Mais um atentado contra a nossa memória. Vá lá que fosse um investimento em um negócio da chamada economia criativa, o qual possibilitaria a manutenção das caracteristicas básicas do empreendimento inicial. Por exemplo, Recife criou na antiga área portuária, o porto digital, local sede de um conjunto de emprendimentos no campo da economia digital, sem precisar apagar a memória. Ou seja, dá para conviver o passado, o presente e o futuro. O pior é que a cidade perde caracteristicas que a tornam singular, como consequencia, qual o atrativo que Aracaju terá a oferecer aos turistas de outros estados e de outros países? Shopping e Praia, me poupe!! Como se não bastasse o descaso com o nosso patrimonio imaterial.
Zezito de Oliveira - Educador e Produtor Cultural
Leia também:
segunda-feira, 8 de abril de 2013
Valei-nos a Caixa Econômica Federal
Amaral Cavalcante
Se for verdade que a Caixa Econômica Federal adquiriu o imóvel da
antiga Fábrica Sergipe Industrial, no Bairro Industrial, aqui em
Aracaju, tem motivos para foguetórios. Pode ser que agora, aquela
instituição centenária nos presenteie com um Centro Cultural, ou algo
semelhante aos espaços dedicados às atividades artísticas que ela mantém
em várias capitais brasileiras.
Recuso-me a acreditar que aquele
imóvel, tão significativo para a consolidação do processo industrial em
Sergipe e palco de momentos importantes na história do nosso operariado,
seja destinado à implosão para ceder lugar a um empreendimento
imobiliário, ou algo que o valha.
A cidade não aguenta mais isto.
Os imóveis residenciais que poderiam resguardar a feição arquitetônica
da cidade que vimos construindo há 148 anos e que representa a evolução
da vida privada entre nós estão sendo destruídos na calada da noite e
aparecem de manhã como novos estacionamentos, num cruel vilipêndio à
memória estética de Aracaju e aos mínimos princípios de preservação da
nossa história. O que faz o Conselho Estadual de Cultura que não propõe o
ordenamento disto?
Alguns dirão: - É a especulação
imobiliária, é assim mesmo! Não quero discutir aqui as graves e
intrincadas questões do uso do solo urbano, das conveniências da plena
cidadania e seus embates como poder econômico. Só digo que se trata da
cidade que queremos ter e da ação política dos governantes que, nós
mesmos, elegemos.
Mas como se trata da Caixa Econômica, uma
instituição que se pressupõe aliada ao progresso integral do povo
brasileiro, proponho:
Ali, na antiga Fábrica Sergipe
Industrial, ficaria bem uma oficina de formação e qualificação dos
artistas sergipanos. Laboratórios, galpões de aprimoramento,
instrumentos de experimentação e aprendizado, um local onde pudesse o
artista sergipano aprender e exercitar sua interação com o mundo, e,
principalmente, com o mercado.
Se for algo assim que a Caixa Econômica quer fazer ali, em nossa “Sergipe Industrial”, declaramos desde já apoio e gratidão.
Amaral Cavalcante
PS: Para ilustrar, publico o que diz em relatório/2011 a Caixa Econômica:
“Em 2011, a empresa destinou cerca de R$ 50 milhões a patrocínios
culturais – com R$ 34 milhões direcionados aos projetos aprovados nos
editais. A totalidade de recursos investidos pela CAIXA ao longo do ano
viabilizou a realização de mais de 100 exposições, 650 espetáculos de
teatro e dança e 140 espetáculos de música, alcançando público superior a
2 milhões de pessoas. Boa parte das atividades é desenvolvida nos cinco
espaços culturais mantidos pela CAIXA em Brasília, São Paulo, Curitiba,
Salvador e no Rio de Janeiro. Além do apoio a esses projetos, a empresa
administra ainda um acervo de 1.900 obras de arte, acessíveis à
população, por intermédio de exposições que percorrem regularmente todo o
país”
Dentro do contexto,
Bomfim
NaurÊa
É muito chão, é muito sol
Muito sinal, muito desdém
É muito mais além
É muito santo e proteção
Muito trabalho e oração
É muita perdição
É muita dor, muito suor
Muito swing e carnaval
É música afinal
É muito frio, muito calor
Muito pedir, tanto favor
Bondade mata, meu senhor, iô iô iô
No fim a gente ganha
Bomfim a gente ganha
Sim senhor 2x
Minha menina
Estrela matutina
Brinco sem dinheiro
Como é bom ser brasileiro
Minha menina
Estrela matutina
Vivo só brincando
Como é bom ser sergipano
Abaixo (acréscimo realizado em 24 de abril de 2013)- fonte: site do MINC
Abaixo (acréscimo realizado em 26 de abril de 2013)- fonte: mural de Antônio Vieira(face)
E a nossa memória cultural! ----------- Como preservá-la?
