Tema - Papa Francisco e o Cinema
A 2ª sessão do cine-realidade realizada na noite dessa sexta-feira, 19 de abril de 2024, com a exibição do filme “Francisco, o Papa de todos” foi satisfatória mais uma vez. O filme foi produzido e lançado em 2013, mesmo ano em que o cardeal Jorge Maria Berglogio ascende com o nome de Francisco ao papel de liderança principal da igreja católica.
O documentário tem como diretor Jorge Levin
e está centrado na trajetória de Berglogio como arcebispo em Buenos Aires, apresentando um rico painel de depoimentos
de pessoas que conviveram mais próximos a ele, inclusive o rabino judeu-argentino Abraham Skorka, assim como imagens da televisão
argentina com homilias e reportagens sobre o cardeal arcebispo.
O documentário apresenta o pensamento que deu base ao modo de vida do religioso. "Seu estilo de vida simples, próximo do povo e seus profundos conhecimentos
sobre Teologia, contribuíram para que Bergoglio conquistasse a confiança e
simpatia dos fiéis e de boa parte da opinião pública, que o conduziram à trajetória
de novo Sumo Pontífice. O filme mostra um pouco do estilo de Bergoglio à frente
da Igreja Católica na Argentina, que já apontava para a construção de uma nova
era da religião para o mundo. Em seus primeiros dias em Roma, o Papa Francisco
mostrou que vai conduzir a estrutura da Igreja Católica com uma atitude
austera, com forte preocupação social e favorável a uma cultura de encontro
entre Deus e os homens. (site Livraria da Travessa).
A última jovem a tecer comentários acerca das
suas impressões sobre o filme, lembrou uma cena forte e comovente, a que mostra
mães e familiares em uma missa de sétimo
dia em sufrágio das almas de dezenas de jovens que perderam a vida no incêndio
de uma discoteca em Buenos Aires. Bergoglio foi o celebrante e dentre outras
palavras fortes proferidas por ele, foi destacado, “Buenos Aires como cidade ainda
não chorou o necessário pela tragédia”. Francisco aqui estava falando de
solidariedade coletiva, empatia, compromisso cidadão na luta por justiça. Estava
querendo se referir a banalidade do mal, como é tratado pela pensadora Hanna Arendt.
“Hannah Arendt chegou à conclusão sobre o mal de
Eichmann. O mal que ele praticava não era um mal demoníaco, mas era um mal
constante que fazia parte da rotina dos oficiais nazistas como instrumento de
trabalho. Ou seja, a banalidade do mal é um mal que virou comum de ser
praticado.” (site politize)
Eichmann foi um dos principais comandantes nazistas, julgado e
condenado a morte por participação nos crimes do holocausto no tribunal internacional
de Nuremberg, realizado no ano de 1945
O mal da omissão, e não apenas da cumplicidade ou
da participação ativa também traz consequências trágicas para a humanidade em muitas situações . A
propósito da semelhança com o acontecimento trágico na discoteca em Buenos Aires (2004), foi lembrado pelo Pe.
Anderson o incêndio da boate Kiss (2013) no Brasil.
Fotos: Maxivel Ferreira e arte do card
Dentre vários aspectos positivos
da sessão dessa sexta-feira, destacamos:
a) Termos
encontrado um lugar bem interessante por ser totalmente aberto, o que é importante nestes tempos quentes em Aracaju,
um pouco diferente do primeiro local, mas bem próximo, embora o primeiro seja parcialmente
aberto e a contento. Como diz a tradição
popular, São Pedro nos abençoou.. E Raoni Smith, completa: Faz sentido, a igreja é dedicada a ele... São Pedro Pescador..
b) A
presença de Maxivel Ferreira da Ação Cultural, assim como a presença dos padres
José Soares e Anderson Gomes, respectivamente vigário e pároco. As falas dos
três foram bastante enriquecedoras para a assimilação do conteúdo do filme.
