quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Boulos tá batendo um bolão ou um boulão nesta campanha do segundo turno para prefeito de SP. Debate com o povo na Praça de Sâo Miguel Paulista em 24/10/2024, com Lamaçal e na Rede Globo.

 Boulos tá batendo um bolão ou um boulão nesta campanha do segundo turno para prefeito de SP. Mesmo que não vença essa disputa, e não será fácil,  mas com alguma possibilidade, e mesmo perdendo, deixará  um marco e lições para a esquerda em busca de novos caminhos...


Novos caminhos que podem buscar inspiração a outros percorridos lá atrás. A campanha como Boulos está fazendo nos joga  de volta aos anos 1980.

E foi nessa década que São Miguel Paulista se tornou  uma das grandes referências no trabalho de base com educação popular , ação cultural, promoção humana e mobilização social, realizado pelas CEBs e outros organismos e pastorais da igreja católica em São Paulo.

Este trabalho foi realizado pela decidida opção e apoio  de Dom Paulo Evaristo Arns e Dom Angélico Sândalo Bernardino, respectivamente arcebispo de  São Paulo e bispo auxiliar de São Miguel naqueles anos..

Boulos nas ruas e nas  redes atualiza o modo de fazer mobilização social dos anos 1980.

A recomendação é,  as lideranças de esquerda com poder de decisão estejam atentas  ao necessário trabalho de  base, para que campanhas como esta de Boulos possam ser viabilizadas e sustentadas.

E não há muito tempo para esse despertar e decisão...

Como sempre, não é por falta de aviso.

Será, só imaginação? Será, que vamos conseguir vencer? Ou, nos perderemos entre monstros da nossa própria criação ou da nossa própria omissão?

ELEIÇÕES 2024

A caravana que levou o menino Guilherme a encontrar Boulos na periferia de São Paulo

Estratégia para virar voto 24 horas por dia na reta final da campanha levou o filho de Marcos e Ivete Boulos a reencontrar o menino que, olhando nos olhos da miséria, decidiu dedicar a vida na luta contra a injustiça social.

 REACT: A SABATINA DE BOULOS COM PABLO MARÇAL | Direto das Eleições com JORGE CHALOUB



Eliara Santana.

BOULOS, MARÇAL E A SABATINA

Assisti à sabatina que Pablo Marçal propôs a Guilherme Boulos (Psol) e Ricardo Nunes (MDB), que disputam o segundo turno para a Prefeitura de São Paulo. O nome da sabatina foi “Entrevista de emprego – quem será o próximo prefeito de São Paulo?”, bastante sugestivo. Achei muito boa, mas não quero atentar aqui para os detalhes em si do evento. Quero focar nas repercussões para refletir sobre alguns aspectos. Algumas análises em tom de crítica tiveram bastante repercussão no campo progressista. Com bastante ênfase, elas afirmam que Boulos foi um inocente útil, foi usado, que Marçal é um gênio e usou o evento para se promover.

Gosto muito dos especialistas porque eles falam sobre tudo: desde o que Lula deve ou não fazer no Planalto, até o que se deve fazer em relação ao genocídio perpetrado por Israel na Palestina, passando pelas lamentações sobre a Venezuela e, claro, ditando as músicas que devemos ouvir para reforçar que temos gosto musical e os livros que devemos destacar as capas para mostrar que somos todos intelectuais. Enfim, gostaria muito de ter essa expertise toda, mas não tenho. Então, farei somente alguns comentários simples sobre a sabatina, que foi realizada às vésperas do último debate na TV Globo e às vésperas da votação.

A “Entrevista de emprego” de Marçal com Boulos foi acompanhada ao vivo por 500 mil pessoas. Até o momento em que escrevo, sábado pela manhã, já teve quase 400 mil visualizações. Marçal falou em “respeito ao espaço democrático” salientando que o espaço estava aberto aos dois candidatos que avançaram ao segundo turno, mas que Nunes não havia topado participar.  

É claro que a sabatina foi uma jogada excelente de Pablo Marçal para se manter em foco na mídia, nos corações e mentes e, sobretudo, para já adiantar a construção de um personagem palatável – mais ao centro, mais comedido, mais alinhado a prerrogativas democráticas – para 2026. Marçal é um personagem nefasto da cena política? Sim, é. Até aí, concordo com os especialistas. 

