Persistência devolveu aos indíos a reserva Raposa Serra do
Sol
Repórter Brasil - TV Brasil 17/04/2013
00:00 04:56
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Indios em Sergipe
Modos de ser e fazer Xocó!
Modos de ser e fazer Xocó!
Quando eles moravam na caiçara, o que plantavam era tudo
dividido com o fazendeiro. Alguns tomavam dinheiro emprestado da colheita do
arroz. Quando chegava a época da colheita, quem não devia ao fazendeiro recebia
a metade de tudo o que era produzido. Por exemplo: se colhesse dois alqueires de
arroz, um era para o índio que plantou e o outro para o fazendeiro. Porém os
índios que deviam dinheiro para o fazendeiro, perdiam todo o arroz, pois ele
levava tudo para a sua fazenda.
Quanto a pesca na lagoa, também tinha que ser dividida com o
fazendeiro. Pescavam e os maiores e melhores peixes eram sempre para eles. Era
dividido em 3 partes, o fazendeiro ficava com 2 partes e os índios com 1. Para
os Xocós, restavam apenas os peixes ruins e menores.
A comunidade vivia como criado para os Britos, e os netos de
João Porfirio. A aldeia plantava arroz, milho, feijão, algodão, e tudo era
dividido. As vezes os Britos traziam farinha e milho podres, bichados, para
eles comerem. Os fazendeiros não deixavam eles criarem boi, vaca , bode, e
nenhum tipo de animal.
Entre 70 e 71, os Xocós passaram muita fome. Comiam cuscuz,
e coalhada, e comiam sem açúcar e farinha, porque não tinham. Pescavam aratanha
(Camarão pequeno, de água doce, que vive em cardumes) para comer e vender.
Contudo a lagoa secou e acabaram os camarões.
Em contrapondo a alimentação dos Xocós sem os fazendeiros
era muito sadia. A comunidade sobrevivia com frutas, feijão, arroz, milho, a
pesca e a caça eram complemento das refeições. Comiam com suas maneiras,
esquentavam na brasa, tiravam do fogo e comiam. Esse tipo de alimentação foi
substituída com o tempo, porém ainda hoje existe a maneira própria como is
índios fazem suas comidas. As comidas costumeiras são o peixe, carne de boi.
Fazem o famoso arribação e o cuscuz. Comem caju, manga, banana, melancia e
goiaba.
Destacarei agora sobre a educação dos Xocós, todos
participantes da cultura, das festas e dos rituais.
A Educação vem da família, desde que nasce a criança vai
adaptando as coisas do seu povo. Ter que respeitar os mais velhos, respeitar a
natureza, sabendo distinguir o bom do ruim, ensinar como trabalhar na terra, na
água (pesca), na caça, com o artesanato e ter que ir para a escola para
aprender como é o mundo la fora. A escola tem a finalidade de incentivar a
própria cultura Xocó, para que ela seja vivida e respeitada.
Ensinam a valorizar a terra, as plantas que tem utilidade
para remédios, o Toré como ato de respeito e tradição e ter que ser consciente
que o povo é um só.
A Escola na comunidade Xocó, começou a funcionar em 1980, na
sacristia da Igreja. Com o aumento do numero de alunos, surgiu a necessidade de
construir uma escola que atendesse todo mundo. Então em 1983, o cacique
Daminhão dos Santos e o vice-cacique José Apolônio dos Santos reivindicaram
junto ao Governo Estadual a construção da Escola Xocó. Foi construída no ano
2002, através do FUNDESCOLA, uma nova escola que funciona como anexo. Na
comunidade funciona da pré-escola a oitava série do Ensino Fundamental.
Na categoria divisão de tarefas as mulheres da aldeia também
trabalham na agricultura, algumas pescam e caçam, e também cuidam da horta.
Todas lavam roupas de casa no Rio São Francisco que passa dentro da aldeia e
para os afazeres de casa a comunidade tem água encanada.
As mulheres se preocupam com a casa para que esteja sempre
limpa e para que ela e seus filhos tenham conforto onde dormem e comem. Também
se preocupam com as crianças na escola, para que aprendam a ler e escrever.
Os homens trabalham também na agricultura, cuidam da
pecuária, praticam a pesca e se preocupam com os problemas existentes na aldeia
(Pois a comunidade não conta com policiamento nem delegacia), Ainda há uma
preocupação com o sustento dos filhos e com a aprendizagem dos mesmos.
O povo Xocó sabe fazer muita coisa. Com a obra prima a
palha, o barro, e a madeira. São feitos vários instrumentos, como o arco e
flecha, borduna e, o maracá (instrumento musical) que é produzido com o
cambuco. As roupas para o dia de comemoração são feitas de palha do coqueiro,
produzidas pelas próprias pessoas da aldeia. O barro serve para produzir a
cerâmica, como panela, bule, fogareiro, cuscuzeiro, xícara, caneca, caçarola,
potes, conjuntos de potes, conjuntos de caçarolas e etc. Com o coco ou as pontas
do boi há a fabricação dos anéis, as pulseiras e os colares. A sua importância
é o trazer o artesanato para o dia dos índios, que servirá de renda.
Espero que tenham obtido alguma informação sobre a cultura
Xocó e a sua importância nos dias de hoje.
o indígena. E os modos de ser, e fazer dos índios Xocó.
Fonte:
http://paulofcamposs.blogspot.com.br/
APOLÔNIO XOCÓ
18/02/1990
Apolônio fala sobre a tradição, o território e a luta de seu povo que vive na Ilha de São Pedro, no Rio São Francisco.
para ouvir, clique abaixo: AQUI
Parlamentares e indígenas são indicados para Mesa de Negociação; mobilizações seguem contra medidas anti-indígenas
Fonte da notícia: Assessoria de Comunicação do Cimi
A
mesa diretora da Câmara dos Deputados publicou ato do presidente
Henrique Alves (PMDB/RN) com os nomes dos dez parlamentares que irão
compor, de forma paritária, a Mesa Permanente de Negociações da Questão
Indígena, acordada após histórica ocupação do movimento indígena do
plenário da casa, contra a PEC 215, durante protestos do Abril Indígena –
2013.
