Falta de estrutura nos Conselhos Tutelares prejudica atendimento
O Conselho Tutelar é um o órgão autônomo e não jurisdicional, criado em
1990 pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) com o objetivo de
zelar pelo cumprimento dos direitos garantidos a meninos e meninas de
todo o Brasil. Porém, o órgão tem recebido críticas sobre o desempenho
do seu papel. Um denunciante, que não quis se identificar, relatou que
procurou um conselho tutelar da capital há seis meses para denunciar um
caso de violência contra uma criança de nove anos de idade, mas até o
momento nada foi averiguado. “Já faz um tempão que fui ao conselho de
Aracaju para fazer uma denúncia, mas nada foi feito e a situação
continua acontecendo”, conta. De acordo com o vice-presidente do
Conselho Estadual dos Direitos da Criança
e do Adolescente, Danival Falcão, toda suspeita notificada no órgão tem
que ser investigada. Porém, a quantidade de Conselhos de Sergipe ainda é
insuficiente, o que provoca deficiência nos atendimentos. Mesmo assim
ele explica que a negligência por parte do Conselho Tutelar também é
considerada crime e alguém deverá ser responsabilizado. De acordo com
João Pereira Gomes, conselheiro tutelar há cinco anos, a maior
dificuldade de atuação dos conselheiros é a falta de políticas públicas
voltadas para a população infanto-juvenil e também a precariedade da
estrutura dos Conselhos. “Realmente não temos muitos subsídios para
trabalhar. Até a infraestrutura dos órgãos não é adequada para receber
as pessoas que querem fazer denúncia”.
Conselhos Tutelares –
São órgãos vinculados ao poder executivo municipal, cujos profissionais
devem ser eleitos diretamente pela comunidade. Pode se candidatar
qualquer pessoa maior de 21 anos, desde que residente na cidade onde
concorre a eleição. O candidato à conselheiro tutelar deve comprovar
idoneidade moral e deve ter no mínimo dois anos de atuação na área da
infância e adolescência.
(Jornal Correio de Sergipe, p. Geral A4 – 17e 18/02)
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