sábado, 27 de julho de 2024

Olimpiadas de Paris - O que podemos aprender? Além de mais amor , precisamos de muita cultura, até para melhorar interpretação de texto, inclusive o biblico e de imagens.

 Renato Janine Ribeiro

  · Não pude ver as 4 horas, mas o que vi foi incrível: o Ça ira na Conciergerie, o Hino ao amor na Torre Eiffel, as crianças correndo com a tocha, as chamas volta e meia, difícil enumerar... 

Tentei ver a íntegra, mas não é autorizada no Brasil. A Globoplay não a disponibiliza. E por sinal, que show de bobagens os comentários! Nao conseguem sequer deixar de poluir as músicas com o que dizem. Podiam fazer uma trégua olímpica para a gente escutar. 

Este compacto abaixo só peca por ser curto demais! Penso que precisamos de um que tenha perto de uma hora. Se alguém achar, manda o link!

AQUI 

Transmissão completa AQUI 


França esclarece que encenação com drag queens nos Jogos não tem relação com a ‘Última Ceia’

Fonte - Diário do Centro do Mundo AQUI

A abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 ocorreu nesta sexta-feira (26), com apresentações espalhadas por diversos pontos das margens do rio Sena, representando aspectos da cultura mundial. Um dos momentos de destaque foi um desfile que homenageou a moda francesa, incluindo a participação de drag queens.

O evento gerou polêmica entre internautas e a página oficial dos Jogos Olímpicos franceses foi a público esclarecer que a apresentação não fazia referência ao quadro “A Última Ceia”, de Leonardo da Vinci, como muitos acreditaram, mas sim à obra “Festa dos Deuses”, de Jan Harmensz van Bijlert, pintada por volta de 1635 e mantida no Museu Magnin em Dijon.

Na pintura, o centro da mesa é ocupado por Apolo coroado, e não por Cristo.

A cena começa com a chegada de Dionísio/Baco, representando o deus greco-romano do vinho e das festas.

Esta representação simbólica destaca a França como um país conhecido por seu vinho e celebrações, fazendo referência ao famoso quadro “Festa dos Deuses” de Jan van Bijlert.


“A interpretação do deus grego Dionísio nos conscientiza do absurdo da violência entre os seres humanos”, disse o perfil olímpico.

A Igreja Católica na França criticou o segmento, e políticos de extrema direita no país, juntamente com diversos outras figuras de ultradireitas em outros lugares do mundo, recorreram às redes sociais para expressar seu desgosto, confundindo as obras e acreditando que se tratava de uma paródia de uma pintura sagrada para a religião cristã.


