sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Vivemos meu bem por um triz.... A importância do trabalho com memória, cultura, comunicação e educação popular para garantir e ampliar a democracia..

 E se o golpe liderado por Bolsonaro tivesse dado certo?

Investigação comprovada | Bolsonaro foi o chefe do golpe: já tinha discurso como ditador | Café | 9.2





Pro Dia Nascer Feliz (Frejat / Cazuza)

Kennedy Alencar
@KennedyAlencar

Volta a circular na praça a tese de que o golpe de Bolsonaro não se consumou devido à recusa de parte da cúpula das Forças Armadas. É mentira. Convidados e pressionados a dar um golpe, os “legalistas” do Alto Comando do Exército não deram voz de prisão aos golpistas nem denunciaram a tramoia. Ficaram na moita. Aguardando exatamente o quê? Na verdade, traíram a Constituição naquele momento, dando tempo para que Bolsonaro e seus fascistas civis e militares tentassem consumar o golpe. Ao mesmo tempo, protegeram e toleraram acampamentos golpistas até 08/01/22, apesar do resultado cristalino do segundo turno em 30/10/22. Que o Brasil não se engane. O golpismo continua vivo nas Forças Armadas. Lula erra ao bancar a estratégia acomodatícia de Múcio. No momento, tentam vender como um “avanço” a ordem do comandante do Exército, Tomás Paiva, para que o golpe de 64 não seja celebrado nos quartéis. Ora, celebrar um golpe contra a democracia seria crime. Nos 60 anos do golpe de 64, o governo Lula deveria cobrar uma autocrítica e um pedido de desculpas dos militares. A operação da PF de hoje aproxima Bolsonaro e seus golpistas da cadeia. As provas estão sendo fortalecidas para mandar todos eles para o xadrez. Isso é ótimo. A democracia não pode tolerar quem ameaça destruí-la. O Genocida tem de ir para a cadeia para que nunca mais um presidente, usando todos os instrumentos do seu cargo, trame contra a democracia. Por último, nada de passada de pano para os militares. O golpe não aconteceu porque não havia condições objetivas. O Brasil de 2022 não aceitaria. Tampouco havia apoio internacional, como em 64. Logo, a vitória da democracia não foi uma concessão de supostos legalistas, pois estes se comportaram com covardia e omissão 






O homem minúsculo
Por Renato Essenfelder (*)

"O homem minúsculo, o homúnculo, apagou as luzes do palácio e foi se esconder. Depois de tanto bradar, gritar e babar, depois de ameaçar e conspirar à luz do dia, incessantemente, calou-se. Recolheu-se à insignificância que o espera. Amém.
Como os livros de história no futuro irão se referir a esse homem tão pequeno? Terá alguma importância, o seu nome, ou irão se interessar apenas pelo surto coletivo que se apossou de milhões de brasileiros, por meia década ao menos, e que resultou na eleição de um ninguém, um nada, um indivíduo macabro? Um fantasma descarnado, insepulto e obcecado pela morte, sua especialidade, no qual milhões projetaram suas próprias fantasias autoritárias. Como? Por quê?
Quantos afinal projetaram naquele corpo sem vida, naquela vida sem alma, a virilidade perdida, as certezas corroídas, o desejo e a inveja da criança egoísta que brinca de motinho enquanto o mundo acaba em fome e doença. As pessoas morrem, ele debocha: e daí? Nada interrompe seu gozo sem fim.
Os livros de história no futuro talvez falem de um homem minúsculo que emergiu dos porões sujos do Congresso Nacional, já em avançado estado de decomposição moral e física, para canalizar todo o ressentimento de uma nação. Esse vórtice de maldade, cercado por gente ainda menor, ainda mais ridícula e ignorante orbitando ao redor de sua sombra.
Homens minúsculos, a história demonstra, podem projetar sombras imensas. Mas passam . . . os homens e suas sombras.
Ele tentou, com todas as minúsculas forças, eternizar sua sombra horrível. Mas decrépito, fraco, bronco e insignificante, não conseguiu manter-se no poder. Porque destruir é uma coisa, mas construir é outra, muito mais difícil, muito mais complexa. O homem pequeno veio e apequenou o país inteiro, apequenou o Estado e as suas instituições, apequenou o povo, os amigos, as famílias. Destruiu, passou bois e boiadas, sufocou, boicotou, conspirou, enquanto ocupavamo-nos de sobreviver.
Mas então, enfim consciente da sua pequenez, emudeceu no canto do palácio vazio, vítima da própria insignificância.
Depois de destruir e destruir e destruir, descobriu-se incapaz, impotente, brocha. Um fantasma de brochidão e fraqueza, incapaz de fecundar seja o que for - planos, corpos, natureza. Homens pequenos não constroem coisa alguma.
Já era hora de dar um basta, já era hora de lembrarmos a nós mesmos que o homem pequeno é, e sempre foi, pequeno demais para um país tão grande".
(*) - jornalista, escritor e professor universitário; doutor em Ciências da Comunicação pela USP; pós-doutor em Comunicação e Artes pela Universidade da Beira Interior (Portugal)

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