Passei a adolescência em Aracaju e, numa cidade ainda sem shopping
centers, o centro da cidade era, realmente, o centro da cidade.
O Cine Rio Branco ficava exatamente ali. Até 2002 era o cinema mais
antigo de todo o mundo em funcionamento contínuo. Era a única coisa de
classe mundial que Aracaju tinha, a única coisa realmente singular que
aracajuanos poderiam se orgulhar de ter.
-
Antônio Vieira Certo,
havia muito tempo que os intelectuais da cidade gritavam em mesas de
bar que se deveria preservar o cinema, mas nunca fizeram muito mais que
isso. E o Rio Branco foi demolido na virada de 2002 para 2003, na calada
da noite. A maior parte do pessoal que gritava que deveriam
preservá-lo, em uma espécie de reflexo condicionado, sequer pareceu
notar.
Glória Augusta Pio Eu assistia aos filmes de Super Homem Rio Branco!
Izabel Sant'Ana SEM PALAVRAS....
Regina Maria Amaral Lembro-me
muito bem. Poderia ter sido transformado em um teatro municipal. Eu
achava lindo, aquelas galerias. E minha mãe contava que passaram por ai
grandes estrelas do Teatro Nacional, porque além de cinema também tinha
a função de teatro. Pena!
-
Zezito de Oliveira Lembro
e considero meritória a iniciativa da Federação de Teatro Amador, na
época, uma das entidades lideres dessa luta, cuja presidente na época
era/é a combativa e intrépida Virgínia Lúcia F Menezes,
da nossa parte, colaborei de forma bem modesta. A questão é que
precisavámos na época, como hoje, de pessoas com mais coragem.
Saudações!!! http://letras.mus.br/barao-vermelho/79053/
---------------------------------------------------
Diálogo com um leitor anônimo desse post...
- Com certeza o turista que vem pra Aracaju visita essa fábrica velha.
Deve ser roteiro de todas as agências de viagem.
Tosco.
-
20 de janeiro de 2014 13:47
-
AÇÃO CULTURAL
disse...
- Uma fábrica velha pode se tornar um centro cultural como o SESC POMPÉIA em São Paulo.
Inteligente.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Sesc_pompeia.JPG
-
Anônimo
disse...
- Dá pra ver que cultura não é o forte de Sergipe ainda. É uma pena não ter ninguém que lute verdadeiramente por isso.
-
10 de fevereiro de 2014 09:39
Leia também:
Cultura em Sergipe. Bons ventos que sopram a aos melhores que virão.
AQUI
Amaral Cavalcante
Se for verdade que a Caixa Econômica Federal adquiriu o imóvel da
antiga Fábrica Sergipe Industrial, no Bairro Industrial, aqui em
Aracaju, tem motivos para foguetórios. Pode ser que agora, aquela
instituição centenária nos presenteie com um Centro Cultural, ou algo
semelhante aos espaços dedicados às atividades artísticas que ela mantém
em várias capitais brasileiras.
Recuso-me a acreditar que aquele imóvel, tão significativo para a consolidação do processo industrial em Sergipe e palco de momentos importantes na história do nosso operariado, seja destinado à implosão para ceder lugar a um empreendimento imobiliário, ou algo que o valha.
A cidade não aguenta mais isto.
Os imóveis residenciais que poderiam resguardar a feição arquitetônica da cidade que vimos construindo há 148 anos e que representa a evolução da vida privada entre nós estão sendo destruídos na calada da noite e aparecem de manhã como novos estacionamentos, num cruel vilipêndio à memória estética de Aracaju e aos mínimos princípios de preservação da nossa história. O que faz o Conselho Estadual de Cultura que não propõe o ordenamento disto?
Alguns dirão: - É a especulação imobiliária, é assim mesmo! Não quero discutir aqui as graves e intrincadas questões do uso do solo urbano, das conveniências da plena cidadania e seus embates como poder econômico. Só digo que se trata da cidade que queremos ter e da ação política dos governantes que, nós mesmos, elegemos.
