quarta-feira, 31 de julho de 2024

O ano era 2010 ( Ação Cultural de Sergipe 20 anos - Cultura Viva 20 anos)

 01. Almoço Cultural Paraense

A) Descrição resumida da atividade:

 Além de espaço para um bom bate papo, em virtude do envolvimento dos convidados com atividades ligadas ao mundo da arte, educação, saúde, política, o evento pretende auxiliar na arrecadação de uma pequena quantia para destinar ao fundo de revitalização do Projeto ECARTE (Estatuto da Criança e do Adolescente com Arte). Projeto que trabalha com oficinas de arte e educação em Direitos Humanos em bairros da periferia sergipana.

B) Programação: 

07 de fevereiro de 2010: pato no tucupi, com acompanhamento opcional pimenta de cheiro e creme de cupuaçu com uma amostra do melhor da música do norte do país: Pinduca, Nilson Chaves, Salomão Habib e do Grupo Uauiara.

C) Tempo, período, duração: 07/02/2010.

D) Local: Rua Goiás, bairro Siqueira Campos.

E) Público atingido: 15 pessoas.

F) Apoios, parcerias, patrocínio: NÃO ESPECIFICADO.

HISTÓRICO - O almoço cultural paraense é promovido desde 2004, ano de fundação da Ação Cultural, em função das viagens da atual diretora-presidente da ONG, Irene Smith, e da amiga Angelina Magalhães, naturais do Pará, que todos os anos se deslocam até a região para rever amigos e familiares e retornam trazendo um pouco do sabor e do cheiro das plantas da Amazônia.

Inicialmente eram trazido poucos ingredientes, suficiente apenas para um almoço com alguns amigos mais próximos, todavia, a partir da criação da Ação Cultural a iniciativa foi ampliada para congregar mais pessoas e é grande a expectativa de alguns amigos, sócios e colaboradores com a chegada do mês de fevereiro, mês em que o almoço é comumente realizado.

EXPECTATIVA A diretora da ONG espera que este ano, o grupo de 15 pessoas seja formado sem maiores dificuldades e que todos contribuam com antecedência, como já vem ocorrendo nos almoços mais recentes e que tragam a sua alegria, disposição para fazer novas amizades e/ou rever as antigas, boa vontade e, da parte dos organizadores um acolhimento de verdadeiros amigos que estão buscando se aprimorar na arte de viver e conviver em paz.

Para Ireme Smith o almoço cultural é uma iniciativa que dá um certo trabalho e a compensação maior é pelo fato de rever as pessoas com as quais se convive durante o ano, em um ambiente descontraído e informal. Isso tudo, ressalta Irene, sem perder o caráter de trocas afetivas, bem como de experiências e opiniões que é uma característica bem marcante dos eventos promovidos pela Ação Cultural.

02. 3º  Baile de Danças Circulares

A) Descrição resumida da atividade:

O objetivo do evento foi arrecadar fundos para o ECARTE, um projeto do qual visou trabalhar arte e Direitos Humanos com jovens de dois bairros de Aracaju. O baile foi conduzido por focalizadores experientes para celebrar e fazer o público interagir com esta manifestação artística. No repertório, um apanhado diverso da sonoridade de danças do leste europeu, de Israel e da cultura tradicional brasileira, entre outras.

B) Programação:

03 de março de 2010: Baile de Danças Circulares.

C) Tempo, período, duração: 03 de março de 2010.

D) Local: Centro de Criatividade.

E) Público atingido: NÃO ESPECIFICADO.

F) Apoios, parcerias, patrocínio: Centro de Criatividade, Governo de Sergipe.

Baile de Integração

Thiago Paulino -  Aracaju, SE - 18/3/2010 

3º Baile de Danças Circulares faz desconhecidos darem as mãos e proporciona um mosaico cultural

Tá certo.... o final de todo baile é o silêncio. Mas o desse baile foi diferente. Não foi somente a música que acabou. Era um silêncio diferente, daqueles que faz a gente olhar para dentro, refletir. Vamos rodar a roda do tempo... antes do fim... vamos ao começo.

Findou que num sábado1 à noite, entre opções culturais noturnas de Aracaju – é possível citar bandas de rock independente no pub do Capitão Cook ou comer crustáceos e bater papo com os amigos nos barulhentos bares da Passarela do Carangueijo – surgiu uma curiosa: um Baile de Dança Circular.

O Baile foi organizado pelo pessoal da ong Ação Cultural e tinha como um dos objetivos arrecadar contribuições para a revitalização do Projeto ECARTE – um projeto que possui como principal objetivo trabalhar oficinas de arte e direitos humanos com jovens de dois bairros periféricos da região metropolitana de Aracaju.

Formas de expressão de sentimentos, de religiosidade, de louvor à vida as danças circulares rodam o mundo e carregam uma bagagem ancestral. Desde a celebração de colheita em um país do Leste Europeu à pisada na areia acompanhando as pancadas das ondas do mar, como nas cirandas praieiras do nordeste. Um coreógrafo alemão, sujeito estudioso, chamado Bernhard Wosien foi um dos principais difusores

das danças circulares pelo mundo. Além de compilar diversas danças folclóricas e começar a ensiná-las a partir da década de 70, Wosien deixou um legado a que chamou de “Danças Sagradas” que, além de um saber ancestral possuem em si fins terapêuticos.

Vamos ao 3º Baile... Naquela noite a dinâmica foi a seguinte: aqueles que possuem mais experiências e conhecimento das danças circulares vão ensinando os passos. São os focalizadores. Eles não só ensinam os passos e fazem uma espécie de ensaio antes de soltar o som, como também contam a história da dança que será executada pelo grupo. ... Contar a história de uma dança... mostrar sua cultura.. Assim é mais fácil entrar nela e senti-la. Na noite do Baile, Irene Smith e Maxivel Ferreira estimularam várias vezes todos a dançarem. E sempre que possível outros participantes mais experiente também trazia uma dança circular diferente para a roda. Vale destacar também a participação de Gilcenir Ramos e Vera Martha como as outras focalizadores da noite que trouxeram ótimas histórias e passos para o grupo.

O funcionário público Luis Joacy não foi focalizador na noite do Baile. Mas como entusiasta das danças circulares desde 2007 explicou o significado da dança israelita Od Lo Ahavit Dai “Essa música é israelita e diz que o anjo da morte viria pegar alguém e essa pessoa diz que ainda não poderia morrer. Então a morte pede para dar uma boa justificativa. A pessoa diz que precisa criar os filhos. A morte responde que isso não é um bom motivo. A pessoa diz que precisa acumular um bom patrimônio para passar aos filhos para que não fiquem desamparados. A morte também não acha um bom motivo e diz: ‘você só tem mais uma oportunidade de dizer porque você não pode morrer ainda’. Aí a pessoa pensou e disse: ‘Eu não posso morrer ainda porque não amei o bastante, não amei o suficiente’. Por isso a morte a poupou”. Frase essa última que é a tradução do título da música.

Em certos momentos alguns passos mais complicados provocavam situações descoordenadas e risadas. Além da descontração criada, era possível perceber que o ato de dar as mãos e formar um círculo também ajudam na integração dos participantes no conjunto. Clara Bezerra é assistente social. Ficou sabendo do Baile pela internet. “É muito bom você conhecer diversas culturas sem precisar viajar. E você dançar com pessoas desconhecidas é algo muito interessante”.

Lá para o final do Baile, os organizadores escolheram algo especial. Foi apresentada aos “dançarinos” estreantes uma menousse.. um tipo específico de dança circular . Essa menoussis foi desenvolvida por Anna Barton uma disicipula de Bernard Wosiehn. Os passos acompanhavam uma música cantada por uma bela voz feminina. Uma canção lenta e relaxante. Zezito de Oliveira (no momento de focalizador) ensinou: dois passos para a direita, três ao centro (ida e volta) e um a esquerda. E depois explicou o sentido: os passos da direita são nossas vitórias, os passos para o centro, os momentos de encontro com a nossa força interior, à esquerda representa os momentos difíceis, os obstáculos.

Nem precisa informar... que o momento de introspecção foi geral. No filme da mente vinham algumas cenas de minha vida momentos que os passos evocavam. O Baile noite encerrou... o silêncio e a experiência... deixaram sua marca.

http://www.overmundo.com.br/overblog/baile-de-integracao

03. Projeto ECARTE apresentado em congresso mundial VII Congresso do IDEA Abraçando as Artes de Transformação: Viva a Diversidade! Viva!

A) Descrição resumida da atividade:

Zezito de Oliveira, representando a  Ação Cultural, foi convidado para apresentar a interessante experiência do Projeto ECARTE (Estatuto da Criança e do Adolescente com Arte) que, nos anos de 2002 a 2006, realizou oficinas de teatro, dança e discussões sobre o Estatuto da Criança e Adolescente com adolescentes do conjunto Jardim, periferia da região metropolitana

B) Programação: NÃO ESPECIFICADO.

C) Tempo, período, duração: 17 a 25 de julho de 2010.

D) Local: Belém do Pará. MAS, O LOCAL NÃO ESTÁ ESPECIFICADO.

E) Público atingido: NÃO ESPECIFICADO.

F) Apoios, parcerias, patrocínio: Unesco-Brasil, Aliança Mundial pelas Artes, Ministério da Cultura, Ministério da Educação e diversas instituições de ensino.

EXPERIÊNCIA DO PROJETO ECARTE SERÁ APRESENTADA EM CONGRESSO MUNDIAL
Coloque em prática o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) com arte e transforme em oficinas voltadas para adolescentes da periferia da Grande Aracaju. Assim originou o projeto ECARTE no ano de 2002. A experiência construída com arte-educadores e lideranças comunitárias será apresentada no “VII Congresso do IDEA - Abraçando as Artes de Transformação: Viva a Diversidade Viva!” que acontecerá nos dias 17 a 25 de julho.

Segundo o idealizador do projeto ECARTE, o professor de História, arte-educador e Produtor Cultural Zezito Oliveira, a viagem será uma ótima oportunidade de conhecer outras metodologias de trabalho e divulgar a produção sergipana na categoria de iniciativas culturais e transformação social. De volta a Aracaju, o arte-educador pretende repassar o conhecimento e experiências obtidas durante o congresso. Para Zezito participar de um evento deste porte é fundamental


O Mundo conectado à Arte e Sergipe ligado no Mundo

Zezito de Oliveira

Grupo de Marujada São Benedito (Bragança-PA)

Thiago Paulino · Aracaju, SE

8/10/2010 · 

Um público com um traço inevitável: a diversidade. Pessoas de vários cantos do mundo, com histórias e visões diferentes. Em comum, a pergunta: “como a arte pode transformar beneficamente realidades?”. Na certa houve inúmeras respostas nos dias 17 ao 25 de julho, período do “VII Congresso do IDEA Abraçando as Artes de Transformação: Viva a Diversidade! Viva!”, em Belém (PA). E é de lá, do Norte do País, que um sergipano concedeu a entrevista abaixo por telefone. Zezito de Oliveira foi convidado para apresentar a interessante experiência do Projeto ECARTE que, nos anos de 2002 a 2006, realizou oficinas de teatro, dança e discussões sobre o Estatuto da Criança e Adolescente com adolescentes do conjunto Jardim, periferia da região metropolitana de Aracaju.

- Cite três aspectos mais relevantes que você destacaria no IDEA 2010?

A abertura foi muito bonita, vários grupos do Pará estavam presentes: marujada, carimbó, grupos indígenas. Na chegada, senhoras erveiras davam banho de cheiro nos participantes. Primeiro destaque foi como fizeram a programação através de oportunidades onde as pessoas na abertura das conferências e rodas de diálogo podiam entrar em contato com as outras através de uma forma de comunicação para além do código verbal, utilizando gestos, movimentos, olhares e afetos. Em um dia foram técnicas do teatro do oprimido [Teatro desenvolvido por Augusto Boal que utiliza a platéia como personagem e que tem como objetivo democratizar o teatro para realidades desfavorecidas]. Em outros dias, foram técnicas de mimica e ginástica oriental, coordenada respectivamente por jovens da Tailandia e de Hong-Kong, este último por um rapaz excepcional, de um grupo de Hong Kong, que possui um trabalho junto a pessoas portadoras de necessidades especiais. Outro aspecto foi a imersão nas comunidades. Cada participante poderia escolher um roteiro para vivenciar uma experiência envolvendo arte-educação em comunidades ribeirinhas, nas pequenas ilhas. E um terceiro aspecto importante foi o contato com demais países. Da Europa vem a maioria, pelas condições óbvias, mas veio muita gente da Ásia e também da América Latina e da África. Esse último continente em menor quantidade, em razão das dificuldades de captação de recursos junto a cooperação internacional, em razão da crise financeira internacional de 2008/2009

-O que você pode trazer de positivo para o trabalho realizado em Aracaju?

O sentimento de coragem do pessoal que trabalha com situações de violência. Como agentes culturais do Zimbábue que enfrenta o próprio governo local e já tiveram integrantes de seus grupos presos. Outro caso interessante foi de uma jovem colombiana Julia Escobar, coordenadora da ONG Caixa Lúdica da Guatemala mostrando o que gerou a Rede Guatemalteca de Arte Comunitária. Um trabalho junto a jovens aliciados pelo narcotráfico e envolvidas com gangues. Há uma disposição de enfrentamento da violência e nesses processos, você percebe o quanto tem gente com coragem no mundo fazendo arte. E além de fazer arte, eles têm uma consciência de que a arte precisa ser bem feita, com mais afinco. Vejo neles muito estudo, muitos ensaios. Aqui no Brasil foi muito interessante um trabalho feito na Bahia e no Pará de arte junto com a polícia. Outra experiência bacana veio da China com vítimas do terremoto. A arte educadora disse que foi muito desafiador porque ela era muito tímida antes de iniciar esse trabalho. Então perguntaram como ela venceu esse bloqueio e ela respondeu: ‘Pelo coração’. Você percebe que mesmo quando a arte é política, você está trabalhando o ser humano. Isso passa também por um aspecto terapêutico da arte, porque o individual está conectado ao coletivo. A arte pode ajudar as pessoas a serem melhores, centradas no ser humano, mais conectadas umas às outras e antenadas a bons valores.

Como Sergipe pode se firmar nesse cenário mundial da arte educação para a transformação?

Acredito ser importante Sergipe se voltar à sua cultura. Não como algo fechado, mas sim em diálogo com outras culturas e povos. Outra coisa que acho fundamental é levar a sério a pesquisa, o estudo e buscar a beleza, a qualidade artística e, principalmente, o vínculo social bem firmado. Ao trabalhar com jovens você tem um desafio, porque, em certos trabalhos, se ficar somente no contexto tradicional não haverá diálogo. Você tem que fazer o diálogo do tradicional com a cultura urbana, a cultura contemporânea. Pensar na cultura como algo dinâmico. Como a embolada junto ao hip hop, a cultura popular com o rock, como no exemplo do Mangue Beat [movimento musical pernambucano que misturou tradições como Maracatu e estilos novos como o Rock, misturava Josué de Castro com ficção científica, e possuíam letras com engajamento social e ecológico]. Isso na música, mas existem também trabalhos sendo feitos no teatro e na dança. Falo desse diálogo enquanto processo pedagógico e artístico junto a jovens.

http://www.overmundo.com.br/overblog/o-mundo-conectado-a-arte-e-sergipe-ligado-no-mundo



O ano era 2007 ( Ação Cultural de Sergipe 20 anos - Cultura Viva 20 anos)




LInha do Tempo - ano 2012 ( Ação Cultural 20 anos - Cultura Viva 20 anos)



MEMÓRIA PARA USO DIÁRIO

Este trabalho de revisitação do arquivo digital e analógico da Ação Cultural tem a participação de Alan de Oliveira e Zezito de Oliveira, este último encarregado da edição final.

A Ação Cultural também é pioneira na formação de um arquivo digital de suas ações, com textos, sons e imagens e este representa cerca de 85% do acervo de informações que estão sendo disponibilizada de forma sistematizada nesse momento.

A maioria ou quase totalidade,  se encontrava disponível neste blog e nas outras plataformas utilizadas pela Ação Cultural, porém sem a organização que estamos fazendo neste momento.

A organização das informações inicialmente está sendo realizada de forma cronológica e mais a frente será organizada por temas ou ações.

Por ora é um trabalho voluntário, e é uma iniciativa que merece ser realizada por outros coletivos e organizações sociais e/ou culturais de base comunitária.

Quem participou das ações elencadas e quem não participou vai se surpreender com muita coisa, tanto positiva, como negativa. Neste último caso destacamos a repetição do padrão negativo de uma ordem politica, econômica, social e cultural bastante injusta em nosso país, em especial para pretos, pobres e periféricos. Já no primeiro como forma positiva, alguns avanços e conquistas, apesar do jogo duro da luta de classes...

Até o final do ano o trabalho será finalizado, com ou sem fomento público. 


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