Joelza Ester Domingues
Acharam que era a Santa Ceia? 🤣 Só porque tinha uma mesa e pessoas em volta? Mas não tinha nem taças e comida na mesa! E a figura do Dionísio seria quem? Judas? Um smurf obeso? Essa direita é ignorante de tudo: de cultura, de História, de artes...
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Banquetes de imperadores ou divindades com essa disposição (todo mundo de um lado só da mesa) são temas artísticos desde a antiguidade. Da Vinci foi um gênio mas a ideia não é original, muita gente pintou e esculpiu banquetes assim, antes e depois de Da Vinci. O caso é que *vocês* só conhecem *essa* pintura
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Schimenes Messerschmidt Buss
Se fosse alusão à santa ceia teriam 13 pessoas e não 17.. coisa chata, tudo tem q remeter ao cristianismo, tudo tem q ser sobre o deus bíblico, pqp que maleza
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Francisco Nascimento
Se abrissem a Bíblia saberiam que naquela época ngm tirou foto da santa Ceia e que Jesus não era loirim de olho azul
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Marcos Maia
Mas a foto que tá viralizando não tem o Dioniso. Sem ele, de fato parece uma alegoria à Santa Ceia.
Fábia GabLou
Referência a dicotomia Apolínea e Dionisíaca....
Jacqueline Jac
Nada a ver . A ignorância é a mãe de todos os males .
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Tom Costa
Evidente que ninguém tem obrigação de saber tudo. O grande problema é que a maior parte dos cristãos, sobretudo evangélicos, simplesmente escolhe não saber nada.
É uma gente inculta que vê demônio em tudo, menos na própria ignorância, então não estuda e tão pouco lê.
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Carmen Honorato
Se hoje em dia, alguém pintasse um quadro, de reunião qualquer em torno de uma mesa ou bancada, seria parecida com a da santa ceia, com a mesma disposição, e mais ou menos pessoas. Encrenca sem sentido que as pessoas arrumam, credo!
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Rodrigo Amaral (via facebook)
Sou Cristão. 
Começo este texto deixando isto bem claro. Assisti a abertura das Olimpíadas de Paris e me encantei com o show que os franceses deram. Ao invés de confinar a abertura a um estádio, transbordaram a celebração e Paris virou palco da festividade. Foi lindo! Foi emocionante, do começo ao fim. 
Quando vi a cena que parecia uma releitura da "Última Ceia" de Da Vinci, pensei "puxa, que desnecessário. Isso vai provocar os conservadores." Dito e feito! As críticas inundaram as redes sociais. 
Vamos por partes?
Primeiro, a "Última Ceia" não é o retrato feito do evento bíblico do qual Jesus e seus Apóstolos teria participado. É a leitura que Leonardo da Vinci fez do evento descrito na bíblia e que reproduziu como afresco na capela  Santa Maria delle Grazie de Milão em 1495-6, aproximadamente. Assim como Da Vinci, outros artistas retrataram a passagem bíblica. Ao longo dos séculos, muitos artistas fizeram a releitura da obra de Da Vinci, com animais, com mendigos, enfim, de várias maneiras. Se a organização tivesse feito essa releitura na abertura as Olimpíadas, seria apenas mais uma releitura. 
Segundo, se a sua fé em Cristo se abala pela releitura artística da obra de um pintor renascentista, sinto te dizer que você precisa orar e pedir a Deus que reforce sua Fé. 
Terceiro, se a organização tem se preocupado tanto em coibir manifestações religiosas dos participantes, por que diabos iria fazer uma reprodução da Última Ceia e atiçar a ira dos conservadores cristãos?
Não ia. O que foi apresentado na abertura das Olimpíadas não foi a releitura da "Última Ceia", mas a releitura de um quadro de 1640, de autoria de Jan Harmensz van BILJERT (1597-1671) que está exposta no Musée Magnin e que se chama "O Banquete dos Deuses". A pintura descreve um banquete no Olimpo (pegou? Olimpo? Olimpíadas?) em celebração ao casamento de Tétis e Peleu. O texto a seguir é a descrição da obra, tal como está no site do Museu: "À esquerda estão Minerva, Diana, Marte e Vênus acompanhados de Cupido. Flora, a deusa da primavera, está por trás deles. Apolo coroado, identificável por sua lira, preside o centro da mesa. Reconhecemos ainda Hércules com sua clava e Netuno com seu tridente. Na extrema direita, Eris colocou o pomo da discórdia sobre a mesa. Faltam alguns deuses, provavelmente devido ao corte sofrido pela tela na parte esquerda; a presença do pavão de Juno sugere isso. O tema da festa dos deuses era popular na Holanda; O Casamento de Psique e Amor , de Hendrick Goltzius, desencadeou uma abundante produção de obras que ilustram esse assunto."
Os Jogos Olímpicos nasceram na Grécia no séc VIII ANTES de Cristo e eram intimamente ligados à religião grega. Se alguém tem que ficar bravo com aquele momento lindo da abertura dos Jogos Olímpicos de Paris não é você, mas Zeus. Mas acho que Ele entendeu a licença poética dos organizadores do evento. Entendeu que, num mundo cada vez mais polarizado, onde tudo vira polêmica, a Festa de abertura louvou a pluralidade, a aceitação e o amor. E o Amor, meus amigos, é só o que importa.
"Que eu leve Luz, onde houver trevas."

E se a paródia que irritou os bispos franceses não fosse sobre a Última Ceia? : “Nunca encontrarão da minha parte nenhum desejo de gozar, de denegrir nada. Quis fazer uma cerimónia que consertasse, reconciliasse. Também que reafirmasse os valores da nossa República”. Thomas Jolly, o diretor artístico da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos que tanta polêmica levantou ao ter sido considerada uma paródia de 'A Última Ceia' de Leonardo Da Vinci, saiu ao passo da poeira levantada e que motivou uma carta de protesto da Conferência Episcopal francesa e até a condenação dos muçulmanos sunitas
Jolly garantiu que a obra citada do grande artista renascentista não foi a sua “inspiração”. “Acho que estava bem claro que era Dionísio que estava chegando nessa mesa. Está aí porque é o deus da festa (... ) e o pai de Sequana”, a deusa e personificação do rio Sena que atravessa Paris.

