Zé Vicente
Poeta e cantor
Fonte: Adital
Se o
tempo é quente e as feridas da grande seca estão por todos os recantos da Natureza,
a lua nova no céu do sertão, vigia com a gente. Os
meninos os animais e os passarinhos seguem na grandiosa sinfonia da alegria de sons
e cantos da vida, que teima e brota a cada neblina, mesmo se os raios do sol queimam
nos dias desta desafiadora transição.
Foi
nesse clima que chegamos no Sítio Aroeiras, entre os dias 13 a 19 de março de 2013
para tocarmos nossas ações, de cuidados com:
A saúde – promovendo a
primeira etapa de capacitação em Homeopatia Popular, nos dias 15 a 17, sexta a
domingo. Dias de formação com a Assessoria do Pe. Toninho, vindo de S. Paulo. Um seguidor apaixonado do Projeto de Homeopatia
Popular e participante da Associação Brasileira de Homeopatia Popular, com Sede
em Cuiabá-MT. O evento promovido por nós do Projeto Sertão Vivo, com a parceria
de amigos, como Miguel, Diretor da Faculdade Católica do Cariri, de Cícero, vindo
de Altaneira, também da região do Cariri, do Ivo e Zé Neto, da Floresta do
Bode, em Lavras da Mangabeira. O grupo de 20 pessoas, sendo 13 estudando, mais a
equipe de apoio, caminhou num clima de leveza, bom humor e partilha de saberes
e muitas outras experiências de ações de cuidados com a vida humana e com toda
a natureza. Durante os dias, em baixo da grande árvore, Cajaraneira, um tipo de
imbu-cajá, ou na sala da Casa Mãe, as aulas e práticas aconteceram de maneira intensiva.
As noites, celebramos as novenas tradicionais a S. José, uma devoção de 61
anos, onde além de orações e cantos animados, partilhamos os momentos marcantes
vivenciados por todos. Na noite do sábado, 16, uma equipe foi com Pe. Toninho à
Comunidade vizinha de Guassussê, onde foi celebrada uma missa bem participada,
em sintonia com os festejos a S. José e em solidariedade à familia da animadora,
Maria Vilani, cujo esposo foi morto por criminosos em seu comércio, no dia 05
de dezembro do ano passado. Vilani, este vê presente na abertura de nosso Curso
de Homeopatia, deu seu testemunho e solicitou nossas preces. Durante a
celebração, podemos também partilhar informações sobre o Projeto de Homeopatia
Popular.
Dia de Arte na
Roça:no dia 18, aproveitamos para visitar as escolas e amigos, convidando para o Dia
de Artes na Roça, lembrando que é o oitavo ano em que iniciamos as, chamadas Jornadas
de Artes na Roça. Temos realizado várias atividades no campo da arte e educação
ambiental. À noitinha, um andor com imagem de
S. José foi trazido de Guassussê para a novena em Aroeiras e no dia do Santo
ser levado de volta em procissão. Na madrugada do dia 19, veio aquela chuva tão
esperada por todos os viventes do Sertão que sofrem com uma das grandes secas
da nossa história. A felicidade foi geral, nem dormimos mais, a partir das
quatro horas da manhã, conversando, tomando o café feito por Hézio, aparando água
nas biqueiras... Mais tarde, cerca de 70 pessoas –crianças, jovens, professores...-
chegam de ônibus,bicicletas,moto e a Pé. Todos, correndo pelas árvores, comendo
cajaranas, querendo fazer artes. Depois de uma gostosa sensibilização no
Terreiro dos Ancestrais; vimos o DVD da Jornada de Artes-2012 e em seguida
fomos para os grupos: Mônica, com a turma para o Teatro; Fabiana, com garotas
que queriam pintar e customizar as roupas; Ivo, além da captura de imagens,
motivou uma turminha com desenhos, ajudado por uma professora. Eu fiquei com um
grupo que desejava poetizar, também fui ajudado por outra professora; Francisco
"Machado de Prata” animou os meninos com a Capoeira. Nena, Dos Anjos e Denir,
prepararam o lanche, com sucos naturais e bolachas, para todos. O lema provocativo:
"SERTÃO VIVO, JUVENTUDE, É ARTE, É ATITUDE!”, que foi se adaptando a cada
categoria: "SERTÃO VIVO, MENINADA, É VIDA PRA SER CUIDADA!” A turma da
maturidade gritou também: "SERTÃO VIVO É DOS VELHINHOS, DAS ÁVRORES, DOS
PASSARINHOS!”...