Mas como se trata da Caixa Econômica, uma instituição que se pressupõe aliada ao progresso integral do povo brasileiro, proponho:
Ali, na antiga Fábrica Sergipe Industrial, ficaria bem uma oficina de formação e qualificação dos artistas sergipanos. Laboratórios, galpões de aprimoramento, instrumentos de experimentação e aprendizado, um local onde pudesse o artista sergipano aprender e exercitar sua interação com o mundo, e, principalmente, com o mercado.
Se for algo assim que a Caixa Econômica quer fazer ali, em nossa “Sergipe Industrial”, declaramos desde já apoio e gratidão.
Amaral Cavalcante
PS: Para ilustrar, publico o que diz em relatório/2011 a Caixa Econômica:
“Em 2011, a empresa destinou cerca de R$ 50 milhões a patrocínios culturais – com R$ 34 milhões direcionados aos projetos aprovados nos editais. A totalidade de recursos investidos pela CAIXA ao longo do ano viabilizou a realização de mais de 100 exposições, 650 espetáculos de teatro e dança e 140 espetáculos de música, alcançando público superior a 2 milhões de pessoas. Boa parte das atividades é desenvolvida nos cinco espaços culturais mantidos pela CAIXA em Brasília, São Paulo, Curitiba, Salvador e no Rio de Janeiro. Além do apoio a esses projetos, a empresa administra ainda um acervo de 1.900 obras de arte, acessíveis à população, por intermédio de exposições que percorrem regularmente todo o país”
Dentro do contexto,
Recuso-me a acreditar que aquele imóvel, tão significativo para a consolidação do processo industrial em Sergipe e palco de momentos importantes na história do nosso operariado, seja destinado à implosão para ceder lugar a um empreendimento imobiliário, ou algo que o valha.
A cidade não aguenta mais isto.
Os imóveis residenciais que poderiam resguardar a feição arquitetônica da cidade que vimos construindo há 148 anos e que representa a evolução da vida privada entre nós estão sendo destruídos na calada da noite e aparecem de manhã como novos estacionamentos, num cruel vilipêndio à memória estética de Aracaju e aos mínimos princípios de preservação da nossa história. O que faz o Conselho Estadual de Cultura que não propõe o ordenamento disto?
Alguns dirão: - É a especulação imobiliária, é assim mesmo! Não quero discutir aqui as graves e intrincadas questões do uso do solo urbano, das conveniências da plena cidadania e seus embates como poder econômico. Só digo que se trata da cidade que queremos ter e da ação política dos governantes que, nós mesmos, elegemos.
Mas como se trata da Caixa Econômica, uma instituição que se pressupõe aliada ao progresso integral do povo brasileiro, proponho:
Ali, na antiga Fábrica Sergipe Industrial, ficaria bem uma oficina de formação e qualificação dos artistas sergipanos. Laboratórios, galpões de aprimoramento, instrumentos de experimentação e aprendizado, um local onde pudesse o artista sergipano aprender e exercitar sua interação com o mundo, e, principalmente, com o mercado.
Se for algo assim que a Caixa Econômica quer fazer ali, em nossa “Sergipe Industrial”, declaramos desde já apoio e gratidão.
