quinta-feira, 18 de abril de 2013

19 de abril - "Nossa arma é a teimosia e nossa força a esperança."



Persistência devolveu aos indíos a reserva Raposa Serra do Sol

Repórter Brasil - TV Brasil 17/04/2013

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 Indios em Sergipe

Modos de ser e fazer Xocó!

Quando eles moravam na caiçara, o que plantavam era tudo dividido com o fazendeiro. Alguns tomavam dinheiro emprestado da colheita do arroz. Quando chegava a época da colheita, quem não devia ao fazendeiro recebia a metade de tudo o que era produzido. Por exemplo: se colhesse dois alqueires de arroz, um era para o índio que plantou e o outro para o fazendeiro. Porém os índios que deviam dinheiro para o fazendeiro, perdiam todo o arroz, pois ele levava tudo para a sua fazenda.

Quanto a pesca na lagoa, também tinha que ser dividida com o fazendeiro. Pescavam e os maiores e melhores peixes eram sempre para eles. Era dividido em 3 partes, o fazendeiro ficava com 2 partes e os índios com 1. Para os Xocós, restavam apenas os peixes ruins e menores.

A comunidade vivia como criado para os Britos, e os netos de João Porfirio. A aldeia plantava arroz, milho, feijão, algodão, e tudo era dividido. As vezes os Britos traziam farinha e milho podres, bichados, para eles comerem. Os fazendeiros não deixavam eles criarem boi, vaca , bode, e nenhum tipo de animal.

Entre 70 e 71, os Xocós passaram muita fome. Comiam cuscuz, e coalhada, e comiam sem açúcar e farinha, porque não tinham. Pescavam aratanha (Camarão pequeno, de água doce, que vive em cardumes) para comer e vender. Contudo a lagoa secou e acabaram os camarões.

Em contrapondo a alimentação dos Xocós sem os fazendeiros era muito sadia. A comunidade sobrevivia com frutas, feijão, arroz, milho, a pesca e a caça eram complemento das refeições. Comiam com suas maneiras, esquentavam na brasa, tiravam do fogo e comiam. Esse tipo de alimentação foi substituída com o tempo, porém ainda hoje existe a maneira própria como is índios fazem suas comidas. As comidas costumeiras são o peixe, carne de boi. Fazem o famoso arribação e o cuscuz. Comem caju, manga, banana, melancia e goiaba.

Destacarei agora sobre a educação dos Xocós, todos participantes da cultura, das festas e dos rituais.

A Educação vem da família, desde que nasce a criança vai adaptando as coisas do seu povo. Ter que respeitar os mais velhos, respeitar a natureza, sabendo distinguir o bom do ruim, ensinar como trabalhar na terra, na água (pesca), na caça, com o artesanato e ter que ir para a escola para aprender como é o mundo la fora. A escola tem a finalidade de incentivar a própria cultura Xocó, para que ela seja vivida e respeitada.

Ensinam a valorizar a terra, as plantas que tem utilidade para remédios, o Toré como ato de respeito e tradição e ter que ser consciente que o povo é um só.

A Escola na comunidade Xocó, começou a funcionar em 1980, na sacristia da Igreja. Com o aumento do numero de alunos, surgiu a necessidade de construir uma escola que atendesse todo mundo. Então em 1983, o cacique Daminhão dos Santos e o vice-cacique José Apolônio dos Santos reivindicaram junto ao Governo Estadual a construção da Escola Xocó. Foi construída no ano 2002, através do FUNDESCOLA, uma nova escola que funciona como anexo. Na comunidade funciona da pré-escola a oitava série do Ensino Fundamental.

Na categoria divisão de tarefas as mulheres da aldeia também trabalham na agricultura, algumas pescam e caçam, e também cuidam da horta. Todas lavam roupas de casa no Rio São Francisco que passa dentro da aldeia e para os afazeres de casa a comunidade tem água encanada.

As mulheres se preocupam com a casa para que esteja sempre limpa e para que ela e seus filhos tenham conforto onde dormem e comem. Também se preocupam com as crianças na escola, para que aprendam a ler e escrever.

Os homens trabalham também na agricultura, cuidam da pecuária, praticam a pesca e se preocupam com os problemas existentes na aldeia (Pois a comunidade não conta com policiamento nem delegacia), Ainda há uma preocupação com o sustento dos filhos e com a aprendizagem dos mesmos.

O povo Xocó sabe fazer muita coisa. Com a obra prima a palha, o barro, e a madeira. São feitos vários instrumentos, como o arco e flecha, borduna e, o maracá (instrumento musical) que é produzido com o cambuco. As roupas para o dia de comemoração são feitas de palha do coqueiro, produzidas pelas próprias pessoas da aldeia. O barro serve para produzir a cerâmica, como panela, bule, fogareiro, cuscuzeiro, xícara, caneca, caçarola, potes, conjuntos de potes, conjuntos de caçarolas e etc. Com o coco ou as pontas do boi há a fabricação dos anéis, as pulseiras e os colares. A sua importância é o trazer o artesanato para o dia dos índios, que servirá de renda.

Espero que tenham obtido alguma informação sobre a cultura Xocó e a sua importância nos dias de hoje.

o indígena. E os modos de ser, e fazer dos índios Xocó. Fonte:  http://paulofcamposs.blogspot.com.br/




 APOLÔNIO XOCÓ

18/02/1990




Apolônio  fala sobre a tradição, o território e a luta de seu povo que vive na Ilha de São Pedro, no Rio São Francisco.


para ouvir,  clique abaixo: AQUI

Parlamentares e indígenas são indicados para Mesa de Negociação; mobilizações seguem contra medidas anti-indígenas

A mesa diretora da Câmara dos Deputados publicou ato do presidente Henrique Alves (PMDB/RN) com os nomes dos dez parlamentares que irão compor, de forma paritária, a Mesa Permanente de Negociações da Questão Indígena, acordada após histórica ocupação do movimento indígena do plenário da casa, contra a PEC 215, durante protestos do Abril Indígena – 2013.

