segunda-feira, 22 de abril de 2013

Oficina Prêmio Culturas Populares/Ministério da Cultura em São Cristóvão


Com o consultor do Sebrae, Edmilson Suassuna
Dia 26 de Abril, ás 9 horas, no Museu Histórico de Sergipe.
Realização: SEBRAE
Apoio: Ação Cultural, Ação Popular João Bebe Agua, Associação Cultural Amigos do Museu Histórico de Sergipe (ACAMHS) e Movimento Pró-Fasc.



29/08/2012  Juventude e tradição dividem espaço no folclore sergipano.

  O grupo das Caceteiras é uma manifestação folclórica única em Sergipe

Aos cinco anos de idade, Maria Clara Santos da Luz já mostra que tem energia e compasso para a brincadeira. A pequena é uma das mais animadas integrantes do grupo das Caceteiras de Rindu, do município de São Cristóvão. A manifestação folclórica única em Sergipe já conquistou seguidores das novas gerações, a exemplo de Clara, e com isso vem garantindo a preservação do grupo e das tradições folclóricas do Estado.
Essa é a grande preocupação de José Gonçalo Oliveira, o ‘Seu Rindu`, que aos 72 anos comanda o grupo com a energia de um menino. "Ainda estou com todo gás para brincar", afirma. No entanto, ele sabe que um dia esse gás acaba e para não ver sua brincadeira morrer, ele tem incentivado a participação de jovens e crianças no grupo. Ele e sua esposa, Dona Maria Acácia, estão empenhados em formar o grupo mirim das Caceteiras.
"Vou montar o grupo das meninas para quando as velhas não aguentarem mais já vamos ter outro grupo formado. Por mim a cultura nunca vai acabar. Eu tenho muito gosto pelo que faço", destaca o mestre. Rindu conta que começou a brincar aos oito anos de idade. "Eu via meus pais, avós, tias todo mundo indo brincar e pedia pra ir também. Se não me levassem eu começava a chorar", relembra.
José George dos Santos, 12 anos, é neto do Seu Rindu e vem seguindo os passos do avô. O pequeno comanda o tambor das Caceteiras, do Samba de Coco e do Reisado de São Cristóvão. Ele conta que desde pequeno ia para os ensaios e apresentações dos grupos e naturalmente aprendeu a tocar. "Eu gosto muito. Meus amigos ficam rindo de mim, mas eu não ligo. Faço porque gosto", afirma o pequeno tocador que não perde o ritmo um só segundo.
Assim como ele, o Seu Milton Bispo, 59 anos, também começou cedo a sua trajetória no folclore e sabe a importância de inserir os mais jovens nos grupos, que hoje são formados em sua maioria por idosos. "Nós temos que colocar essa nova geração para brincar também. Só da minha família tem cinco pessoas, minha esposa filhos e netos", ressalta o pai da pequena Clara.
A cultura não pode morrer
Hoje, as crianças e os jovens integram a maioria dos grupos. Ao lado dos mais velhos, eles compartilham o mesmo encantamento e a mesma história dentro da cultura popular. O tamanho não os diferencia dos adultos ou idosos dos grupos. A diferença de geração só torna a brincadeira ainda mais bonita e mostra como o Folclore é uma manifestação que encanta diferentes gerações, que se unem para não deixar morrer a tradição.
"Essas crianças crescem vivenciando o folclore no seu dia a dia, no seio da família. Para elas é muito natural, elas dançam porque gostam e dançam com muita desenvoltura e empolgação. Toda criança tem no pai a figura de um herói e acompanhar o que eles fazem e reproduzir, é uma satisfação muito grande para elas", explica a assessora cultural da Secult, Maurelina Santos, que trabalha há 27 com os grupos folclóricos do Estado.
Segundo a historiadora e folclorista Aglaé Fontes de Alencar, é ótimo quando surgem grupos formados também por crianças. "Acho bom que as crianças tenham esse interesse porque quando o mestre morre é muito difícil conseguir outro para substituí-lo.
No entanto, Aglaé afirma que esses líderes precisam estar abertos para receber os mais jovens no grupo. Para Rindu, essa tarefa não é nada fácil, mas o retorno é gratificante. "Dá um pouco de trabalho, mas vale à pena. Amanhã ou depois esses meninos vão saber as cantigas, as danças, e não vão deixar a tradição morrer", destaca Seu Rindu.
ASN

A matéria abaixo,  publicada originalmente no site infonet há dois anos, infelizmente continua bastante atual. 