Mas, no quesito “Boulos inocente útil”, discordo bastante. O candidato do Psol não chegou a disputar o segundo turno para a prefeitura da maior capital do país e uma das maiores do mundo por ser inocente, tolo, bobinho, enganável. Boulos tem uma trajetória de militância e de luta combativa, é uma pessoa séria e inteligente, tem uma ótima entrada no ambiente digital, não é um idiota. Cometeu erros, como todo humano comete. Mas teve inclusive a humildade de dizer que estava errado ao apoiar a Lava Jato contra o PT, lá nos idos de 2014/15/16 e o impeachment contra a Dilma, no começo. Aliás, seria muito bom que vários e várias que hoje estão aí nos holofotes como grandes porta-vozes do pensamento de esquerda tivessem também essa humildade e assumissem seus erros do passado – mas isso é tema para outro post. Sigamos. 

A sabatina serviu para Marçal como serviu para Boulos – inclusive como resposta para um vídeo eivado de ressentimentos do ex-comunista Aldo Rebelo criticando o candidato do Psol. Portanto, eu acho, mas não sou especialista, que parte do pensamento crítico progressista precisa parar com essa dicotomia infrutífera do bem contra o mal – me espanta que critiquem os evangélicos por acreditarem nesse tipo de coisa –, de achar que o lado de lá está repleto de demônios e que do lado de cá só há anjos inocentes. Estamos falando em ambiente político, em estratégia política, em disputa, em DIÁLOGO COM O ELEITOR. E para além disso, vivemos em um mundo midiático – que extrapola muito a noção de saber atuar nas redes sociais. A mídia nos constitui como seres sociais, gostemos ou não. A comunicação jamais voltará a ser feita por sinais de fumaça e ligações do Orelhão. Respeito profundamente quem sente saudades de outros tempos, mas creio que precisamos olhar a realidade saindo um pouco do nosso lugar de conforto. É assim que a gente consegue ver o que está acontecendo.  

A sabatina de Marçal com Boulos foi acompanhada ao vivo por meio milhão de telespectadores simultâneos. Boulos deu palco para Marçal, como dizem os especialistas. Mas também ganhou palco para dialogar e expor suas ideias. É uma questão de medir custos e benefícios – desde ontem, esse foi o grande fato da campanha. Para esse tantão de gente que acompanhou ao vivo, Boulos disse, por exemplo, que ao final de seu possível governo, ninguém estará sem moradia em São Paulo; disse que mulheres que sofrem violência terão prioridade em programas habitacionais e deu também outros recados bem direcionados: falou, por exemplo, que a Prefeitura não pode aparecer para os empreendedores apenas quando quer cobrar os boletos. Respondeu a provocações, fez outras, estava bem calmo e explicativo. Respostas curtas, fala breve sem raiva. Conseguiu dar recados.

Como disse, não sou especialista em nada. Mas espero, do fundo do meu coração vermelho, que os grupos de inteligência do campo progressista, da esquerda, estejam desde ontem assistindo e escrutinando a sabatina e assistindo de novo e parando o vídeo e anotando partes; vasculhando as redes de Marçal, procurando entender quem foi o público que assistiu ao evento, essas quinhentas mil almas, o que comem, do que se alimentam. Torço pra isso. A esperança é a última que morre.

P.S: Desculpem esse texto gigante num sábado!


Nunes e Boulos trocam acusações em debate sobre corrupção e extremismo e exploram Bolsonaro e Lula.

 Lula

Advogado de Nunes vota em Boulos? Quem é o comediante que bombou nos intervalos do debate da Globo

Ator do Porta dos Fundos com extenso currículo no mundo das artes, Rafa Pimenta amenizou o clima tenso do debate com esquetes nas redes em que interpretava o advogado do "prefeitão top" nas redes. Assista aos vídeos.


JOGO SUJO

Boulos expõe "gabinete do ódio" de Nunes com perfis fakes e robôs

Inúmeros perfis diferentes, de forma articulada, publicavam frases idênticas nas redes sociais durante do debate da Globo.

https://revistaforum.com.br/eleicoes-2024-apuracao/2024/10/26/boulos-expe-gabinete-do-odio-de-nunes-com-perfis-fakes-robs-168108.html





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