Chico Alencar (PSOL/RJ), Padre Ton (PT/RO), Domingos Dutra (PT/MA), Zequinha Sarney (PV/MA), Ricardo Trípoli (PSDB/SP), Lincoln Portela (PR/MG), Moreira Mendes (PSD/RO), Ronaldo Caiado (DEM/GO), Édio Lopes (PMDB/RR) e Bernardo Santana de Vasconcellos (PR-MG) são os parlamentares indicados.  

O ato oficializa a participação indígena na Mesa Permanente de Negociações, porém não especifica quem fará a indicação. Justamente por isso o movimento indígena entregará nesta quinta-feira, 18, para o presidente da Câmara dos Deputados, uma lista com dez representantes – dois de cada região.

São dois nomes por região do país, sendo do Centro-Oeste: Otoniel Ricardo Guarani e Lindomar Ferreira Terena; Sudeste: Avani Florentino de Oliveira Fulni-ô e Paulo Henrique Vicente Tupinikim; Nordeste: Antônio Fernando de Jesus Tuxá e Aurivan dos Santos Barros (Neguinho Truká); Norte: Sônia Guajajara e Ninawá Huni Kui; Sul: Hildo Mendes Kaingang e Marciano Rodrigues Guarani Mbyá.

A lista é decisão da assembleia realizada por cerca de 700 indígenas, de 110 povos, mobilizados pelas organizações Apib (nacional), Coiab (Amazônia), Arpin-Sul (Sul do país), Conselho Aty Guasu (Kaiowá e Guarani), Apoinme (Nordeste e Espírito Santo) e Conselho do Povo Terena para o Abril Indígena.

Outro compromisso firmado como fruto da ocupação é que a comissão criada para analisar a PEC 215, que propõe transferir do Executivo para o Legislativo a demarcação de terras indígenas, quilombolas e a criação de áreas de proteção ambiental, não iniciará os trabalhos pelos próximos seis meses.

Porém, a ampla maioria da base aliada ao Palácio do Planalto se comprometeu a não indicar representantes, a exceção do PMDB e PSD, este último aglutinador da bancada ruralista. Da oposição, apenas o DEM manteve a posição de indicar nomes para a comissão. PSDB e PPS, que acaba de se fundir com o PMN, também mantêm a postura de não indicar.

Existem outros partidos que ainda não se pronunciaram. Na avaliação das lideranças indígenas, com base em análises regimentais, mantida esta correlação de forças a comissão só iniciará seus trabalhos caso o presidente da Câmara, deputado Henrique Alves, indique os representantes. Decisão pouco provável depois das mobilizações desta semana.

“Temos de fechar o compromisso com as lideranças partidárias para que não indiquem, mas sem deixar as mobilizações de lado. Mais do que nunca é hora de nos mantermos em estado de alerta, aqui em Brasília e nas comunidades”, analisou Marcos Apurinã, da Coordenação dos Povos Indígenas da Amazônia (Coiab).    

Ocupação: uma página da história escrita

Ainda ressoa pela imprensa e nos corredores do dia a dia da política em Brasília a ocupação feita pelos indígenas do Plenário da Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 16. Afora as gamas de opiniões divididas entre o repúdio ao ato, de longe uma minoria, e a inevitabilidade dele diante da conjuntura, amiúde encontrada entre jornalistas e opinião pública como um todo, a ocupação já é um fato histórico para as lutas populares e o parlamento brasileiro.  

“Muitos disseram que o plenário é inviolável, mas inviolável mesmo são os direitos humanos. A PEC tira do Executivo a demarcação de terras indígenas e quilombolas e deixa para um Congresso tomado por ruralistas decidir”, afirmou Padre Ton (PT/RO). De acordo com o parlamentar, “essa casa ainda não representa o povo; são poucos os eleitos pela consciência do povo, mas a maioria é eleita pelo dinheiro”.

Cena difundida pelo jornalismo televisivo chamou atenção: deputados e deputadas correndo dos indígenas que adentraram o plenário da casa. Os parlamentares largaram computadores, agendas, bolsas e celulares para se esconder. “Foi a primeira que tivemos aqui os caciques da política correndo dos indígenas”, ironizou o deputado federal Chico Alencar (PSOL/RJ).

Para Domingos Dutra (PT/MA) os indígenas deram lição de respeito e educação, pois não vandalizaram nada e tampouco agrediram alguém. “Digo que vocês (indígenas) exerceram um direito sagrado. Não devem se desculpar, porque se não tivessem feito isso (a ocupação) a PEC 215 seria aprovada na semana que vem. Ruim é seguir nas humilhações a que estão submetidos diariamente nas regiões”, afirmou.

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Indios invadem plenário e põe Deputados para correr em plenário da Câmara

Os indios estão ali forçando para entrar no plenário. Todo mundo está com medo", disse ao microfone Francisco Escórcio PMDB-MA.  - Revoltados com a criação de uma comissão especial para analisar a Proposta de Emenda à Constituição PEC 215, que dá ao Congresso Nacional poderes para demarcar terras indígenas, centenas de índios invadiram, nesta tarde, o plenário da Câmara dos Deputados e , tomaram as cadeiras dos parlamentares. Muitos deles estão em pé.

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