Amaral Cavalcante
PS: Para ilustrar, publico o que diz em relatório/2011 a Caixa Econômica:
“Em 2011, a empresa destinou cerca de R$ 50 milhões a patrocínios culturais – com R$ 34 milhões direcionados aos projetos aprovados nos editais. A totalidade de recursos investidos pela CAIXA ao longo do ano viabilizou a realização de mais de 100 exposições, 650 espetáculos de teatro e dança e 140 espetáculos de música, alcançando público superior a 2 milhões de pessoas. Boa parte das atividades é desenvolvida nos cinco espaços culturais mantidos pela CAIXA em Brasília, São Paulo, Curitiba, Salvador e no Rio de Janeiro. Além do apoio a esses projetos, a empresa administra ainda um acervo de 1.900 obras de arte, acessíveis à população, por intermédio de exposições que percorrem regularmente todo o país”
Dentro do contexto,
Bomfim
NaurÊa
É muito chão, é muito sol
Muito sinal, muito desdém
É muito mais além
É muito santo e proteção
Muito trabalho e oração
É muita perdição
É muita dor, muito suor
Muito swing e carnaval
É música afinal
É muito frio, muito calor
Muito pedir, tanto favor
Bondade mata, meu senhor, iô iô iô
No fim a gente ganha
Bomfim a gente ganha
Sim senhor 2x
Minha menina
Estrela matutina
Brinco sem dinheiro
Como é bom ser brasileiro
Minha menina
Estrela matutina
Vivo só brincando
Como é bom ser sergipano
Abaixo (acréscimo realizado em 24 de abril de 2013)- fonte: site do MINC
Muito sinal, muito desdém
É muito mais além
É muito santo e proteção
Muito trabalho e oração
É muita perdição
É muita dor, muito suor
Muito swing e carnaval
É música afinal
É muito frio, muito calor
Muito pedir, tanto favor
Bondade mata, meu senhor, iô iô iô
No fim a gente ganha
Bomfim a gente ganha
Sim senhor 2x
Minha menina
Estrela matutina
Brinco sem dinheiro
Como é bom ser brasileiro
Minha menina
Estrela matutina
Vivo só brincando
Como é bom ser sergipano
Abaixo (acréscimo realizado em 24 de abril de 2013)- fonte: site do MINC
Abaixo (acréscimo realizado em 26 de abril de 2013)- fonte: mural de Antônio Vieira(face)
E a nossa memória cultural! ----------- Como preservá-la?
Passei a adolescência em Aracaju e, numa cidade ainda sem shopping centers, o centro da cidade era, realmente, o centro da cidade.
O Cine Rio Branco ficava exatamente ali. Até 2002 era o cinema mais antigo de todo o mundo em funcionamento contínuo. Era a única coisa de classe mundial que Aracaju tinha, a única coisa realmente singular que aracajuanos poderiam se orgulhar de ter.- Antônio Vieira Certo, havia muito tempo que os intelectuais da cidade gritavam em mesas de bar que se deveria preservar o cinema, mas nunca fizeram muito mais que isso. E o Rio Branco foi demolido na virada de 2002 para 2003, na calada da noite. A maior parte do pessoal que gritava que deveriam preservá-lo, em uma espécie de reflexo condicionado, sequer pareceu notar.
Glória Augusta Pio Eu assistia aos filmes de Super Homem Rio Branco!
Izabel Sant'Ana SEM PALAVRAS....
Regina Maria Amaral Lembro-me muito bem. Poderia ter sido transformado em um teatro municipal. Eu achava lindo, aquelas galerias. E minha mãe contava que passaram por ai grandes estrelas do Teatro Nacional, porque além de cinema também tinha a função de teatro. Pena! - Zezito de Oliveira Lembro e considero meritória a iniciativa da Federação de Teatro Amador, na época, uma das entidades lideres dessa luta, cuja presidente na época era/é a combativa e intrépida Virgínia Lúcia F Menezes, da nossa parte, colaborei de forma bem modesta. A questão é que precisavámos na época, como hoje, de pessoas com mais coragem. Saudações!!! http://letras.mus.br/barao-vermelho/79053/
---------------------------------------------------
Diálogo com um leitor anônimo desse post...
- Com certeza o turista que vem pra Aracaju visita essa fábrica velha.
Deve ser roteiro de todas as agências de viagem.
Tosco.
- 20 de janeiro de 2014 13:47
- AÇÃO CULTURAL disse...
- Uma fábrica velha pode se tornar um centro cultural como o SESC POMPÉIA em São Paulo.
Inteligente.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Sesc_pompeia.JPG
-
- Dá pra ver que cultura não é o forte de Sergipe ainda. É uma pena não ter ninguém que lute verdadeiramente por isso.
-
10 de fevereiro de 2014 09:39
Leia também:
Cultura em Sergipe. Bons ventos que sopram a aos melhores que virão.
AQUI
- Com certeza o turista que vem pra Aracaju visita essa fábrica velha.
3 comentários:
Com certeza o turista que vem pra Aracaju visita essa fábrica velha.
Deve ser roteiro de todas as agências de viagem.
Tosco.
Agradeço por postar a foto da maquete, tem outras fotos?
Uma fábrica velha pode se tornar um centro cultural como o SESC POMPÉIA em São Paulo.
Inteligente.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Sesc_pompeia.JPG
Não dispomos de outras imagens do novo projeto..
Dá pra ver que cultura não é o forte de Sergipe ainda. É uma pena não ter ninguém que lute verdadeiramente por isso.
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