BR 3 com TONY TORNADO e TRIO TERNURA
POISÉ PRA QUÊ - SIDNEY MILLER
O poeta nos faz compensar nossa vida cotidiana. Mais do que isso, questione o tipo de escolha de desenvolvimento social, onde você trabalha, compra e consome. Pra quê? Com certeza deixamos de valorizar o privilégio da vida. Pois É, Pra Quê? (Composição: Sidney Miller/1968) Intérprete: MPB4
O automóvel corre, a lembrança morre
O suor escorre e molha a calçada
Há verdade na rua, há verdade no povo
A mulher toda nua, mais nada de novo
A revolta latente que ninguém vê
E nem sabe se sente, pois é, pra quê?
O imposto, a conta, o bazar barato
O relógio aponta o momento exato da morte incerta, a gravata enforca o sapato aberto, o país exporta
E na minha porta, ninguém quer ver
Uma sombra morta, pois é, pra quê?
Que rapaz é esse, que estranho canto
Seu rosto é santo, seu canto é tudo
Saiu do nada, da dor fingida desceu a estrada, subiu na vida
A menina aflita ele não quer ver
A guitarra excita, pois é, pra quê?
A fome, a doença, o esporte, a gincana A praia compensa o trabalho, a semana
O chope, o cinema, o amor que atenua
O tiro no peito, o sangue na rua
A fome a doença, não sei mais porque
Que noite, que lua, meu bem, prá quê?
O patrão sustenta o café, o almoço
O jornal comenta, um rapaz tão moço
O calor aumenta, a família cresce
O cientista inventa uma flor que parece
A razão mais segura pra ninguém saber
De outra flor que tortura, pois é prá quê?
No fim do mundo há um tesouro
Quem for primeiro carrega o ouro A vida passa no meu cigarro
Quem tem mais pressa que arranje um carro
Prá andar ligeiro, sem ter porque S
em ter prá onde, pois é, prá quê?
Nenhum comentário:
Postar um comentário