A quarta edição da Série de Diálogos O Futuro se Aprende reuniu o
Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, o Secretário Municipal de
Educação, Cesar Callegari, e representantes de organizações da sociedade
civil, empresas e mídia. Os participantes dialogaram sobre os desafios
da educação no município de São Paulo, diante do início da nova gestão.
Acompanhe aqui os debates e propostas levantados durante o encontro.
O tema desta semana são as propostas para a formação de professores e gestores. Nas próximas edições, abordaremos outros assuntos, como a educação infantil e alfabetização, integração, equidade e avaliação.
O que disse o Prefeito:
“Um CEU (Centro de Educação Unificada) por subprefeitura abrigará a Universidade Aberta do Brasil, oferecendo cursos de especialização, mestrado e doutorado para os professores.”
“O Programa de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid)
beneficiará alunos de licenciatura, a fim de que eles atuem como uma
espécie de correia de transmissão entre o chão da escola e a
universidade.”
“O Pibid também será oferecido a licenciandos que quiserem atuar no Mais Educação, tendo como foco a lógica da cidade educadora.”
O que disse o Secretário:
“Nós já temos grande parte da rede dos CEUs
com essa possibilidade em termos de estrutura física, estrutura de
equipamentos, conectividade, internet em banda larga. Já fizemos duas
reuniões com a Capes, que é o órgão do MEC responsável pelo Universidade
Aberta do Brasil. Além das atividades com o MEC, em termos de
formação complementar, nós pretendemos desenvolver vários programas de
formação continuada apoiando o trabalho dos professores em sala de aula
junto a seus alunos.”
Propostas dos Participantes:
“Uma coisa importante, que eu acho que foi negligenciado nos últimos
anos, é investir fortemente na formação, na qualidade dos professores.”
Oded Grajew
Rede Nossa São Paulo
Oded Grajew
Rede Nossa São Paulo
“O foco é dar prioridade à formação dos
professores. Não só a formação inicial, como também a formação
continuada. A escola precisa definir aquilo que percebe como deficiência
para que a formação seja focada nessas necessidades.”
Angela Dannemann
Fundação Victor Civita
Angela Dannemann
Fundação Victor Civita
“Investir em cursos profissionalizantes para os professores, dentro
da própria escola, inclusive abrir a própria escola aos finais de semana
para esses cursos. E permitir que o professor, muitas vezes até dentro
do seu horário de trabalho, possa fazer esses cursos.”
Fabíola Cidral
CBN
Fabíola Cidral
CBN
“Trabalhar formando líderes e gestores,
desenvolvendo competências que são mais amplas e fogem das áreas do
conhecimento das cognitivas e avancem para as socioafetivas. (…) O
professor precisa desenvolver as competências da rotina da escola, que
também devem ser incorporadas pelo gestor, pelo diretor escolar e pela
própria secretaria como política educacional.”
Inês Kisil Miskalo
Instituto Ayrton Senna
Inês Kisil Miskalo
Instituto Ayrton Senna
“Como a formação inicial do docente não
depende exclusivamente do município, é preciso uma articulação com
universidades e escolas.”
Maria Rebeca Otero Gomes
UNESCO
Maria Rebeca Otero Gomes
UNESCO
“A formação continuada dos professores
precisa tomar a prática como objeto. E permitir que o professor se
descubra e se redescubra no desejo de realizar um trabalho altamente
qualitativo e significativo para cada aluno.”
Vilma Guimarães
Fundação Roberto Marinho
Vilma Guimarães
Fundação Roberto Marinho
“É preciso encarar uma agenda política
complexa, de muitos conflitos, mas que, de verdade, libere o poder que
está hoje centralizado em instâncias da secretaria e de suas diretorias
regionais para quem faz acontecer a educação todo dia: os diretores e os
professores nas escolas.”
Françoise Trapenard
Fundação Telefônica Vivo
Françoise Trapenard
Fundação Telefônica Vivo
“Eu acho que a formação, tanto inicial
quanto a continuada. A gente teve a presença de um diretor de escola que
enfatizou a formação in loco, dentro da própria escola. Claro
que tem que haver momentos em que o professor, diretor e coordenador,
saem da escola para aprender outras habilidades e conteúdos, mas é na
escola que os problemas dele estão aparecendo. Então é bom que tudo
aquilo que ele aprende de fora seja aplicado no dia-a-dia da escola onde
ele trabalha.”
