sexta-feira, 20 de setembro de 2024

O que os candidatos a prefeito e vereador de Aracaju responderam sobre meio ambiente e cultura a agência mangue jornalismo? Candisse, Danielle, Emilia e Niully. Yandra e Luiz Roberto não responderam..

 


Candisse Matos Correia Carvalho Santos é aracajuana, tem 43 anos, é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e mestranda em gestão e política pública. Como jornalista, tornou-se conhecida do público pela sua atuação por mais de 15 anos na TV Sergipe. Ela é esposa do senador Rogério Carvalho (PT). A candidata declarou ao Tribunal Regional Eleitoral em Sergipe (TER/SE) não possuir nenhum bem. 

O plano de governo de Candisse Carvalho, denominado “Aracaju na Medida Certa”, possui 78 páginas e 23 eixos, definidos como “frentes de atuação”. Lá tem, por exemplo, o “Tarifa Zero e Transporte Público de Qualidade, Direito dos Animais, Meio Ambiente e Transição Ecológica, Política de Cuidados, da Infância ao Envelhecimento, Segurança Pública e a Medida Certa”, entre outros. Veja a íntegra do plano de governo no site do TRE/SE.

MJ- Nos últimos anos, a gestão municipal de Aracaju foi muito agressiva contra o meio ambiente: destruiu árvores, aterrou mangues e permitiu o avanço de construtoras sobre a antiga Zona de Expansão, local de adensamento restrito e de áreas de proteção ambiental. Além disso, Aracaju é uma das poucas capitais que nem têm um plano de enfrentamento à crise climática – só tem 4% das áreas ambientais protegidas. Quais suas propostas para o meio ambiente na cidade?

CC – Já passou da hora de revisarmos nosso Plano Diretor de forma consistente. Com a reorganização da cidade, identificaremos áreas para instalar fazendas de energia solar, especialmente nas periferias, reduzindo os custos de iluminação pública, promovendo a transição energética e garantindo energia gratuita para famílias de baixa renda. Implementarem os corredores verdes e jardins verticais, inspirados em Medellín, para combater o calor, melhorar a qualidade do ar e “verdificar” Aracaju. Nossos parques serão transformados em pulmões verdes, cultivando árvores e plantas, inclusive frutíferas, ajudando a combater a fome ao fornecer alimentos à população. Incentivaremos empresas a participar deste projeto verde e, para enfrentar as inundações, aumentaremos a permeabilidade do solo, adotando soluções ecológicas como jardins de chuva, pavimentos permeáveis e evitando o aterramento de lagoas e mangues. Substituiremos a frota de ônibus por veículos a biocombustíveis ou elétricos com Tarifa Zero. Respeitaremos a lei municipal e nos opomos à privatização da Deso, mantendo a água pública. Essas ações estão no nosso Plano Municipal de Adaptação e Mitigação às Mudanças Climáticas.

MJ – Há uma reclamação generalizada dos artistas locais sobre a cultura. Falta de transparência, participação, cachês ridículos, favorecimentos políticos. A gestão da Cultura no Município parece ser um caso. Quais suas propostas para alterar esse quadro?

CC – Nossa gestão está comprometida com a valorização da cultura em Aracaju, seguindo a tradição dos governos petistas de usar a cultura para a transformação social. Criamos eventos como o ForroCaju e o Projeto Verão, que promovem nossos artistas, oferecem lazer à população e atraem turistas, mas reconhecemos que esses eventos têm sido criticados pela falta de atenção aos problemas da cidade e às desigualdades sociais. Queremos transformar a Funcaju em um espaço de reconhecimento para os fazedores de cultura e ocupar espaços públicos com arte local, levando a cultura aos bairros. Vamos reorganizar o Conselho Municipal de Cultura e implementar nosso plano municipal, alinhado com as políticas nacionais e o governo Lula, garantindo investimentos e aplicando a lei que exige 30% de artistas locais em eventos. Também abriremos mais editais para agentes culturais, assegurando transparência e cachês justos. Nosso objetivo é promover uma revolução cultural em Aracaju, engajando a população e celebrando nossa identidade. Convidamos todos a se unirem a nós na valorização da cultura aracajuana.

