Uma canção para Natália....
Solar (Ao Vivo)
Thiago Ávila, militante da causa palestina e ativista internacionalista, lamentou a morte da amiga.
"Primeiro a gente perde o chão. Não existe paz nem conforto imediato na ideia da partida. Só dor e tristeza. Tudo que não foi vivido, todas as conversas não feitas, todas as alegrias adiadas, todo carinho anestesiado pela correria e bagunça da vida. O mundo parece mais duro e triste quando perdemos alguém que a gente ama para partilhar dessa caminhada. A dor da perda também tem a ver com o quanto aquela pessoa era importante para as pessoas mais próximas, para a comunidade, para o mundo. É uma conta que não fecha: um desperdício doloroso de energia que semeava coisas boas por onde passava", começou Ávila.
"Cada pessoa se segura espiritualmente no que acredita: que a pessoa foi para um lugar melhor, que virou uma estrela, que voltará, que está entre nós iluminando caminhos, que se tornou formas diferentes de energia, ou pelo menos que deixou seu exemplo como inspiração pra gente e pra história da humanidade. São cosmovisões que nos ajudam a ter paz em momentos assim, mas não bastam para neutralizar a dor da passagem, pois isso demanda tempo. E, ainda, na missão de ressignificar a morte, a gente precisa falar da vida. Da necessidade imperativa de dar todo o valor pra ela. De nunca menosprezar a imensa dádiva que é estarmos aqui, juntos, com todos os desafios e missões característicos desse tempo e espaço. E que a melhor forma de honrar aquela pessoa que fez a passagem é viver a vida mais extraordinária que a gente puder, se realizando e realizando os sonhos em comum que vocês partilharam pelo tempo que a vida permitiu", completou.
"Assim, depois do choque a gente vai se adaptando à nova realidade, a dor vai se tornando coragem e até a ausência vai se tornando uma outra forma de presença, diferente, agora como inspiração e aconselhamento através do exemplo que nos ajuda a seguir adiante", finalizou.
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