Priscila Cruz
Todos Pela Educação
Priscila Cruz
Todos Pela Educação
“Propomos uma formação que diferencie
ensino de pesquisa. Quem cuida da educação básica não pode ser
valorizado por produção científica. A ideia é trazer os professores que
querem ensinar na escola para um núcleo interdisciplinar. Eles vão fazer
uma ponte, passando parte do tempo na escola e parte na academia.
Precisamos de professores oxigenadores, que circulem dentro e fora do
Brasil, e vão pensar na questão da inovação. Também é importante
valorizarmos a carreira do magistério, para que se torne atrativa para a
nossa juventude.”
Mozart Ramos Neves
Todos Pela Educação
Mozart Ramos Neves
Todos Pela Educação
“Dedicar-se à formação em gestão, com a
capacidade de ter impactos efetivos sobre a performance dos alunos na
escola. Uma gestão orientadora para resultados. Para isso, é vital
mobilizar a unidade educativa como um todo, os diretores e coordenadores
pedagógicos.”
Ricardo Henriques
Instituto Unibanco
Ricardo Henriques
Instituto Unibanco
Assista a reportagem AQUI
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Proposta de formação continuada de professores vence o prêmio Desafio da Educação
Mariana Tokarnia - Agência Brasil 03.03.2013 - 17h11 | Atualizado em 03.03.2013 - 17h26
Brasília - Felipe Michel Braga tem 29 anos e uma experiência em
educação que vem desde a graduação. Na última sexta-feira (1º), ele foi o
vencedor do Desafio da Educação do Centro de Liderança Pública (CLP),
prêmio criado pela organização sem fins lucrativos voltada para o
preparo de líderes públicos. Ele recebeu R$ 20 mil.
Braga propõe que os professores comecem a ser formados assim que deixem o ensino médio e que a carreira seja incentivada durante toda a formação superior. Já nas escolas, um sistema de pontos serviria para premiar e incentivar os docentes no exercício da profissão.
Foram 290 propostas de melhorias da educação brasileira que vieram não apenas do Brasil, mas de 20 outros países. Na etapa final, 61 projetos foram selecionados pelo júri, formado por representantes de organizações voltadas para a educação, entre elas a Fundação Lemann, o Instituto Ayrton Senna e o Parceiros da Educação. Os três primeiros lugares já receberam um total de R$ 35 mil, dividido de acordo com a classificação.
A proposta de Felipe é baseada na formação de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG) de Minas Gerais. O objetivo é que o vestibular das instituições de ensino superior funcione como um concurso, o recém graduado deixa a universidade com vaga garantida no ensino público. Assim que se forma no ensino médio, o estudante faz a opção pela licenciatura e recebe para isso uma bolsa de estudos que garanta a dedicação exclusiva a área durante a graduação. Além disso, nos últimos semestres, ele participa de estágio onde acompanha um profissional mais experiente em sala de aula.
"O modelo funciona bem com os EPPGG, na educação seria o mesmo. Os governantes calculam com antecedência as necessidades da rede de ensino sob sua competência. Calculam quantas serão as aposentadorias e qual será a demanda para as escolas. Assim estipulam quantas vagas serão abertas para essa finalidade nas instituições de ensino superior", explica o autor da proposta. Formados, os professores devem permanecer como servidores por um tempo mínimo a ser estabelecido. Caso isso não seja cumprido ele devolve parcial ou integralmente todo o auxílio recebido durante a formação.
Durante a carreira, os docentes acumulam pontos por cursos de aperfeiçoamento, por estudos publicados e outras atividades que estimulem o aperfeiçoamento. E ganham recomenpensas, como a escolha da escola onde se quer trabalhar.
"A qualificação inicial é muito importante para atrair para o ensino os melhores talentos. Após esse período a formação é contínua. O ambiente da sala de aula muda muito e requer uma eterna reciclagem", afirma o diretor-presidente do CLP, Luiz Felipe D´Avila. Segundo ele, os professores brasileiros necessitam de incentivos para melhor desempenhar as funções da carreira. Os incentivos passam por aumento salarial, mas vão além. A intenção do prêmio é reunir propostas aplicáveis e que envolvam os docentes.