Foi bonito de ver e vibrar com o que foi
criado em tão pouco tempo, como grito de denúncia das crianças e jovens contra
a dura realidade de violência e crimes ambientais ocorridos em nossa região, como
acontece em todo o Brasil, mas também em gostosa harmonia com a grandiosa
sinfonia dos sapinhos, passarinhos, borboletas e outras criaturas do sertão em
celebração permanente da beleza sagrada da vida.
Com a procissão de
S. José,
que reuniu perto de mil pessoas, encerramos mais um momento marcante, do
encontro entre Arte, Fé e Saúde, esse trio que alimenta e traz sentido a VIDA,
sobretudo quando, com ele, teimamos abrindo caminhos de encantamento e cuidados
especiais que sempre são bem-vindos, para nosso BEM-VIVER!
A nossa Trilha
Ecológica,
realizamos no dia 14, com a turma que chegou primeiro. Fomos guiados por Hézio,
para os lados do velho baixio dos Coqueiros, onde observamos os sinais de
chuvas, no canto dos Anuns Pretos e colhemos Mari, um tipo de leguminosa que, cozida,
a gente quebra e tira uma castanha comestível, muito usada por nossas avós e
mães, como alimento para os filhos e de suas folhas faziam chás para
fortalecimento do sangue após os partos.
O sentimento é de alegria e agradecimento a
quem veio de perto e de mais distante, trazendo os alimentos e presentes mais
diversos a serem postos na mesa e na casa para serem compartilhados – Hélio com
jerimuns, couve e melancia, de sua vazante, ali no açude Pontilhão; Cicero, com
o doce e manteiga da terra, feitos pela mãe; Zé Neto, com frango, feijão e pães
caseiros feitos pela esposa Joísa; Miguel, trazendo pequi do Cariri e a
cachacinha para caipirinha; o bispo Diocesano de Iguatu, Dom João, que chegou
junto, mais uma vez, com apoio financeiro para a feira; o jovem Moisés, filho
do compadre Zé Darlô, trouxe o cheiro verde de sua horta, para cada dia; a
família de Hézio, com parte da polpa de fruta para os sucos; a amiga Francisca
Pérsico, mandou 12 lençóis, uma rede e talheres de presente; Gigi Castro trouxe
uma bela arte, criada pelo seu filho, para a Casa Mãe e livros para nossa
biblioteca; enfim bens visíveis e invisíveis, feito de pura e boa energia,
oferecidos para o bem comum, mostram que mesmo na dureza da seca, a fartura é
um tesouro que sempre pode nos visitar.
Assim foi a nossa JORNADA DE ARTES NA ROÇA,
neste 2013, cujos frutos,com certeza sempre hão de chegar no tempo favorável.
Zé Vicente, lua cheia de março
e-mail: zvi@uol.com.br
O novo CD de Zé Vicente já está nas Lojas Paulinas Brasil! "Zé Vicente da Esperança", mais um trabalho a serviço da vida e da esperança. Uma das canções chama-se Ciranda do Menino Deus. Ouça/Assista AQUI
Zé Vicente fala do novo cd que está por vir! Mais um lançamento da Gravadora Paulinas-COMEP
AQUI
Leia também: Beleza e Justiça se abraçam na obra de Zé Vicente. AQUI
Leia também: Cem anos de Luiz Gonzaga e Belo Sertão. AQUI
e-mail: zvi@uol.com.br
Baixe e Ouça um dos primeiros LPs gravado por Zé Vicente em parceria com Babi Fonteles
O novo CD de Zé Vicente já está nas Lojas Paulinas "Zé Vicente da Esperança",
O novo CD de Zé Vicente já está nas Lojas Paulinas Brasil! "Zé Vicente da Esperança", mais um trabalho a serviço da vida e da esperança. Uma das canções chama-se Ciranda do Menino Deus. Ouça/Assista AQUI
Zé Vicente fala do novo cd que está por vir! Mais um lançamento da Gravadora Paulinas-COMEP
AQUI
Zé Vicente da Esperança, um canto de amor!
