quarta-feira, 11 de setembro de 2024

A China que eu vi, vivi e senti constrói um novo mundo mais socialista

 Daqui a 30 anos o mundo, que muitos enxergamos como a caminho do caos, pode ter um viés mais socialista. Um mundo mais justo. Os chineses e seus dirigentes atuais parecem acreditar muito nisso. E estão buscando construir este futuro.

Cidade Proibida, em Pequim.Créditos: Renato Rovai

A China está construindo o novo mundo que muitas vezes almejamos numa velocidade impressionante. Esta é a minha principal conclusão depois de visitar o país por 12 dias a convite do governo local pela ocasião da celebração dos 50 anos da relação Brasil e China.

O socialismo com características chinesas era algo que todos que estávamos nesta trip confuciana (21 comunicadores, veja a lista no pé da matéria) queríamos entender. Foi a pergunta mais feita aos interlocutores do governo que nos atenderam nos primeiros dias.

E não é algo fácil de entender e nem de explicar. Talvez seja mais fácil de sentir. E foi o que ocorreu, pelo que percebi, com a maior parte da delegação que viveu essa experiência de correr o país de avião e ônibus alugado, passando por mais de meia dúzia de diferentes hotéis e se reunindo com mais de uma dezena de autoridades e representantes locais.

A China mistura hoje o que ela considera bom do capitalismo, ou seja, a sede pelo desenvolvimento de alto impacto e a permissão de classes sociais diferentes com economia planificada e centralismo democrático. 

O país tem 406 bilionários, perdendo apenas para os EUA com 813, segundo levantamento da Revista Forbes divulgado em abril deste ano. O empresário Zhong Shanshan, fundador da Nongfu Spring, é o homem mais rico da China, com uma fortuna avaliada em US$ 62,3 bilhões.

E o trabalhador chinês padrão recebe em torno de 4 mil yuans, que em reais é pouco mais de R$ 3 mil. Uma diferença brutal. Mas que é entendida como parte desse socialismo com características chinesas, onde nem todos são iguais e a “meritocracia” é parte importante dessa formulação de um novo modelo diferente de outras experiências socialistas, como a soviética e mesmo a cubana.

Mas dá pra chamar de socialista uma sociedade que tem um bilionário com US$ 62,3 bilhões e onde a maior parte dos trabalhadores ganha em torno de R$ 3 mil? Os chineses garantem que sim, porque, segundo as lideranças do partido, essa produção de riquezas foi o que garantiu o desenvolvimento do país e tirou 800 milhões de pessoas da pobreza em quatro décadas. Essa conquista representou quase 75% da redução da pobreza global no mesmo período. 

Em 1978, a China tinha cerca de 800 milhões de pessoas em extrema pobreza. Em 2020, conseguiu erradicar toda a pobreza extrema. A pobreza na China é definida como a situação de pessoas que vivem em áreas rurais e ganham menos de US $2,30 por dia, corrigido pela inflação.

Leia mais em:  https://revistaforum.com.br/blogs/blog-do-rovai/2024/9/11/china-que-eu-vi-vivi-senti-constroi-um-novo-mundo-mais-socialista-165352.html

Nenhum comentário: