Estreia nesta sexta-feira (22) o podcast Eu só disse meu nome, que resgata a história de Alexandre Vannucchi Leme e do movimento estudantil na ditadura civil-militar. Em quatro episódios, a série documental propõe reconstituir um dos mais graves casos de violação de direitos humanos praticados durante o regime autoritário inaugurado em 1964: a prisão seguida de tortura e morte de Alexandre, estudante assassinado no DOI- Codi paulista.
Aluno do curso de geologia da Universidade de São Paulo (USP), ele tinha apenas 22 anos quando foi preso, acusado de ser integrante da Ação Libertadora Nacional (ALN), organização de luta armada que fazia oposição ao regime. Vítima de repetidas torturas, Alexandre foi encontrado sem vida em sua cela em 17 de março de 1973. Inicialmente, foi informado por agentes do DOI-Codi que a causa da morte era suicídio, mas logo foi forjada uma segunda versão, em que o estudante havia morrido atropelado enquanto fugia da polícia.
O assassinato motivou a realização de uma missa de sétimo dia que reuniu mais de 3 mil pessoas e foi o primeiro grande protesto de opositores da ditadura após o Ato Institucional nº 5 ser decretado em 1968. Além disso, também pautou a retomada do movimento estudantil brasileiro, a partir da refundação do Diretório Central dos Estudantes da USP, em 1976, rebatizado de DCE-Livre Alexandre Vannucchi Leme.
Passados 51 anos da morte do estudante e 60 anos do golpe militar, o podcast objetiva fortalecer a memória deste período histórico, difundindo, sobretudo para as novas gerações, o conhecimento sobre as violências de Estado e as lutas de resistência travadas em São Paulo no âmbito da ditadura.
Eu só disse meu nome é uma iniciativa do Instituto Vladimir Herzog, com produção da NAV Reportagens, apoio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo e apresentação de Camilo Vannuchi, jornalista e primo em segundo grau de Alexandre. Os episódios serão lançados quinzenalmente às sextas-feiras nas principais plataformas de podcasts.
Ouça o 1º episódio
AQUI
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