🛐 Dom Hélder Pessoa Câmara foi um profeta do seu tempo. Soube ao mesmo tempo anunciar o reino de Deus e denunciar os poderosos que se colocam contra ele. Aquele homem pequeno e franzino era de uma coragem ímpar. Quando chegou para pastorar a Arquidiocese de Olinda e Recife fazia poucos dias que os militares haviam derrubado Goulart e instalado uma ditadura que duraria 21 anos. Dom Hélder poderia ter se calado ou se aliado, como fizeram alguns de seus pares, mas ele escolheu a defesa dos perseguidos.
Ameaçado, teve a casa metralhada (24 de outubro de 1968) e revistada várias vezes pelos militares, foi acusado de comunista e subversivo, seu nome e tudo o que fosse relacionado a ele ou de sua autoria foram censurados pelo governo (1º de setembro de 1970), seu nome preterido para o Nobel da paz por três vezes foi sabotado pelos próprios governos militares, e o pior golpe foi o assassinato do padre Antônio Henrique Pereira Neto, que trabalhava junto à juventude, encontrado morto e com sinais de tortura. Dom Hélder Câmara não se abateu, nem se calou.
Fez várias viagens pelo mundo, denunciando os abusos do regime militar, com sua voz mansa e pacífica. Em Recife, nasceu o movimento de evangelização Encontro de Irmãos e a Comissão de Justiça e Paz. Arauto dos pobres, comunista para os ricos, mas seguidor fiel da "opção preferencial pelos pobres" referendada nas Conferências Episcopais de Medellín (1968) e Puebla (1979).
Na passagem dos seus 115 anos de nascimento seu nome deve ser lembrado como símbolo de cristão engajado com as causas populares, imerso na realidade das periferias e grotões de pobreza, e sobretudo dotado de um grande senso de justiça social. O legado helderiano é atemporal, reflexivo, e sobretudo instigante para quem deseja vivenciar a fé cristã com compromisso com os pequeninos do reino, justamente aqueles aos quais Jesus escolheu, acolheu e protegeu! 👏👏👏👏👏👏
🧭 Concepção e elaboração do post 📝 José Ricardo 🖋️ professor e historiador.
Marcelo Barros
· Neste dia, recordamos com gratidão o aniversário do nascimento de Dom Helder Câmara. Ele nasceu em 07 de fevereiro de 1909, em Mecejana, perto de Fortaleza, CE.
Se hoje, neste momento do nosso país, Dom Helder chegasse aqui, agora e pudesse falar, o que pediria a nós, o que nos proporia?
Ele se uniria aos movimentos populares para exigir justiça social. Somaria sua voz à do Papa Francisco para denunciar que todas as guerras do mundo são igualmente injustas e assassinas. Engajar-se-ia na Campanha da Fraternidade deste ano sobre amizade social.
Quem vinha ao Recife nos primeiros anos em que Dom Helder deixou sua função de arcebispo, via escrito nos muros da cidade: "Dom Helder, o Dom do Amor".
Hoje, Dom Helder nos diria que o amor não é apenas algo romântico. Não é apenas a expressão de bons sentimentos. O amor, ou melhor, a Amorosidade, é algo que toca na estrutura do ser e da vida. Não podemos e não devemos restringir o amor à vida privada e às relações interpessoais. O Amor pode ser uma resposta à estrutura da vida pública, pode ser uma resposta aos problemas da vida coletiva. Viva a profecia sempre atual de Dom Helder Câmara!
🌐Site: marcelobarros.com
▶️Youtube: youtube.com/@irmarcelobarros
---------------------------------
Numa ocasião tentaram envolver Dom Hélder Câmara em uma situação polêmica. Num programa de TV, um jornalista perguntou ao arcebispo:
✅“Dom Hélder, o que o senhor acha do topless?”
Na sua imensa sabedoria, respondeu o Dom da Paz:
✅ “Meu filho, eu estou preocupado com quem não tem roupa para usar. Mas quem tem e quer tirar eu não me importo”.
Um tapa no falso moralismo.
Que falta nos faz! ❤️
Nenhum comentário:
Postar um comentário