Chico
Alencar (PSOL/RJ), Padre Ton (PT/RO), Domingos Dutra (PT/MA), Zequinha
Sarney (PV/MA), Ricardo Trípoli (PSDB/SP), Lincoln Portela (PR/MG),
Moreira Mendes (PSD/RO), Ronaldo Caiado (DEM/GO), Édio Lopes (PMDB/RR) e
Bernardo Santana de Vasconcellos (PR-MG) são os parlamentares
indicados.
O
ato oficializa a participação indígena na Mesa Permanente de
Negociações, porém não especifica quem fará a indicação. Justamente por
isso o movimento indígena entregará nesta quinta-feira, 18, para o
presidente da Câmara dos Deputados, uma lista com dez representantes –
dois de cada região.
São
dois nomes por região do país, sendo do Centro-Oeste: Otoniel Ricardo
Guarani e Lindomar Ferreira Terena; Sudeste: Avani Florentino de
Oliveira Fulni-ô e Paulo Henrique Vicente Tupinikim; Nordeste: Antônio
Fernando de Jesus Tuxá e Aurivan dos Santos Barros (Neguinho Truká);
Norte: Sônia Guajajara e Ninawá Huni Kui; Sul: Hildo Mendes Kaingang e
Marciano Rodrigues Guarani Mbyá.
A
lista é decisão da assembleia realizada por cerca de 700 indígenas, de
110 povos, mobilizados pelas organizações Apib (nacional), Coiab
(Amazônia), Arpin-Sul (Sul do país), Conselho Aty Guasu (Kaiowá e
Guarani), Apoinme (Nordeste e Espírito Santo) e Conselho do Povo Terena
para o Abril Indígena.
Outro
compromisso firmado como fruto da ocupação é que a comissão criada para
analisar a PEC 215, que propõe transferir do Executivo para o
Legislativo a demarcação de terras indígenas, quilombolas e a criação de
áreas de proteção ambiental, não iniciará os trabalhos pelos próximos
seis meses.
Porém,
a ampla maioria da base aliada ao Palácio do Planalto se comprometeu a
não indicar representantes, a exceção do PMDB e PSD, este último
aglutinador da bancada ruralista. Da oposição, apenas o DEM manteve a
posição de indicar nomes para a comissão. PSDB e PPS, que acaba de se
fundir com o PMN, também mantêm a postura de não indicar.
Existem
outros partidos que ainda não se pronunciaram. Na avaliação das
lideranças indígenas, com base em análises regimentais, mantida esta
correlação de forças a comissão só iniciará seus trabalhos caso o
presidente da Câmara, deputado Henrique Alves, indique os
representantes. Decisão pouco provável depois das mobilizações desta
semana.
“Temos
de fechar o compromisso com as lideranças partidárias para que não
indiquem, mas sem deixar as mobilizações de lado. Mais do que nunca é
hora de nos mantermos em estado de alerta, aqui em Brasília e nas
comunidades”, analisou Marcos Apurinã, da Coordenação dos Povos
Indígenas da Amazônia (Coiab).
Ocupação: uma página da história escrita
Ainda
ressoa pela imprensa e nos corredores do dia a dia da política em
Brasília a ocupação feita pelos indígenas do Plenário da Câmara dos
Deputados nesta terça-feira, 16. Afora as gamas de opiniões divididas
entre o repúdio ao ato, de longe uma minoria, e a inevitabilidade dele
diante da conjuntura, amiúde encontrada entre jornalistas e opinião
pública como um todo, a ocupação já é um fato histórico para as lutas
populares e o parlamento brasileiro.
“Muitos
disseram que o plenário é inviolável, mas inviolável mesmo são os
direitos humanos. A PEC tira do Executivo a demarcação de terras
indígenas e quilombolas e deixa para um Congresso tomado por ruralistas
decidir”, afirmou Padre Ton (PT/RO). De acordo com o parlamentar, “essa
casa ainda não representa o povo; são poucos os eleitos pela consciência
do povo, mas a maioria é eleita pelo dinheiro”.
Cena
difundida pelo jornalismo televisivo chamou atenção: deputados e
deputadas correndo dos indígenas que adentraram o plenário da casa. Os
parlamentares largaram computadores, agendas, bolsas e celulares para se
esconder. “Foi a primeira que tivemos aqui os caciques da política
correndo dos indígenas”, ironizou o deputado federal Chico Alencar
(PSOL/RJ).
Para
Domingos Dutra (PT/MA) os indígenas deram lição de respeito e educação,
pois não vandalizaram nada e tampouco agrediram alguém. “Digo que vocês
(indígenas) exerceram um direito sagrado. Não devem se desculpar,
porque se não tivessem feito isso (a ocupação) a PEC 215 seria aprovada
na semana que vem. Ruim é seguir nas humilhações a que estão submetidos
diariamente nas regiões”, afirmou.
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Os indios estão ali forçando para entrar no plenário. Todo mundo está com medo", disse ao microfone Francisco Escórcio PMDB-MA. - Revoltados com a criação de uma comissão especial para analisar a Proposta de Emenda à Constituição PEC 215, que dá ao Congresso Nacional poderes para demarcar terras indígenas, centenas de índios invadiram, nesta tarde, o plenário da Câmara dos Deputados e , tomaram as cadeiras dos parlamentares. Muitos deles estão em pé.
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