sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Se São Paulo fosse Gotham City o Coringa Lamaçal poderia derrotar Batman e Robin ( Lula e Boulos). A turma da dupla dinâmica precisa estar bem unida e trabalhar muito.

Coringa (2019) é interpretado pelo ganhador do Oscar Joaquim Phoenix (Pinterest/Divulgação) 

Sentem-se e leiam com calma esse artigo de Vinicius do Valle, doutor em ciência política pela Universidade de São Paulo e diretor do Observatório Evangélico, publicado hoje na Folha.

Pelo alerta de Valle, Bolsonaro, Michelle, Edir Macedo, Malafaia e Nikolas Ferreira passam a ser, com a chegada de Pablo Marçal, o Ortkut da mistura de política com pregação evangélica. Marçal vai além e mistura muito mais, de todas as religiões, sempre com o ingrediente da militarização.

A revolução de Pablo Marçal não está sendo televisionada

Seu discurso alimenta sonhos e estratégias de ascensão

Folha de S. Paulo - VINICIUS DO VALLE

Neste momento, as principais pesquisas indicam um empate técnico entre os candidatos Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB), mantendo o cenário aberto em relação às possibilidades de o ex-coach ir ao segundo turno. No entanto, mesmo que Marçal não avance, há sinais de que estamos testemunhando a emergência de uma "marçalização" da política que não deve se encerrar neste ciclo eleitoral.

Marçal é um dos pioneiros e principais representantes de uma poderosa junção entre religiosidade, métodos de desenvolvimento pessoal e busca por prosperidade. Uma de suas iniciativas mais relevantes, e que tem recebido pouca atenção, é a fundação do Quartel General do Reino (QGR).

O QGR não se identifica como uma igreja, mas como um "movimento". Essa caracterização é estratégica, pois permite que o frequentador seja fiel a qualquer igreja ou, simplesmente, a nenhuma. O foco do movimento não é a adoração divina, mas o desenvolvimento pessoal dos seus integrantes, baseado em uma ética religiosa e disciplina militar.

A promessa do QGR é que, com fé, disciplina, técnicas de desenvolvimento pessoal e inteligência emocional, o indivíduo se transforma e, ao longo do tempo, prospera. O próprio Pablo Marçal é visto como a personificação desse modelo de sucesso, simbolizando excelência na constituição familiar, na fé, na capacidade física e na prosperidade econômica.

Marçal, como evangélico, veio da Videira, uma igreja que se expande a partir da criação de células nas casas de pessoas. É de lá que vem o know-how sofisticado para a estruturação do QGR. Bolsonaro não tem nada parecido. Apesar de ser visto como um líder e de agregar em torno de si pessoas que, em alguns casos, formam uma comunidade, não há nada com esse nível de estruturação.

Embora não haja dados disponíveis, os sinais observados indicam que o QGR está em plena expansão. Nas suas redes sociais, quase diariamente são anunciadas novas "células" sendo abertas por todo o país. O movimento certamente pode servir de base para uma candidatura de Marçal em nível federal. Presidente? Por que não?

O movimento de Marçal encontra, afinal, um terreno fértil. Vivemos em uma sociedade que afirma, de várias formas, que o indivíduo é aquilo que pode comprar. Um mundo onde a publicidade onipresente, direcionada por algoritmos, sugere que as experiências humanas adquiríveis no mercado são infinitas e prazerosas.

Por outro lado, os caminhos para usufruir das benesses materiais tornam-se cada vez mais difíceis. O "projeto de vida do trabalhador", que outrora envolvia ascensão por meio do emprego formal na indústria, fracassou há décadas. Nos últimos anos, a via de ascensão por meio dos estudos também se estreitou. A classe média, cada vez mais escolarizada, vivendo próxima ao burnout e sem tempo para ter filhos, sobrevive, muitas vezes, de trabalhos intermitentes que ora se acumulam, ora faltam. A chegada da inteligência artificial indica, ainda, que menos vagas de trabalho serão necessárias.

Frente a esse quadro, as novas gerações, imersas nas redes sociais, cada vez dão menos importância para a educação formal. Esses jovens encontram seus sonhos e alternativas no mundo das apostas: seja nas bets, na tentativa de viralizar um vídeo, no OnlyFans ou no empreendedorismo digital, que requer menos capital que o tradicional. É um sonho difícil, que poucos alcançam. No entanto, as chances aumentam quando o indivíduo tem disciplina, motivação e fé para persistir diante das baixas probabilidades e dos momentos de dificuldade.

É isso que vende o mundo dos influenciadores de prosperidade, cujo maior representante é Marçal. Seu discurso alimenta sonhos e estratégias de ascensão. Sua agressividade expressa a raiva que muitos sentem contra o "sistema".

Quem ainda acha que o fenômeno é vazio e efêmero corre o risco de ser surpreendido nas próximas eleições por uma política "marçalizada", já institucionalizada em organizações como o QGR —que, por oferecer sonhos e alternativas, devem crescer e multiplicar-se.


Os programas abaixo dialogam com o texto acima. 




Não faz o M

ANTES DE VOCÊ LER

Este site foi elaborado com uma preocupação genuína com o futuro de São Paulo.

Mulheres, homens, negros, brancos, pobres e ricos, todos nós amamos e queremos o melhor para nossa cidade. Podemos discordar profundamente sobre os rumos econômicos, sociais ou ambientais que queremos pra SP, e escolher entre diferentes candidaturas é a essência da democracia.

Mas a candidatura de Pablo Marçal representa um perigo grave, algo maior que qualquer divergência política.

O histórico de Marçal, como detalhado neste dossiê, é simplesmente ASSUSTADOR e talvez não seja de pleno conhecimento da população. 

Envolvimento com o crime organizado, lavagem de dinheiro, fraudes financeiras e até mortes... a lista causa espanto e ajuda a entender quem ele é de verdade.

São Paulo pode ser uma cidade com melhores condições e oportunidades para todos os seus moradores, mas, para isso, é essencial evitar que um sujeito inescrupuloso e com a ficha tão suja alcance o poder. 

Avalie você mesmo as evidências, e tire suas próprias conclusões.

Se achar que este dossiê pode ser útil, compartilhe com seus contatos, especialmente com aqueles que ainda estão indecisos.

https://www.dossiemarcal.com/

Marçal de Marginal nos apresenta a triste constatação de que bandido ou criminoso na disputa política não é mais apenas figura de retórica ou expressão. Com ele também cai por terra a ideia de que um tipo de marginal assim nunca ameaçaria ser eleito para um cargo tão importante.

Ou seja, passamos de um estágio em que , tanto os criminosos que agem dentro da lei, como os que agem fora da lei, estariam apenas por trás das campanhas, como tinha sido no passado.

São tempos muito difíceis. Tempos desafiadores para nossa inteligência como coletivos democráticos e progressistas...

Defender bandido contumaz e confesso pega mal, muito mal. Mas o que fazer com quem faz isso?

Quem não está escravizado mentalmente pela mentira pode conferir nesse dossiê. O caso é grave, muito grave, os que  envolvem o Meliante. Por isso é o campeão da rejeição nestas eleições.

O que ameaça a possibilidade de continuidade do sistema democrático, caso candidaturas de bandidos de alta periculosidade continue sendo aceitas pelo poder judiciário e "toleradas"  pelos grandes meios de comunicação de massa.

Zezito de Oliveira



"Nos perderemos entre monstros da nossa própria criação, ou criados pela nossa desatenção ou omissão" Parafraseando Renato Russo... Sera?? 


Pablo Marçal, as redes e o fim da democracia

As eleições municipais deste ano são decisivas para a política brasileira. É o que alerta o historiador e escritor João Cezar de Castro Rocha. Para ele, a figura de Pablo Marçal pode dar início ao fim da política caso seu exemplo se multiplique, daqui para frente, normalizando no debate político a lógica dos algoritmos das redes sociais, que se sustentam com o lacre, o like e o lucro.

Às vésperas do pleito eleitoral, o De Fato conversa com João Cezar sobre esse cenário de disfuncionalidade política e desmoralização do processo eleitoral. A análise busca compreender como o candidato à prefeitura de São Paulo tenta colonizar a política com sua lógica de radicalização muito comum entre influencers digitais. Em tema ainda o crescimento da extrema direita no mundo, os impactos da eleição dos Estados Unidos no Brasil e os limites do avanço do sistema capitalista sobre os recursos naturais do planeta.



CRIME

Lula manda recado a Marçal após laudo falsificado contra Boulos

Presidente compareceu ao último ato de campanha de Guilherme Boulos antes do 1º turno

https://revistaforum.com.br/politica/2024/10/5/lula-manda-recado-maral-apos-laudo-falsificado-contra-boulos-166850.html


COM MEUS BOTÕES ANTES DA ELEIÇÕES. NOTINHA

Sendo bem sincero por estas bandas e torcendo para está errado totalmente. Nunca vivi o que vivo hoje às vésperas destas eleições municipais. Sinto no ar e por onde passo ardor muito grande pelas candidaturas de direita. As pesquisas indicam e podem errar. Podem... Mas a coisa parece séria e o terrível avança. Candidaturas fracas, tolas, de direita e sem projeto algum. Apenas poder e grana. Os herdeiros das oligarquias crescendo a cada pleito. A manipulação dos pobres começou bem antes das eleições. Arrancaram o povo pobre das periferias através de "diárias" baixas e humilhantes. Sol escaldante e desorientação até no olhar das pessoas. Gente que não tem a menor ideia de onde mora ou quem é o candidato que segura a bandeira. Nenhum país ou suposta democracia vai pra frente com essa armação cruel e deliberada.

Espero está errado, mas tudo indica que a tragédia que cairá sobre os ombros do que restou de esquerda nesse pais será mais funda desde os anos 80... As redes digitais, o orçamento secreto, a massificação cultural do tipo Gustavo Lima, Frei Gilson ou Silas Malafaia disparou na frente e atrás e deixou uma esquerda atordoada e sem resposta. Pablo Marçal pode ser apenas um começo de um caminho que teremos que trilhar. E o  governo Lula e seu ministério não ajudou na luta contra uma extrema direita que avança nas periferias. Sem estratégia e tática alguma, fica difícil. Só debate parlamentar e a mistificação econômica não combatem fascismo. Nem aqui e nem na China... O aprofundamento da pobreza mesmo com PIB alto só faz avançar extremismos de direita entre os mais pobres. E os ricos sempre ganhando cada vez mais. Dois dias antes das eleições uma ministra do governo vai para a capa da revista Veja com pose de policial, algo de grave deve tá acontecendo e não sabemos. E ninguém falou nada sobre o assunto. 2026 cobrará a fatura. Mas o pior já pode ser neste domingo. Paciência. 

Porém, sei que política não é reta euclidiana, ainda. Em frente.

Romero Venâncio (UFS)






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