blog da Cultura

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domingo, 4 de fevereiro de 2024

O teatro e a ditadura pós -64

IMPORTANTE:

"__ E, na sua opinião, qual é a função do escritor no Brasil?

__ É a de expressar o seu mundo, como qualquer outro artista. É procurar entender-se dentro do mundo e transmitir isso através de sua própria linguagem.

O artista é sempre um filtro de experiência. No caso do teatro, então, sua função passa a ser a de fazer reviver uma experiência."

GIANFRANCESCO GUARNIERI em entrevista a Maria Helena Pires Martins

O teatro e a ditadura pós -64

O teatro político brasileiro passa pela dramaturgia classista de Oduvaldo Vianna Filho. Um teatro a partir dos de baixo. A classe trabalhadora representada no teatro como protagonista... No pós-64 esse teatro que tinha que ser exterminado de todas formas. A ditadura não suportava a ideia de conscientização política através da dramaturgia e as classes dominates viam neste teatro um projeto comuista. As duas peças editadas pela expressão popular: "A mais-valia vai acabar, seu Edgar" e "Mundo enterrado" podem nos dar uma ideia de um teatro em chave radical.

50 anos do golpe de 1964 e seus impacto na produção cultural brasileira. Vamos chamar a atenção para o teatro moderno e seu projeto político desde "Eles não usam black-tie" no final dos anos 50. Guarnieri, Vianninha, Augusto Boal, Fernando Peixoto, Plínio Marcos, Chico Buarque/Ruy Guerra, José Celso Martinez Corrêa, Paulo Pontes... E tantos atores e atrizes que caíram em campo na resistência dramatúrgica ao golpe/ditadura. Havia em curso tramado pela ditadura um projeto para destruir o teatro político, segundo Iná Camargo Costa. Sufocar financeiramente, invadir peças, perseguir atores/diretores/atrizes, prisões, tortura, exílios... O teatro foi atingido.

Texto de Fernando Peixoto sobre a peça "Um grito parado no ar" de 1973. tempos nefastos e o teatro procurava uma resposta para aquela tragédia em sua forma bruta.