Ele destaca entre as propostas recebidas, o emprego das novas tecnologias no ensino. Em segundo lugar, o funcionário da Royal Jordanian Airlines, em Amã, na capital da Jordânia, Ahmad Abu Rumnan, de 27 anos, propõe a utilização das redes sociais para a divulgação de vídeos e publicações sobre experiências de sucesso nas salas de aula. Pela internet, a distância entre os docentes não seria problema.
A analista consultora Chitra Sechan, de 49, dos Estados Unidos, propõe também a troca de experiência entre docentes. Por meio de plataforma online, os docentes poderão trocar conhecimentos para planejamento e execução de aulas, atendimento aos alunos e outras questões. Ela defende a multiplicação dos conhecimentos destes mentores para elevar a qualidade do ensino pública e reforçar a atração de talentos.
As três sugestões vencedoras serão apresentadas a gestores públicos nos estados e municípios a fim de que, caso haja interesse, sejam implementadas.
Edição: José Romildo
Braga propõe que os professores comecem a ser formados assim que deixem o ensino médio e que a carreira seja incentivada durante toda a formação superior. Já nas escolas, um sistema de pontos serviria para premiar e incentivar os docentes no exercício da profissão.
Foram 290 propostas de melhorias da educação brasileira que vieram não apenas do Brasil, mas de 20 outros países. Na etapa final, 61 projetos foram selecionados pelo júri, formado por representantes de organizações voltadas para a educação, entre elas a Fundação Lemann, o Instituto Ayrton Senna e o Parceiros da Educação. Os três primeiros lugares já receberam um total de R$ 35 mil, dividido de acordo com a classificação.
A proposta de Felipe é baseada na formação de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG) de Minas Gerais. O objetivo é que o vestibular das instituições de ensino superior funcione como um concurso, o recém graduado deixa a universidade com vaga garantida no ensino público. Assim que se forma no ensino médio, o estudante faz a opção pela licenciatura e recebe para isso uma bolsa de estudos que garanta a dedicação exclusiva a área durante a graduação. Além disso, nos últimos semestres, ele participa de estágio onde acompanha um profissional mais experiente em sala de aula.
"O modelo funciona bem com os EPPGG, na educação seria o mesmo. Os governantes calculam com antecedência as necessidades da rede de ensino sob sua competência. Calculam quantas serão as aposentadorias e qual será a demanda para as escolas. Assim estipulam quantas vagas serão abertas para essa finalidade nas instituições de ensino superior", explica o autor da proposta. Formados, os professores devem permanecer como servidores por um tempo mínimo a ser estabelecido. Caso isso não seja cumprido ele devolve parcial ou integralmente todo o auxílio recebido durante a formação.
Durante a carreira, os docentes acumulam pontos por cursos de aperfeiçoamento, por estudos publicados e outras atividades que estimulem o aperfeiçoamento. E ganham recomenpensas, como a escolha da escola onde se quer trabalhar.
"A qualificação inicial é muito importante para atrair para o ensino os melhores talentos. Após esse período a formação é contínua. O ambiente da sala de aula muda muito e requer uma eterna reciclagem", afirma o diretor-presidente do CLP, Luiz Felipe D´Avila. Segundo ele, os professores brasileiros necessitam de incentivos para melhor desempenhar as funções da carreira. Os incentivos passam por aumento salarial, mas vão além. A intenção do prêmio é reunir propostas aplicáveis e que envolvam os docentes.
Ele destaca entre as propostas recebidas, o emprego das novas tecnologias no ensino. Em segundo lugar, o funcionário da Royal Jordanian Airlines, em Amã, na capital da Jordânia, Ahmad Abu Rumnan, de 27 anos, propõe a utilização das redes sociais para a divulgação de vídeos e publicações sobre experiências de sucesso nas salas de aula. Pela internet, a distância entre os docentes não seria problema.
A analista consultora Chitra Sechan, de 49, dos Estados Unidos, propõe também a troca de experiência entre docentes. Por meio de plataforma online, os docentes poderão trocar conhecimentos para planejamento e execução de aulas, atendimento aos alunos e outras questões. Ela defende a multiplicação dos conhecimentos destes mentores para elevar a qualidade do ensino pública e reforçar a atração de talentos.
As três sugestões vencedoras serão apresentadas a gestores públicos nos estados e municípios a fim de que, caso haja interesse, sejam implementadas.
Edição: José Romildo
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