Um som pontuado de poemas e cores, das boas coisas de nossa terra, ao
ritmo popular e bem brasileiro. É Zé Vicente nos brindando de novo com
rimas que falam de amor, esperança, ecologia, diálogo entre raças e
tradições religiosas…
Cearense, da roça de Orós, “naturalmente ecológico”,
compositor-cantor, poeta popular, arte-educador… Zé Vicente é acima de
tudo um artista em sintonia com a caminhada de seu povo e que, por meio
da arte, vive em busca da construção permanente de relações de
solidariedade, identidade cultural, valores igualitários, respeito à
vida no meio ambiente, e ao próximo seja humano ou em qualquer ser
vivo.
Hoje, com mais de 30 anos de trajetória artística musical, Zé Vicente
lança o CD Zé Vicente da Esperança, seu 13º álbum pela gravadora
Paulinas-Comep. “Minha esperança é que esse CD seja de fato um marco na
caminhada dos jovens e de todo o povo que busca uma fé madura e
comprometida com as transformações sociais nesses tempos de tantos
desafios” afirma o cantor.
O álbum traz 14 canções inéditas, músicas com um tom festivo, poesias,
rimas e ritmos populares “são músicas populares celebrativas e
culturais” como ele mesmo diz.
Cada canção nasce de experiências do compositor, no dia a dia, nas
estradas, em movimentos populares, encontros, oficinas e cursos dos
quais participa. O som é pontuado de sotaques regionais, das boas
coisas de nossa terra, ao ritmo do samba, do baião e maracatu,
misturando acordeom, metais, sopro, cordas e percussão. As letras e
rimas falam de esperança, ecologia, cidadania, justiça, diálogo entre
raças e tradições religiosas. São músicas que trazem grande riqueza
cultural e rítmica.
Na primeira faixa do CD o público pode conferir a canção “Samba
social”,parceria com o mineiro, Pe. Zé Antonio, um samba alegre,
otimista e cadenciado, que promove a cidadania e a justiça em defesa dos
direitos sociais, o refrão diz “Defender o direito. Respeitar a
justiça. Promover a vida. Eis a nossa missão”. Já na música “Bendição” o
ritmo gostoso do baião e a letra em rima exaltam a natureza e o amor do
criador por todas as coisas “Bendita e amada seja, na natureza. Toda
beleza que com certeza. O Deus da vida assim criou”.
Na faixa onze em “O grito é paz” surge uma balada ,um hino pela paz e
pelo respeito às diferenças “De todos os cantos da terra, um só grito
se faz ouvir. Em todas a línguas e povos todos hão de perceber… O grito é
paz! O grito é paz.”,na interpretação, Emmanuel,irmão do saudoso cantor
Jessé, traz passa emoção e brilho.
Neste trabalho, o tempero do regionalismo vem das mãos de Osvaldinho
do Acordeon, do arranjador Luiz Antonio Karam, dos músicos participantes
Adeíldo Lopes, Ocimar de Paula e Tico Delisa Nos solos,mais duas
convidadas: Raquel Passos,cantora capixaba e Ana Paula fsp, do Grupo
Chamas. Nos vocais: Maria Diniz, Rita Kfouri, Paulinho Campos e
Emmanuel.
Zé Vicente da Esperança confirma como sobrenome sua marca principal
na arte. Canta de forma celebrativa a fé, a resistência e a esperança
junto ao seu povo. O CD esta disponível em todas as livrarias Paulinas
pelo Brasil.
Leia também: Beleza e Justiça se abraçam na obra de Zé Vicente. AQUI
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