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O QUE QUASE NINGUÉM ENTENDEU SOBRE A ABERTURA DAS OLIMPÍADAS | PLANTÃO

Paulo Menezes
@paulonmenezes
Nos faria muito bem se não fizéssemos teologia pública sem reflexão, especialmente com fatos recentes. Antes de emitir opiniões, precisamos ponderar, ouvir e meditar. Caso contrário, confundiremos a Santa Ceia com o jantar de Dionísio, o deus grego do vinho e das festas.

A “CEIA DO SENHOR” | Descubra como era a ceia entre os primeiros cristãos e suas origens



Inês Ferreira no facebook  · 

Pégasus, São Jorge, Joana D'Arc, Napoleão , Quixote, Tróia, cavaleiros medievais, novelas de cavalaria, busca do Graal? Meu Deus, quantas memórias literárias, que turbilhão de histórias numa cena tão dinâmica e bela!

Imagem: Sport TV

Paris 2024 e o cavalo de metal

Um “cavalo de metal”, com 1,80m de comprimento, percorreu o rio Sena durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos.

Foi a "encarnação" de Sequana. Na religião galo-romana, Sequana era a deusa do rio Sena e da resistência, particularmente das nascentes, e da tribo gaulesa, os sequanos. Sequana foi homenageada em um culto após a conquista romana da Gália no século 1 a.C.

O cavalo é equipado com um sistema de flutuação criado especificamente para as necessidades da cerimônia de abertura pelos arquitetos navais de Quiberon, na Bretanha. O mecanismo transcreve os movimentos do galope de um cavalo com a maior precisão possível.

É obra da empresa L'Atelier Blam, em Nantes. Ficará exposta até outubro de 2024 em “La Maison Sanofi”, empresa parceira dos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

Maison Sanofi: 46 Av. de la Grande Armée, 17º arrondissement.

Fonte:  Página Segredos de Paris AQUI

Ensinar Historia (página do facebook)

NÃO É UM DOS CAVALEIROS DO APOCALIPSE! Ah... Essa direita que só entende mundo por sua visão particular da Bíblia. A figura que galopou sobre o rio é uma representação de SEQUANA, a deusa protetora do rio Sena e das fontes, personagem da mitologia celta gaulesa.

SOBRE OS JOGOS OLÍMPICOS DE PARIS...

“Primeiramente, não entenderam a referência à Joana D'Arc, mártir, padroeira e protetora da França, e acharam que ela fosse uma mitológica amazona, só porque era uma mulher cavalgando no rio. (aqui tem uma diferença de interpretação, como pode ser constatado acima e abaixo dessa manifestação de opinião. - Nota do editor do blog).

Quanto ao mascarado que navegou nas catacumbas, também não sabiam quem era. Galvão, por exemplo, insinuava que uma celebridade atual seria revelada a qualquer momento. Na verdade, “mascarado” é o apelido carinhoso do próprio personagem principal de “O Fantasma da Ópera”. Ele só entendeu a referência depois, pensando na adaptação musical de Andrew Lloyd Webber dos anos 1980, mas a história original é um clássico da literatura gótica francesa, escrito por Gaston Leroux.

Os brasileiros podem entender muito de bacanal, mas também não compreenderam o que a referência ao deus romano Baco estava fazendo ali. Teve gente que só reparou que ele estava com o saco azul à mostra.

Os narradores poderiam ter explicado ao público que, durante o Império Romano, aquela parte da França era conhecida como a província romana da Gália e que Paris chamava-se Lutécia. O próprio rio Sena, destaque principal da cerimônia de abertura, é na verdade uma deusa celta chamada Sequana, cujo nome foi encurtado ao longo do tempo. Sequana foi incorporada ao panteão de deuses romanos em um sincretismo religioso que integrava a cultura dos povos conquistados à sua própria identidade.