Danielle Garcia Alves tem 47 anos e nasceu em Aracaju. Ela é formada em Direito e é delegada na Polícia Civil em Sergipe. Na última eleição municipal chegou ao segundo turno disputando a prefeitura da capital com Edvaldo Nogueira, candidato à reeleição. Danielle é uma das idealizadoras da Delegacia de Crimes Contra Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap) e recentemente estava no cargo de secretária de Políticas para as Mulheres no Governo Mitidieri. Os bens declarados pela candidata ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) perfazem o valor de R$ 700.000,00.

O Plano de Governo apresentado pela Delegada Danielle tem 17 páginas e que apresentam quatro eixos de propostas resumidas: 1) Gestão digital, transversal e participativa; 2) Aracaju inteligente, acessível, humanizada e resiliente; 3) Aracaju inclusiva e solidária; 4) Aracaju criativa, empreendedora e produtiva.

Acesse o plano da candidata no site do TRE/SE

MJ – Nos últimos anos, a gestão municipal de Aracaju foi muito agressiva contra o meio ambiente, destruir árvores, aterrou mangues e permitiu o avanço de construtoras sobre a antiga Zona de Expansão, local de adensamento restrito e de áreas de proteção ambiental. Além disso, Aracaju é uma das poucas capitais que nem têm um plano de enfrentamento à crise climática. Aracaju só tem 4% das áreas ambientais protegidas. Quais suas propostas para o meio ambiente na cidade?

DG – Primeiro que não vamos olhar apenas para a conservação ambiental. A cidade precisa ser sustentável. Vivemos numa cidade litorânea e cortada por 03 rios, temos uma biodiversidade rica e uma área grande de manguezais que tem alto potencial de absorção de carbono. Vamos implementar o Sustentaju, um programa de sustentabilidade para a cidade que, de forma transversal e integrada terá ações nas diversas secretarias. Por meio dele vamos promover o fomento às hortas urbanas; o IPTU Verde; a eficiência energética em prédios públicos; política menos papel na administração pública; educação ambiental e climática nas escolas. Implementar o Reciclaju, promover a recuperação dos vales dos rios e córregos, criar o Centro de Conservação, Pesquisa e Vivências dos Manguezais e o Parque de Experiências das Mangabeiras. Também vamos criar um novo Parque da Cidade na Zona de Expansão. E para coibir os crimes ambientais, será implementado um grupamento da Guarda Municipal especializado na área ambiental para atuar na proteção da biodiversidade e monitoramento das áreas de turismo e esporte em ecossistemas fechados. Estaremos também estimulando a economia verde e a transição energética.

MJ – Há uma reclamação generalizada dos artistas locais sobre a cultura. Falta de transparência, participação, cachês ridículos, favorecimentos políticos. A gestão da Cultura no Município parece ser um caso. Quais suas propostas para alterar esse quadro?

DG – A situação da cultura é de fato extremamente delicada. Não se trata apenas dos cachês dos artistas, mas também o descaso com nosso patrimônio histórico, a falta de incentivo para as diversas formas de expressão artística. Na Secretaria de Cultura e Economia Criativa vamos trabalhar a preservação e divulgação da nossa cultura mas também vamos criar ações para que nossos artistas e para quem empreende na economia criativa possa crescer. No bairro Industrial vamos ter uma zona para quem trabalha com criatividade com espaços para produzir, mas também para expor suas artes. Vamos ter incentivo para feirinhas de artesanato com apresentações culturais nos bairros. No centro da cidade, além da restauração dos casarões, vamos dar uma nova vida ao nosso Centro Cultural.Vamos ter um programa municipal de incentivo à cultura, algumas praças vão ganhar espaços para apresentação e vamos valorizar nossos artistas e não é só no momento das Festas Juninas. É o ano todo. Na moda, na gastronomia, na fotografia e para os mais jovens, vamos investir no mercado de games também.

