Chegando em casa depois de uma noite bem de acordo com o que diz o icônico verso de uma canção do Odair José. “A noite mais linda do mundo”, ou de mais uma, dentre tantas que vivi.
As razões:
O auditório do Museu da Gente Sergipana totalmente cheio. Uma demonstração da capacidade de organização e de mobilização da equipe de produção local, capitaneada pelas professoras Ana Angela Farias e Maria Beatriz Colluci da UFS.
Vale lembrar também a ofensiva crescente da extrema direita em nosso país, a partir do segundo governo Dilma e com os estragos causados em função da chamada guerra hibrida, em especial no que diz respeito aos ataques contra as artes e às humanidades, o que se torna também fator de mobilização para eventos com a temática da Mostra Cinema e Direitos Humanos.
A qualidade do filme e do personagem. Um diretor de cinema cujas escolhas e engajamento politico estão para o cinema brasileiro como as de Ken Loach estão para o cinema inglês. Um filme autobiográfico que coloca a qualidade do ser humano e do artista Silvio Tendler com uma vida de escolhas e de acasos no contexto particular que explica muito bem o porquê das escolhas que fez/faz para os temas e personagens de seus filmes.
O registro da importância da experiência do cineclube na vida de Silvio Tendler e a isso ele se referiu mais de uma vez, inclusive afirmando que continua se sentindo cineclubista. A lembrar: Duas áreas de atuação no audiovisual nacional não tão valorizadas como deveriam: Documentário e Cineclube.
E por último, não menos importante, o apoio da secretaria estadual de educação e cultura ao transporte para deslocamento de alunos da rede estadual ao local de exibição, o auditório do Museu da Gente Sergipana. O que parece não ter sido feito em outras edições da Mostra Cinema e Direitos Humanos.
Sobre o filme em si, as cenas sobre a revolução chilena no ápice e no ocaso, me tocaram no fundo d”alma, em especial no momento das cenas e narração de uma espécie de programa de férias estatal em áreas de praias para trabalhadores e famílias. Assim, fiquei com uma impressão da revolução popular no Chile de Allende como muito avançada, por considerar o tempo livre, a a arte e a tecnologia como questões de alta importância, considerado outras leituras e escutas que fiz.
quinta-feira, 14 de setembro de 2023
A revoluçao chilena ansiava o futuro com muita ação cultural transformadora e investimento no ciberespaço nascente...
Da mesma maneira por meio deste filme, fiz um paralelo que nunca tinha feito antes, o esmagamento pelos tanques do Pacto de Varsóvia, liderado pela União Soviética, da tentativa do governo comunista da Tchecoslováquia em 1967 sob a liderança de Alexander Dubček, que tentou democratizar o regime comunista existente naquele país, e a violência brutal de militares chilenos liderados por Augusto Pinochet em 1973 e com apoio dos EUA, contra a revolução socialista democrática pela via eleitoral, tentada pela esquerda chilena a partir da vitória de Salvador Allende nas eleições presidenciais de 1971.
Zezito de Oliveira
Acima, representante do Ministério dos Direitos Humanos.
Da direita para a esquerda, Marcélio Bonfim, coordenador geral do comité memória, verdade e justiça de Sergipe e Elda Góes também integrante do comitê.
Documentário, 112 min. Cor. 2020. Brasil
O filme é uma autobiografia do diretor Silvio Tendler, que completou 70 anos, e uma análise dos avanços e retrocessos do mundo que cerca o artista. O documentário retrata o jovem que viveu em autoexílio no Chile, nos anos 1970, onde vivenciou o sonho do socialismo com liberdade; que estudou cinema em Paris; esteve em Portugal na Revolução dos Cravos; e voltou ao Brasil, na época em que o país começava o processo de redemocratização. Tendler também esteve em Cuba, na União Soviética e na Alemanha durante a Guerra Fria, registrando mundos que não existem mais.
Silvio Tendler
Nasceu no Rio de Janeiro em 1950. É formado em história pela Universidade de Paris e é mestre em cinema e história pela Escola de Estudos Avançados em Ciências Sociais. Em sua filmografia, destacam-se os documentários Os Anos JK - Uma Trajetória Política (1980), Jango (1984), Retrato Falado do Poeta Castro Alves (1997) e Marighella - Retrato Falado do Guerrilheiro (2001). Exibiu Glauber O Filme, Labirinto do Brasil (2003) na 27ª Mostra e Utopia e Barbárie (2009), na 33ª Mostra.
Aracaju recebe nova edição da Mostra Cinema e Direitos Humanos
EDUCAÇÃO E CULTURA EM DH
13ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos começa em Brasília com exibição de filme sobre exílio político
Festival SILVIO TENDLER - "Nas Asas da Pan Am"
Critica sobre o filme na revista Papo de Cinema AQUI
❤️14 de Março - ÚLTIMO DIA da 13 ° Mostra de Cinema e Direitos Humanos😭
Filmes que traz a beleza da diversidade brasileira e a luta pela vida. ✊🏻✊🏼✊🏾❤️🎥
Programação
TARDE- A sessão aberta ao público começara às 14h, o programa “Sementes”, que irá trazer “Ribeirinhos do Asfalto” (2011, 26 min, livre), “Adão, Eva e o Fruto Proibido” (2021,
20 min, 14 anos), “Nossos espíritos seguem chegando” (2021, 15 min, livre), “Me farei
ouvir” (2022, 30 min, 10 anos) e “Escrevivência e Resistência: Maria Firmina dos Reis e
Conceição Evaristo” (2021, 26 min, livre). Os filmes serão debatidos ao final, às 16h. (Sessão ABERTA ao público)
NOITE - Na sequência, às 18h, acontecerá a “Sessão Homenagem”, com mais um filme de Silvio
Tendler, “A Bolsa ou a Vida” (2021, 102 min, 10 anos), seguida de debate, às 19h45. (Sessão ABERTA ao público).
🥰. #13MCDH #diteitoshumanos #cinemabrasileiro #audiovisualepolitics
Mostra de Cinema e Direitos Humanos acontece no Museu da Gente Sergipana
Este post foi produzido com o apoio da produção local da Mostra Cinema e Direitos Humanos
3 comentários:
Parabens ao blog, sempre atuante e trazendo informacoes relevantess!
Valeu! Grato pela visita e comentário... Volte sempre!!!
Chegou também via zap
"Massa muita gente participando
Isso e muito bom"
Claudionor dos Santos
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