domingo, 20 de outubro de 2024

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Ao vivo o pronunciamento de Guilherme Boulos em frente à prefeitura de São Paulo.
Boulos divulga carta ao povo de SP em pronunciamento: “Não é promessa, é compromisso”
Publicado por Yurick Luz - Atualizado em 21 de outubro de 2024 às 11:37

 DCM

Guilherme Boulos (PSol): psolista divulgou uma “Carta ao Povo de São Paulo”. 
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), candidato à prefeitura da capital paulista, divulgou uma “Carta ao Povo de São Paulo” durante pronunciamento nesta segunda-feira (21). No texto, ele diz: “Isso não é apenas uma promessa de campanha. É um compromisso de futuro.”

Leia a carta na íntegra:

Venho aqui, de coração aberto, para falar com vocês. Eu nasci, cresci e formei minha família na nossa cidade. Tive a oportunidade de viver os dois lados da ponte. O que sempre me moveu, desde menino, quando fui atuar junto com as pessoas sem-teto, foi o sentimento de indignação com as injustiças e a convicção de que é possível vivermos numa sociedade melhor. Como pode uma cidade tão rica ter gente com fome? Como pode ter tanta gente nas ruas? Como pode termos bairros com a qualidade de vida da Suécia e outros, com a dos países mais pobres do mundo? Essas inquietações são minhas, dos que caminham ao meu lado e, tenho certeza, também são suas.

Ter uma cidade mais humana, em que a solidariedade não seja destruída pela indiferença, é o que eu acredito e quero fazer. Sei que muitos de vocês compartilham desse sonho, mas têm dúvidas e receios. Muitos ficam assustados com a minha trajetória no movimento social. Outros se questionam sobre se conseguiremos dar conta ou se vamos dialogar com quem tem visões diferentes. E, por isso, ficam receosos de apostar na mudança que representamos, mesmo sabendo que a cidade não está boa. Peço aqui um voto de confiança a vocês. Eu me preparei para governar nossa cidade: estudei cada área, cada contrato e cada solução. Chamei a Marta, com sua experiência administrativa, para ser minha vice e juntamos especialistas e gestores que passaram por governos de diferentes partidos. Nosso governo será de diálogo e construção conjunta, sem amarras a qualquer tipo de sectarismo.

Reconheço também que, pelo nosso propósito de olhar sempre para os invisíveis, muitas vezes nós da esquerda deixamos de falar com tanta gente que também batalha, sofre o dia-a-dia das periferias e que buscou encontrar sua própria forma de ganhar a vida. A periferia mudou. Você, mulher, que foi abrir seu salão, vender salgados na garagem de casa ou na porta do metrô, sabe disso. Você, jovem, que financiou uma moto e foi trabalhar sem parar e sem nenhuma proteção, sabe disso. Você que pega um carro e dirige a cidade toda como motorista de aplicativo sabe disso. Muitas vezes nós deixamos de falar com vocês.

Eu quero aqui assumir um compromisso com cada um de vocês: a Prefeitura de São Paulo vai reconhecer o seu esforço e te oferecer oportunidades, não só aparecer pra cobrar boleto. Isso não é apenas uma promessa de campanha. É um compromisso de futuro.

Sei que boa parte de vocês está descrente da política, perdeu a esperança por achar que são todos iguais. E quando a gente vê quem aparece só de quatro em quatro anos, repetindo o que o marqueteiro falou, eu te entendo. É difícil diferenciar quem está de verdade do seu lado dos que querem te enganar. O compromisso que eu assumo com vocês não é apenas de fazer melhor, é de fazer diferente. Eu vou fazer meu Gabinete na Rua, indo todos os dias escutar você no seu bairro e construir junto as soluções. Vou fazer valer a participação como forma de governo, porque acredito que uma política feita desse jeito, sem portas fechadas, pode renovar a esperança de muita gente. Por isso, faço aqui um pedido a vocês: não desistam da mudança. Desistir dela é desistir do futuro, de deixar um legado da nossa geração para as que virão.

Nesta eleição, São Paulo tem um risco e uma oportunidade.

O risco é deixar um prefeito fraco e omisso levar nossa cidade ao caos. Quando o governo é fraco, os verdadeiros vilões tomam conta. Foi assim que o pior da nossa política se apoderou do orçamento de São Paulo, do nosso dinheiro, com esquemas que todos nós estamos vendo na imprensa. Foi assim que o crime organizado se infiltrou no transporte público e em cargos de alto escalão da Prefeitura. Já vimos esse filme em outras cidades do país. E não acaba bem.

Mas esse não é o único caminho. Nós podemos, com coragem e responsabilidade, afastar esse risco de São Paulo e aproveitar a oportunidade de termos o maior orçamento da nossa história para enfrentar as desigualdades que vêm de longe. Para olhar as grandes metrópoles do mundo e tirar as melhores soluções em inovação, eficiência e sustentabilidade. Para termos, pela primeira vez, uma política que entenda e apoie a periferia que quer empreender. Um governo que vai levar a escuta e a participação da sociedade ao limite.

Eu jamais desistirei desse caminho. Fomos tão atacados nesta eleição exatamente por manter a coerência e os princípios que nos trouxeram até aqui. E acredito que é possível ganhar essa eleição dialogando olho no olho com as pessoas. Defendendo que os sem-teto tenham casa, que os invisíveis tenham voz, que todos os trabalhadores tenham oportunidades. Que as periferias sejam tratadas com respeito e não com preconceito e violência. É isso que nos move. E peço a todos que se movem por esses mesmos valores que saiam às ruas para virar votos nessa reta final. A verdade pode, sim, vencer a mentira. A esperança pode, sim, vencer o medo.