Na terceira entrevista sobre as eleições 2024, Mangue Jornalismo conversa com a candidata do Partido Liberal (PL) à Prefeitura de Aracaju, Emília Corrêa. A coligação “Por uma nova Aracaju”, pela qual ela disputa, ainda conta com a Federação PSDB/Cidadania e o partido Agir. O vereador Ricardo Marques (Cidadania) é o candidato a vice-prefeito.

Defensora Pública aposentada, Emília Corrêa Santos Bezerra é natural de Lagarto/SE. Ela tem 62 anos e está em seu segundo mandato como vereadora da capital sergipana. Foi presidente da Comissão de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SE) e lecionou a disciplina de Direito Constitucional na Universidade Tiradentes (Unit). A candidata declarou R$ R$ 1.010.000,00 em bens à Justiça Eleitoral.

Seu plano de governo está dividido em 14 eixos temáticos: educação, desenvolvimento social, saúde, mobilidade urbana, habitação, infraestrutura e urbanização; meio ambiente, saneamento básico e sustentabilidade; cultura; juventude e lazer; segurança pública, turismo, entre outros. Veja a íntegra do documento no site do Tribunal Regional Eleitoral.

MJ – Nos últimos anos, a gestão municipal de Aracaju foi muito agressiva contra o meio ambiente: destruiu árvores, aterrou mangues e permitiu o avanço de construtoras sobre a antiga Zona de Expansão, local de adensamento restrito e de áreas de proteção ambiental. Além disso, Aracaju é uma das poucas capitais que nem têm um plano de enfrentamento à crise climática – só tem 4% das áreas ambientais protegidas. Quais suas propostas para o meio ambiente na cidade?

EC – A destruição de árvores centenárias da nossa cidade, o aterramento de mangues, e a permissão para o avanço desordenado de construtoras, pela falta da revisão do Plano Diretor, são exemplos claros de como a prefeitura priorizou o desenvolvimento descontrolado e não sustentável. O Parque da Sementeira, por exemplo, uma área que deveria ser restrita e de proteção ambiental, foi transformada em um canteiro de obras, todo cimentado, evidenciando a falta de compromisso com o futuro sustentável da cidade. Aracaju se destaca negativamente por ser uma das poucas capitais que ainda não possui um plano de enfrentamento à crise climática, uma falha grave que demonstra a ausência de uma visão estratégica e responsável por parte da atual gestão. Como candidata à prefeitura, minhas propostas para o meio ambiente são focadas na preservação e recuperação dos nossos recursos naturais, além de preparar a cidade para os desafios futuros, como as mudanças climáticas. Primeiramente, é crucial atualizar o Código Ambiental de Aracaju, tornando-o mais rígido e eficaz para enfrentar as agressões ao meio ambiente que presenciamos nos últimos anos.

MJ – Há uma reclamação generalizada dos artistas locais sobre a cultura. Falta de transparência, participação, cachês ridículos, favorecimentos políticos. A gestão da Cultura no Município parece ser um caso. Quais suas propostas para alterar esse quadro?

EC – A cultura em Aracaju tem sido negligenciada nos últimos anos, com uma gestão marcada por falta de transparência, baixa participação dos artistas locais e cachês desrespeitosos. Esse cenário é inaceitável e precisa ser transformado urgentemente. Para apoiar nossos artistas, vamos desenvolver políticas que abrangem desde a formação e capacitação até o incentivo à produção e circulação de suas obras. Criaremos programas de bolsas e editais de fomento à cultura, garantindo recursos para que os artistas possam desenvolver seus projetos. Além disso, investiremos na infraestrutura cultural da cidade, melhorando e ampliando os espaços culturais disponíveis para exposições, apresentações e outras atividades artísticas. Também promoveremos a integração dos artistas locais em redes e eventos culturais nacionais e internacionais, ampliando assim a visibilidade e o reconhecimento do talento da nossa cidade.

A primeira entrevista da série sobre Eleições 2024 é com a candidata Niully Campos, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Ela é candidata da Federação PSOL/Rede Sustentabilidade. O candidato a vice-prefeito é o professor Alexis Pedrão (PSOL).

Niully Nayara Santana Campos tem 36 anos, nasceu em Capela, Sergipe, é advogada e professora. Também é mestra em Direito pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Junto ao Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRE/SE), Niully Campos não declarou bens.

O Plano de Governo para Aracaju apresentado pela candidatura de Niully Campos está dividido em quatro eixos orientadores: 1) Aracaju democrática; 2) Aracaju justa: Políticas públicas de combate às desigualdades sociais, 3) Aracaju sustentável e 4) Aracaju diversa: Direitos humanos e combate às opressões.

O plano apresenta também 50 propostas, que se dividem em emprego e renda; desenvolvimento urbano: plano diretor, meio ambiente, moradia e mobilidade; cultura, história e memória; assistência social; criança, adolescente e juventude; por uma cidade das mulheres; segurança pública; saúde; educação; democratização do orçamento, do poder Executivo e Legislativo. Acesse o plano com a proposta da candidata no site do TRE/SE.

MJ – Nos últimos anos, a gestão municipal de Aracaju foi muito agressiva contra o meio ambiente, destruiu árvores, aterrou manguezais e permitiu o avanço de construtoras sobre a antiga Zona de Expansão, local de adensamento restrito e de áreas de proteção ambiental. Além disso, Aracaju é uma das poucas capitais que não têm um plano de enfrentamento à crise climática. Aracaju só tem 4% das áreas ambientais protegidas. Quais suas propostas para o meio ambiente na cidade?

NC – Para nós, do PSOL, construir uma cidade sustentável não é um slogan de eleição. A gente já trabalha a sustentabilidade desde muito tempo, quando as pessoas achavam que essa era uma pauta do futuro, para nós já era uma pauta do presente, porque a gente não entende sustentabilidade como forma de slogan de eleição, porque nós não estamos em guerra com o ambiente. Precisamos entender que nós somos parte dele e isso implica necessariamente em uma mudança de paradigma muito grande na gestão em Aracaju. É você pensar a cidade toda numa perspectiva ecossocialista, então desde a ideia de você garantir uma cidade que até a mobilidade seja pensada numa perspectiva de redução de emissão de poluentes, criar um programa grande de rearborização da cidade, já que estamos na contramão do mundo, derrubando tudo e passando asfalto, construir de fato uma cidade esponja. Muitas candidaturas que estão postas têm algum vínculo, alguma ligação com essa especulação imobiliária ou com aqueles que dominam o capital na cidade, mas temos a tranquilidade e legitimidade para dizer que nós temos independência e compromisso na pauta da sustentabilidade como uma pauta de vida para o pessoal.

MJ – Há uma reclamação generalizada dos artistas locais sobre a cultura. Falta de transparência, participação, cachês ridículos, favorecimentos políticos. A gestão da cultura no município parece ser um caso. Quais suas propostas para alterar esse quadro?

NC – Precisamos olhar a cultura com o respeito que ela merece. Eu digo isso porque tenho um artista em casa, meu companheiro é artista local e os desafios são cotidianos. Eu acho que está na hora de entender que Aracaju é uma cidade absolutamente diversa e com muita potência cultural, ao tempo em que o acesso a esses bens, a essas riquezas, ao patrimônio cultural, ainda alcança pouca gente. Precisamos garantir política pública permanente de incentivo aos artistas locais, para que, inclusive, eles possam difundir toda a produção cultural para outros municípios, outros estados e para todo o Brasil. É garantir que a gente consiga executar os recursos nacionais. Precisamos garantir paridade, respeito à formalização do Conselho Municipal de Cultura. Precisamos avançar numa perspectiva de aprovação do Plano Municipal de Cultura. A gente conseguiu isso agora muito recentemente, mas é preciso pensar na regulamentação do Fundo Municipal de Cultura, porque política pública precisa de orçamento. A cultura é direito fundamental e isso significa também levar para o centro da cidade festivais permanentes, ampliar o número de galerias na cidade para democratizar o acesso desses artistas a esses espaços de exposição.

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