Plenos de si mesmos, apesar do tédio de um domingo sem fim, também chamado quarentena, os inocentes aproveitam as férias.
Os inocentes da Cinelândia não são criminosos, como lhes acusam os prisioneiros da Ciência. São anjos sem consciência. Não têm passado. Não têm futuro. Mas uma eternidade inteira de fastio e sonolência à beira mar.
*Jornal do Dia.

Carlos Minc
@minc_rj
Os abusados do Leblom descumpriram regras e ironizaram prevenção. Têm planos de saúde, $ , condições. Contaminados, infectarão seus empregados, porteiros, arrumadeiras que não têm plano, $ e disputarão leitos no SUS. Elite podre e insensível. Cazuza vive! A burguesia fede!

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