Assim como a fala de Débora Rabelo, coordenadora do Crisma.
c) O público
presente foi ampliado com relação a primeira sessão realizada em março, com presença de pessoas adultas ligadas a outros grupos
e movimentos da paróquia. A participação dessa vez foi melhor, mesmo que de forma mais provocada, na maior
parte das vezes..
d) O tempo
de duração do filme foi legal, 60 minutos. O filme traz uma narrativa com forte
carga emocional e afetiva, bem de acordo com a personalidade do Papa Francisco.
e) Também as
pipocas preparadas pelos catequistas, assim como a presença de José Expedito como
motorista, sempre importante, até como
auxiliar de produção substituto, na instalação dos equipamentos, como aconteceu nessa sexta-feira...
Ainda no clima de satisfação pelo resultado das
duas exibições do primeiro ciclo de exibição de retomada do Cine Realidade
intitulado “Papa Francisco e o Cinema” já estamos nos preparando para a última
sessão desse primeiro ciclo, a qual tem previsão de realização em junho do
corrente, com o filme “A Carta” baseado na
encíclica Laudato Si (Louvado Seja) do Papa Francisco e como parte da
celebração do dia internacional do meio ambiente.
arte do card acima: Maíra Ramos com a colaboração de Maxi Ferreira
Para a sequência das sessões do
segundo semestre intitulada “Fraternidade e Amizade Social” inspirado no tema
da Campanha da Fraternidade deste ano, estamos programando filmes produzidos em
Sergipe, inclusive pela Ação Cultural e outros realizadores, assim como filmes
produzidos pela produtora católica “pé no chão de nossa realidade” Verbo Filmes, sediada em São Paulo, mas com
histórias e imagens de outras cidades e regiões brasileiras.
Dentre esses destacamos:
Chica Chaves, que traz a história
do Bairro Industrial – De Gabriela Caldas e Sérgio Borges
Flores do Jardim – Criação e produção coletiva com participação
de Gabriela Caldas e Zezito de Oliveira – resultante do projeto Inventar com a
Diferença..
Tribos Urbanas da Verbo Filmes e
mais uns dois a serem escolhidos da mesma produtora.
Voa Passarinho, clip musical e “Se todas as escolas fossem Ponto de Cultura” – Ação Cultural.
Massa, Zezito! 👏🏽 A sua narração "cinematográfica", como sempre, ótima! Incrível como nos conduz bem às imagens dos acontecimentos in loco; a gente acaba se sentindo como se tivesse estado lá. Os pontos destacados foram emocionantes, como a fala do Papa Francisco quando da celebração da missa em homenagem às vítimas do incêndio na boate em sua terra natal, em 2004 - impossível não lembrar das nossas, em 2013. Arendt presente! E reflito, se o "mal da omissão" não é tão terrível quanto a ação ativa, e olhe lá se não for ainda pior... 😒
Lembrei da notícia que li, hoje, sobre o estudante autista morto na escola em que estudava por crianças como ele. Que chocante, Zezito! Que tipo de sociedade é essa em que até as crianças estão sendo vítimas da brutalidade, as que morrem e as que matam?! O pensamento de Hannah Arendt parece ter saído agora do forno.
Quando tive contato com a sua leitura, ainda no começo da minha vivência na universidade, senti uma realidade distante, como aquela ideia que a gente tinha de que guerras pra nós só eram identificadas nos livros, parecendo ser algo que jamais conheceríamos de perto. Ledo engano! Nem as guerras nem Arendt estão distantes de nós.
Espero mesmo ainda poder estar partícipe do Cine Realidade, que é uma excelente ideia!! Olha aí algo pra se pensar (levar o cinema aonde o povo está), aquele trabalho de formiguinha pra politizar na tentativa de desconstruir as falsas narrativas!! Há que se pensar nisso de forma ampla, essa é a minha sugestão.
Beijo e parabéns a toda equipe!! ✊🏽😘🙌🏽👆🏼🌺
Tânia Maria - cantora, atriz e professora de artes cênicas.
Acesse também:
sábado, 6 de janeiro de 2024
Papa Francisco e o cinema
A "catequese da humanidade": o cinema, segundo Francisco
O filme "Francisco, o Papa de Todos" dublado, com baixa qualidade de
imagem e gratuíto.
O filme "Francisco, o Papa de Todos" legendado, com melhor qualidade de
imagem e com acesso pago.
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