Para contribuir para a mudança deste quadro, mesmo que não seja de forma suficiente, esperamos a participação de agentes culturais, mestres e brincantes com atuação em São Cristóvão para se fazerem presentes a oficina de capacitação para a participação no edital Culturas Populares do Minc. AQUI

O encontro será no dia 26 de abril (sexta-feira), ás 9 horas,  no auditório do Museu Histórico de Sergipe.

A oficina será ministrada por Edmilson Suassuna, consultor do Sebrae e conta com o apoio do Instituto Banese, Ação Cultural, Ação Popular João Bebe Água, Associação de Amigos do Museu Histórico e Movimento Pró Fasc. Quem puder,  veja como entrar na roda também, porque, como diz a canção: "sozinho,  isolado, ninguem é capaz". AQUI


Nova geração mata tradição

Fonte: portal infonet
No município de São Cristóvão a tradição folclórica que atrai turistas pode acabar e dar lugar somente a lembranças
14/04/2011 - 07:52

A tradição da cultura local corre risco

Percorrer as ruas largas, visitando casarões e conhecendo a história de São Cristovão, município distante 25 km da capital sergipana, é roteiro de vários turistas que visitam todos os dias a cidade. Igrejas centenárias, museus, a biblioteca Senador Lourival Batista, além da casa do folclore, todas localizadas na Praça São Francisco, -considerada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) Patrimônio Histórico da Humanidade,- recebem diariamente pessoas interessadas no turismo cultural.
Segundo os moradores, o problema é que na quarta cidade mais antiga do país, a tradição da cultura pode estar com os dias contados. A principal queixa dos moradores de mais de 60 anos