Pensem e reflitam com suas famílias. A hora é agora. Por tudo isso, peço o seu voto no próximo domingo no 50!

Guilherme Boulos
Candidato a prefeito de São Paulo
São Paulo, 21 de outubro de 2024


É uma pena se a cara da maioria dos eleitores de São Paulo, for mesmo essa. Caso se confirme a vitória de Nunes, é um péssimo sinal de que estamos perdendo a guerra cultural, e perdendo feio. Guerra Cultural, que a esquerda da velha guarda comunista definiu como guerra ideológica. Mas que em matéria de enfrentamento a burguesia, prefiro a estratégia de ação cultural de base  dos anarco sindicalistas. O que significa dizer. A guerra cultural ou ideológica precede a guerra política e também é realizada ao mesmo tempo que a guerra no campo da politica. 
A ação cultural dos anarco-sindicalistas nas primeiras duas décadas do século foi uma forma de confirmação que estávamos no rumo certo, no bairro américa dos anos 1980 e 1990.
Que isso seja levado em consideração pelas esquerdas organizadas em suas diversas vertentes de pensamento...
Mais ação cultural para construirmos uma democracia cultural, o que é mais do que democratização da cultura, como apresentado no curso Agentes Culturais Democráticos, realizado recentemente por professores da UFBA com o apoio do MINC. 

ZdO

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Pós eleições: a saída é pela esquerda

Guardem essa frase proferida por Rudá Ricci na live  acima. "O Lulismo só pensa em voto".



👆🏽Um outro grande analista de conjuntura com os pés no chão... José Arbex Jr.   Mais um para a lista... Frei Betto, Rudá Ricci,  Romero Venâncio. Observem Análise de conjuntura com os pés na realidade... Sem ficar falando para um devir ou porvir, parecendo estar acima do bem e do mal...
 É o intelectual orgânico raiz que se chama?

sábado, 4 de fevereiro de 2023

quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Quem está preparado para fazer avançar a revolução cultural emancipadora?


A POLÍTICA DE AÇÃO CULTURAL ANARQUISTA

No final do século XIX teve início uma política de importação de mão de obra estrangeira por parte do governo brasileiro, com o objetivo de apoiar as iniciativas de modernização econômica e também conforme as concepções conservadoras da época, contribuir para o embranquecimento da população e mudanças de costumes e padrões culturais. A maioria dos imigrantes eram de origem Italiana que trouxeram como contribuição para a cultura nacional, o ideário Anarquista, que consiste em conjunto de ideias que busca a construção de uma sociedade baseada na auto-gestão dos trabalhadores.

Os anarquistas chegaram ao Brasil dentro de um contexto sociocultural muito difícil. Quando aqui chegaram o número de analfabetos era muito grande, a escola era artigo de luxo! Poucas existiam, e essas mesmas só podiam ser frequentadas pelos filhos das famílias abastadas, os únicos que se podiam dar ao luxo de estudar. A classe pobre não tinha condições econômicas para comprar livros, cadernos e calçados, nem podia sustentar as crianças sem trabalhar todos os dias, tal era o estado de pobreza em que vivia.

O conceito de então, era de que um país vale o que produz, pela riqueza material e patrimonial que acumula, e pela ostentação dos nobres de sua sociedade.

A este conceito escravocrata, os anarquistas opunham à ideia de que nação e, antes de tudo, um povo que fala a mesma língua, um povo que vale pela sua grande instrução, pela cultura que possui e pelo nível de vida que proporciona a todos os membros de sua sociedade, indistintamente.

Mas, quem ouviria, entenderia e iria ler as teorias anarquistas? O trabalhador analfabeto? O analfabeto condicionado a aceitar a situação milenar? Teriam os trabalhadores capacidade para entender a filosofia do anarquismo, raciocinar sobre o seu conteúdo, absorvê-la? Os anarquistas acreditavam que não, e por isso passaram a pensar em fundar escolas livres, onde o ensino, além de uma forma de alfabetizar adultos e crianças operarias, fosse também uma  tribuna de debates e de diálogo.
   
A ideia alfabetizadora invadiu associações de classe, tornou-se uma obrigação de todos! Não havia um sindicato ou um Centro de Cultura Social que não tivesse sua escola para alfabetizar e instruir. Umas ministravam curso primário, profissionais de corte e costura desenho geométrico, artístico, outras ensinavam música e teatro social, mas todas visavam alfabetizar, instruir e desenvolver a capacidade intelectual dos trabalhadores e dos seus filhos.

Os anarquistas prezavam muito algumas formas de arte destacando-se o teatro, este esteve sempre presente nas conferências e festas que eram promovidas regularmente. Os grupos de teatro eram formados por trabalhadores de diversas categorias tais como: construção civil, vidreiros, sapateiros, estivadores de docas, garçons, cocheiros etc.

As peças eram escolhidas entre autores socialistas e anarquistas, como: “A Tomada da Bastilha”, “Militarismo e Miséria”, “O veterano da liberdade” e outros.

O teatro social, no entender dos anarquistas, era um veículo de propaganda ideológica, seguro, eficiente, a nível familiar, um divertimento instrutivo, um instrumento revelador de capacidades artísticas, centro de desenvolvimento e aperfeiçoamento de debates em público, e um meio de obter dinheiro para auxiliar os jornais anarquistas.

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