Na parte da homenagem ao cinema, além de mencionar a invenção dos irmãos Lumière, não foi explicado que o filme “Viagem à Lua” é um marco da ficção científica e é uma produção francesa de 1902. “O Pequeno Príncipe” é um clássico da literatura infanto-juvenil, do francês Antoine de Saint-Exupéry. Até os populares Minions, que as crianças adoram e que na cerimônia ajudaram a resgatar o quadro da Monalisa do fundo do Sena... são na verdade criações de mentes francesas, em especial a do ilustrador Éric Guillon.

Existem inúmeras outras referências culturais apresentadas durante o espetáculo. A pira ser um balão é uma ideia sensacional. O nosso brasileiríssimo Santos Dumont, amigo dos irmãos Cartier, testava os seus balões e dirigíveis em Paris, contornando a Torre Eiffel. O avião 14 Bis decolou pela primeira vez dali mesmo, nesta cidade que era o lugar certo para um inventor genial como ele ser visto e reconhecido.

Tenho a impressão de que, se os narradores tivessem contextualizado melhor, a percepção do grande público teria sido ainda mais enriquecedora.

Muitos destes locutores de TV conhecem Paris como turistas endinheirados. Devem se hospedar nos hotéis mais luxuosos de Paris, frequentar os melhores e mais caros restaurantes, e serem convidados a recepções de pessoas muito ricas. No entanto, falta se aprofundar e conhecer a verdadeira história e a cultura deste mesmo lugar.

Quel dommage!

Alexandre Dattilo”

ESSE É QUEM MERECE SER CLARO

Declaração de Sua Eminência,

Mgr François-Xavier, Cardeal Bustillo, Bispo da Córsega na Cerimônia de Abertura do J.O.

"Eu entendo perfeitamente que alguns cristãos possam ter ficado ofendidos. Quando você toca no religioso, você toca no íntimo. " Ouvi o escritor da cena. Ele não estava pensando na Ceia de Leonard de Vinci, mas numa cena mitológica, a de Dionísio. Você deve começar pela fonte. Era um festival pagão, festival de vinho, Olimpo, deuses. Depois, cada um pode fazer a sua própria interpretação. Não é saudável viver e se instalar em controvérsia incessante.

Quando vemos a cerimónia do JO não estamos lá para controvérsias mas para um momento simbólico. É um momento em que almejamos a unidade. Deixamos de lado todas as nossas tensões, controvérsias, política e outros, e tentamos mostrar o que une o povo.

Vi que muitos padres, muitas pessoas reagiram de certa forma, as vezes moderada, as vezes desproporcional, a essa polêmica, que na minha opinião, foi livre e não bem vinda. Eu mantenho o bonito e também mantenho o ponto de vigilância. "

Minhas fontes: Entrevista France Blue RCM

Da página no facebook do padre  Pere Gilles Marie, repostado pelo Pe. Júlio Lancellotti.


Céline Dion emociona ao cantar 'Hymne à l'Amour' na Torre Eiffel; Confira o significado da música

Hymne à l'Amour, a música escolhida, foi lançada em 1950, e é uma expressão de amor





Muita História e Arte na abertura dos Jogos Olímpicos 2024
A professora Joelza Ester Domingues acertou em cheio.. Para mim foi um dos melhores resultados das Olimpíadas da França e se querem saber, a campanha de desinformação da extrema-direita cristâ ou fundamentalista como queiram chamar, deram a sua parcela de contribuição para despertar o interesse que despertou...Agora é com intelectuais, professores e agentes culturais de base comunitária....





DALVA DE OLIVEIRA - HINO AO AMOR



Cego é mesmo àquele que não quer ver... Por outro lado, a visão interpretativa de texto e de imagens são sempre realizadas com base em nosso repertório cultural, inclusive do repertorio de nossos preconceitos...Basta lembrar que a confusão se deveu ao quadro da santa ceia ser bem mais conhecido, assim como o Jesus loiro de olhos azuis. Não custa lembrar... Nem a santa ceia foi "fotografada" ou pintada como de fato aconteceu e nem Jesus era louro e de olhos azuis. Na verdade, são representações , assim como muitas feitas por cristãos ao longo dos séculos. Em muitos casos, apropriação mesmo.. Um outro exemplo que lembro agora é a Cruz... A lembrar que o Peixe foi o primeiro simbolo dos primeiros cristãos como forma de expressão de fé. O que prefiro.. E por aí vai...

Esperamos que o compilado acima que fizemos possa ajudar na ampliaçao e fortalecimento de nossos repertórios culturais..

ZdO


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