Bonecos mostram que a cultura da cidade é mantida através da história
é que a nova geração desconhece os grupos folclóricos da cidade e, com a morte de alguns fundadores os grupos podem deixar de existir, ficando apenas restrito a um acervo.
Reisado, samba de coco, a Caceteira do falecido João de Cota e a Chegança de São Cristovão. Em uma breve conversa com alguns jovens estudantes do município, muitos não sabiam quase nada ou nunca tinham ouvido falar sobre os grupos folclóricos da cidade. Mas aos 70 anos de idade, Maria Neuza dos Santos, mantém viva a memória das festanças que atraiam milhares de pessoas.  
“Meu pai [José Cardoso dos Santos] era o embaixador da Chegança, que acontecia depois do Natal no Dia de Reis. Era tudo tão bonito, aqueles homens bem vestidos cantavam o bendito dentro da igreja. Hoje os jovens
Os mestres do folclore são lembrados e preservados na Casa do Folclore
não querem saber disso, e muitos até dão risada dos idosos quando ouvem falar essas histórias”, diz dona Neuza, que expressa saudades do pai, já falecido. “Meu pai faleceu ano passado, mas tenho essa memória dele, entrando na igreja e cantando”, relembra.
A artesã e funcionária pública, Neide Quitéria Silva, que trabalha na Casa do Folclore Zeca do Noberto, reconhece que a procura por informações sobre as tradições locais é restrita a universitários da capital ou a turistas de fora do Estado. “Infelizmente os adolescentes da cidade sentem vergonha dos grupos, já foram feitas tentativas para montar grupos de jovens, mas muitos dizem que não aceitam porque é coisa do passado. Existe a preocupação de manter a tradição, mas
Nova geração confessa que entende pouco da tradição local
alguns grupos já deixaram de existir porque não tem gente que leve a tradição adiante”, lamenta.
Para as estudantes que cursam o sétimo ano do ensino fundamental do Colégio Gaspar Lourenço, o conteúdo não é tratado em sala de aula. “Não sei nada sobre isso, nunca vi na escola falar sobre esses grupos”, diz Diná Rayane Oliveira, que a convite do Portal Infonet e acompanhada de mais duas amigas visitam a casa de folclore com admiração. “Mestre do que? Caceteira de Rindú? Isso nunca vi”, fala Emilyn Caterine.
Religiosidade
O monumento do Cristo Redendor que possui uma das mais
O Cristo Redentor
belas paisagens do alto da cidade, fica em uma área distante (pouco mais de um quilômetro da sede do município). O problema é que para visitar o local, moradores dizem precisam realizar preces para não serem assaltados no caminho.
O Portal Infonet visitou a área e constatou que além da falta de iluminação pública no trajeto, o monumento não oferece segurança. Um problema tratado em reportagem anterior sobre a insegurança e aumento de violência na cidade.
Ecologia
No passado, um ponto de encontro de famílias, turistas e moradores. Assim era o parque João Alves
A paisagem que encanta visitantes, preocupa pela insegurança do local
Filho, popularmente conhecido como ‘Bica de São Cristovão’. Moradores que preferem não ser identificados afirmam que o local, além de não possuir atrativo recreativo é ponto de marginais que assaltam e ameaçam comerciantes.
Há mais de 30 anos, a vendedora Rosangela Pinto, convive no ambiente e diz que alguns poucos clientes ainda frequentam o local pela fidelidade e bom atendimento, mas que não faltam reclamações sobre a estrutura do espaço. “Antes era uma bica, a água era forte. Teve uma reforma há mais de 20 anos, aí transformaram essa bica em 12 bicas, o resultado é uma água fraquinha que não atrai quase ninguém”, salienta a vendedora que reivindica melhorias.
Em resposta a solicitação, o prefeito do município Alex Rocha, disse que existe um projeto para recuperação do parque, mas há dois anos aguarda liberação de
Comerciantes reclamam da falta de estrutura do local
recursos provenientes do governo do Estado.      
Cultura
A secretária da Secretaria Municipal da Cultura e do Turismo, Aglaé Fontes, afirmou que quando assumiu a pasta encontrou seis grupos folclóricos desativados. A secretária explica que os grupos não possuíam roupas e estavam desestimulados, mas a secretaria resgatou a tradição através da Caceteira de seu Rindú, da Chegança e de outros grupos.
“Estamos dando cursos, de educação patrimonial ressaltando o valor não somente dos prédios e das igrejas, mas também da cultura imaterial que tem uma riqueza muito grande. Esse curso formou mais de 30 monitores de turismo, estamos fazendo também trabalhos nas escolas”, declara a secretária.

Turistas lamentam horário de fechamento das igrejas
Aglaé Fontes salienta que o município vem desenvolvendo um trabalho com 200 alunos que estão aprendendo a tocar instrumentos musicais sobre a coordenação do professor Vieira. O trabalho promete levantar a estima dos jovens e preservar as manifestações culturais da cidade.
Sobre o potencial turístico da cidade, Aglaé diz que alguns turistas reclamam dos horários de visitação das igrejas, mas ressalta que a responsabilidade e da arquidiocese. A secretária reconhece que a cidade não possui hotéis e pousadas para abrigar os turistas. “Precisamos de pessoas que acreditem no nosso potencial turístico cultural e ecológico e invista em pousadas com condições de receber os turistas”, diz.
Museu
Sobre o funcionamento do Museu Histórico de Sergipe (MHS) a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) esclarece que o museu está aberto à visitação de terça-feira a domingo, das 10h às 16h, fechando às segundas-feiras para manutenção do prédio.
A informação é que o horário de funcionamento foi estabelecido em 2009, através de um pacto entre Secult, Emsetur, Prefeitura Municipal de São Cristóvão, e Subsecretaria de Patrimônio Histórico Artístico e Cultural (Subpac), que levaram em conta os horários em que havia maior fluxo de visitantes no MHS, chegando à conclusão de que manter as portas do museu das 10h às 16h supriria a demanda.
Por Kátia Susanna

Leia também:  MOVIMENTO PRÓ FASC  aqui

Nenhum comentário: