sábado, 28 de setembro de 2024

Atores são pagos para sair às ruas e espalhar fake news sobre candidatos no Rio de Janeiro. Grupo era contratado por políticos em períodos eleitorais para aplicar o golpe do 'teatro invisível', segundo a Polícia Federal. Depois da produtora Brasil Paralelo era só o que faltava.

 Dedico essa postagem aos companheiros (as) e camaradas que desconhecem o potencial estético-pedagógico-politco, junto e misturado do teatro do oprimido de Augusto Boal e, principalmente para aqueles que conhecem e tem poder de decisão, mas não investem...

Interessante! Foi em  São João de Meriti com seu bispo progressista, Dom Adriano Hipólito, onde comecei a ter contato com a ideia do teatro do Oprimido. 

ZdO

Grupo era contratado por políticos em períodos eleitorais para aplicar o golpe do 'teatro invisível', segundo a Polícia Federal. Quatro pessoas foram presas.

Uma operação da Polícia Federal prendeu quatro pessoas no Rio de Janeiro nesta semana por divulgar notícias falsas contra candidatos das eleições municipais.

Com registros de operação em pelo menos 13 cidades do estado, a quadrilha contratava atores para fazer um teatro de rua, com a intenção de influenciar o voto.

Os próprios criminosos chamavam o golpe de "teatro invisível". Caracterizados de moradores locais, atores e atrizes abordavam as pessoas na rua e espalhavam informações falsas que favoreciam o político que os contratou, ou desfavoreciam os opositores.

O coordenador de cada grupo recebia R$ 5 mil pelo serviço, e os atores improvisados, chamados de "agentes de ação", R$ 2.500. Eles participavam de ensaios em galpões e salas de aula.

Segundo as investigações da PF, Roberto Pinto dos Santos e Bernard Rodrigues Soares, que foram presos nesta semana, comandavam a organização criminosa desde 2016.

Os dois aparecem em um vídeo de 2022, ao lado do deputado estadual Valdecy da Saúde (PL), atual candidato a prefeito de São João de Meriti (RJ). Na gravação, Valdecy diz que eles foram os responsáveis por fazê-lo um dos políticos mais votados do estado.

A Polícia Federal teve acesso a um arquivo chamado "Valdecy campanha teatro", que registra um gasto total de R$ 55 mil por grupo. Os relatórios listam quantas pessoas foram abordadas e até quantas tinham sido convencidas a trocar de voto.

Entre as notícias inventadas pela quadrilha, está uma reportagem falsificada do g1 que ligaria o deputado estadual Leo Vieira (Republicanos) ao assassinato da vereadora Marielle Franco. Leo Vieira é adversário de Valdecy da Saúde na disputa pela Prefeitura de São João de Meriti.

A organização criminosa também é suspeita de desviar dinheiro público. Áudios mostram que integrantes do grupo mantinham cargos comissionados em diferentes prefeituras (ouça na reportagem acima).

Presos na operação
Na quinta-feira (12), o juiz Bruno Ruliere determinou quatro prisões: além de Roberto e Bernard, os chefes do grupo, também foram detidos os supervisores André Luiz Chaves da Silva e Ricardo Henriques Patrício Barbosa.

A defesa de Roberto e Bernard negou a participação dos dois em atos de propagação de notícias falsas.

A advogada de Ricardo não quis comentar a prisão. E o Fantástico procurou o advogado de André Luiz, mas ele não respondeu.

A Polícia Federal do Rio de Janeiro e a Divisão de Repressão a Crimes Eleitorais cumpriram ainda 15 mandados de busca e apreensão.

Valdecy da Saúde (PL) informou, em nota, que não é investigado no inquérito e disse que não possui relação com os fatos.

Léo Vieira (Republicanos) disse que acredita no trabalho da Polícia Federal e do Poder Judiciário para garantir a transparência e integridade das eleições.

Agora, a investigação quer identificar os atores e descobrir quem contratou a organização criminosa. A Justiça Eleitoral pode cassar as candidaturas antes do primeiro turno, no dia 6 de outubro.

Ouça/assista o vídeo da reportagem  aqui



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